aquelas que cotidianamente estampam os periódicos nas bancas de jornais, as manchetes de noticiários televisivos ou as chamadas de programas radiofônicos. E numa análise imediata da reação nestas efemérides, muitos de nós consegue antever qual a formação das pessoas envolvidas, ou o nível de educação de cada um, seja pelo comportamento e reação demonstrados naquele momento fatídico, seja pela forma de se manifestar e reagir diante dos fatos. É possível muitas vezes prever até onde vai o nível de instrução de cada indivíduo.Minha impressão é de que a reação de cada pessoa tem muito a ver com o nível de educação de cada um. Há pessoas que reagem com imensa dose de emoção diante dos fatos e assim não conseguem manter o controle para buscar soluções. Outras, passado o momento do choque inicial, conseguem raciocinar e, se utilizando da razão, conseguem buscar estratégias para a resolução dos problemas. Me parece que essa é a postura daqueles que possuem mais conhecimento acumulado, e que assim, se utilizam da sabedoria para buscar um caminho.
A recente tragédia no Japão, além de nos deixar comovidos pelas imagens impactantes de eventos naturais que são desconhecidos nestas plagas, terremotos e tsunamis, serviu como observatório de comportamento.
Olhando com calma as imagens da tragédia, a desolação das casas e ruas destruídas é um “review” do que os japoneses já vivenciaram em plena Segunda Guerra Mundial, no século passado. De um p
aís arrasado por bombas atômicas, os nipônicos conseguiram construir uma ilha de prosperidade em tempo recorde ao término do conflito e com o país totalmente arrasado e endividado. Não esqueçamos que é de lá que veio, principalmente aqui para o Brasil a partir da década de 1970, um dos primeiros princípios de organização e qualidade, e que aplicado nas empresas brasileiras repercutiram também em muitos lares: o Princípio dos 5S. Lembram disso? Seiri, Seiton, Seisso, Seiketsu e Shitsuke. O povo japonês conseguiu transformar as ruínas da segunda guerra em um paraíso promissor. E o crédito que se deve contabilizar para essa transformação tem um nome: educação.Admito sem dúvida que a disciplina e a educação do povo nipônico é passível de algumas críticas por parte de educadores brasileiros, que vêem no modelo japonês uma certa radicalidade e que retira alguns princípios democráticos da sociedade ocidental e da forma como ela pensa a educação. Até porque a figura paterna e materna naquela sociedade desempenha um papel não muito similar à nossa.

Mas o que chamou a atenção nestes dias, em que até mesmo o ditador Kadaffi ficou esquecido e pode esbanjar seu instinto sanguinário e prepotente, foi a educação e disciplina do povo japonês atingido pela tragédia. Em longas filas, pessoas se postavam ordeiramente aguardando o momento de receber os mantimentos para a sobrevivência em meio a tanta destruição. E jamais se viu algum registro de invasão ou de saques a supermercados, lojas e comercio em geral. Não houve sequer referência a plantões policiais nas proximidades das cidades atingidas para evitar saques noturnos, o que foi necessário por exemplo, até mesmo em São Lourenço do Sul aqui em nosso Estado.
A educação tem esse dom: é capaz de tornar as pessoas mais cientes de seus direitos e deveres. É também capaz de criar sentimento de responsabilidade de cada cidadão em relação ao núcleo comunitário, fazendo c
om que se possa pensar no coletivo em detrimento do individual. Pelo menos é isso que se espera de uma boa formação.Mas essa educação não é tão somente aquela ministrada nos bancos escolares. Ela tem muitas etapas e permeia o indivíduo em todas as fases de sua vida: infância, adolescência e idade adulta. E parece que isso pode ser identificado mais facilmente na educação do povo japonês, pois uma sólida estrutura familiar oriunda dos sacrifícios impostos pela natureza e o reconhecimento e o respeito ao idoso como fonte de sabedoria são características fortes daquela sociedade. Por isso, não há tragédia que seja capaz de eliminar o sonho de reconstrução da ilha de prosperidade que foi/é/será o Japão, mesmo que antes da destruição da região nordeste o país já assumisse uma intensa crise financeira. Mas, o segredo dessa perspicácia da sociedade japonesa, creio eu, está na educação. E alguém duvida dessa reconstrução?
Um comentário:
Muito especial amigo Jairo,
mais um texto especial nestas blogadas de fins de semana. Independente do texto, a imagem da mãe com o filho.
Lembrei-me do slogan da Campanha da Fraternidade 2011:A CRIAÇÃO GEME EM DORES DE PARTO.
Minha continuada admiração um afago desde Bonito
attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com
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