Essa atitude demonstra de que forma a população daquele país e as autoridades públicas lidam com os recursos disponíveis. Uma população de cultura milenar onde a propriedade é respeitada e isso ficou bem latente nos dias que se sucederam à catástrofe recente. Não houve qualquer notícia de saques em lojas ou supermercados, assim como em residências que ficaram arrasadas e expunham os bens da população atingida. O comportamento nipônico foi uma grande demonstração de civismo, racionalidade, responsabilidade, educação e solidariedade, apesar de toda a tragédia.
Não existem corruptos sem corruptores, e é preciso dar apoio às ações de governo que desejem denunciar e apresentar à sociedade esses dois elementos nocivos a uma sociedade organizada e que busque a paz, o bem comum e a tranqüilidade social. Este desafio de enfrentamento tem que ter a participação ostensiva da sociedade e das entidades. E isso foi demonstrado essa semana por alguns políticos brasileiros, que independentemente de filiação partidária assumiram uma posição cidadã ao apoiarem as atitudes da presidência da república na faxina dos ministérios. Mas não basta apenas alguns políticos decentes saírem à linha de frente e comandarem o processo, é indispensável que entidades e associações ingressem nessa mobilização cívica. É o que se pode observar por parte da OAB esta semana, que como organização poderosa mostrou sua cara e sua potência, ao lançar o Observatório da Corrupção. Esse canal na Internet pretende ser um meio de comunicação entre a sociedade e a OAB para o envio de denúncias de casos de corrupção pela população de forma anônima. O objetivo é fazer pressão para que o Poder Judiciário dê prioridade aos processos envolvendo má utilização dos recursos públicos, tráfico de influência e outros desvios que caracterizem corrupção, julgando e punindo com maior celeridade os envolvidos.
Outro dia lendo um semanário de minha cidade, Canoas, chamado “O Timoneiro”, me deparei com uma frase muito interessante da filósofa russo-americana Ayn Rand. Nascida e educada na Rússia, Rand migrou para os Estados Unidos em 1926, onde trabalhou como roteirista
“Quando você perceber que, para produzir precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”
Esperamos que nosso país não ultrapasse esses limites e que a nossa sociedade esteja atenta constantemente aos fatos que se sucedem. É isso que se espera...
Um comentário:
Boas informações professor!E a mídia não da enfase para essas reportagens!Abraço.
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