22 março 2013

PORQUE ME GUSTA LOS HERMANOS DE ARGENTINA


O futebol é onde mais se observa a rivalidade de
Brasil x Argentina
Nossas relações com outras pessoas são marcadas por simpatias ou antipatias, e depende de cada um de nós. Há pessoas que nos parecem simpáticas desde o primeiro contato, e que, por isso, desenvolvemos um apego maior e facilidade de relacionamento. Outras, por uma questão de avaliação precipitada e eivada de preconceitos, não damos sequer a chance de aproximação. É muito comum ainda nos deixarmos levar também por estigmas que nos são impingidos por outras pessoas ou por um modismo popular.

Assim aconteceu comigo tempos atrás, com relação aos nossos irmãos fronteiriços: argentinos, uruguaios, paraguaios, chilenos e tantos outros. Desde cedo ouvia piadas e outras bravatas sobre eles, mas principalmente com relação aos argentinos. Na medida em que me aprofundei em conhecer essa realidade, tomei consciência e pude me despir destes preconceitos. Na verdade, há anos Argentina e Brasil disputam uma liderança na América do Sul, e a história demonstra que em vários momentos ocorreram alternâncias nesta concorrência. Este na verdade é o grande motivo para as comparações e uma moderada beligerância.  

Nem a escolha do Papa Francisco I escapou das
piadas entre os moradores dos dois países
Não é de hoje que acirradas disputas ocorrem em todos os campos onde brasileiros e argentinos se fazem presentes, seja na esfera econômica, política ou social. A Argentina é o terceiro maior mercado para os produtos brasileiros, depois dos Estados Unidos e China, e a recuperação econômica do país aumentou as exportações brasileiras nos últimos meses. Foi justamente isso o que levou o governo argentino a reagir e a impor restrições a produtos brasileiros.

Todavia, no âmbito mais doméstico, digamos assim, brasileiros e argentinos costumam travar disputas e comparações que demonstram uma concorrência de egos e vaidades pessoais, como a grande maioria de todos nós. Basta ver que o resultado do conclave do Vaticano já foi motivo de inúmeras piadas. Uma que recebi recentemente pelas mídias sociais dizia que, depois de Messi como “melhor do mundo” e a escolha de um “papa argentino”, agora só faltava eles ganharem a Copa de 2014 no Brasil. E sem contar a velha comparação entre Maradona e Pelé, que já rendeu muitas “farpas”, principalmente para a imprensa esportiva.

Mas nada disso foi capaz de impedir que eu admirasse nossos “hermanos” desde cedo. Sempre fui um grande admirador da cultura argentina, essencialmente de sua música e seus costumes. Também sou um grande admirador do idioma ali falado. Houve um tempo em que eu cantava e decorava letras de milongas e zambas argentinos e os traduzia para entender do que falavam. Até hoje sou um fã ardoroso das músicas de Mercedes Soza e das composições por ela interpretadas, como "Gracias a La Vida" e "Volver a los 17", em parceria com Milton Nascimento. Recentemente descobri "una otra cantante argentina" com muito talento, chamada Soledad Pastorutti. Uma voz inigualável e que faz bastante sucesso por toda a América do Sul.



Aliás, na década de 1990, trabalhando em uma empresa em Londrina, norte do Paraná, tomei um maior contato com o idioma espanhol, ao me tornar um interlocutor entre a direção da empresa e um importador localizado em Punta Arenas no Chile, para onde exportamos vários de nossos produtos. Na oportunidade tomei a iniciativa de fazer um curso de Espanhol que me facilitou bastante essa tarefa. Assumi a responsabilidade de correspondências e contatos telefônicos com a empresa de importação chilena, com uma grande dificuldade inicial e que aos poucos consegui superar.
Prof. Daniel fala para alunos da Escola Factum

Foram estas experiências e a admiração nutrida pelo povo argentino que me possibilitaram o contato e a aproximação com o Prof. Daniel Mainero em 2008, quando iniciamos esta parceria de que tenho muito orgulho e tantas vezes referido aqui, como em outubro de 2009 (http://www.profjairobrasil.blogspot.com.br/2009/10/uma-visita-muito-especial.html). Nesta data o Prof. Daniel esteve em no Rio Grande do Sul participando de atividades em várias escolas. E depois de interagirmos inúmeras vezes desde então, neste março de 2013 tive a felicidade de recebe-lo mais uma vez, agora em “vacaciones” com sua esposa para desfrutar de uma jornada turística no Estado.

Prof. Daniel e esposa visitaram Gramado na Serra Gaúcha
Ficou hospedado em hotel no centro de Porto Alegre e visitou inicialmente alguns pontos turísticos da capital e viajou até Torres para conhecer uma de nossas mais belas praias. Depois, convidei-o para conhecer Gramado e Canela, onde estivemos juntos desfrutando uma “Sequencia de Fondue”, numa sexta-feira com clima de inverno e a presença de nevoeiro característico do inverno em final de verão. Parecia que tudo havia sido preparado para a ocasião.

Durante a semana ainda, Daniel compareceu na Escola Factum atendendo a um convite meu, onde fez parte de uma Mesa Redonda para alunos do curso técnico em segurança do trabalho, discorrendo sobre a realidade profissional na Argentina. Foi um momento de grande aprendizado para todos nós.

Deixando de lado as disputas e vaidades pessoais, que por vezes acometem a “nosotros”, gostaria de enfatizar o quanto esta relação de parceria docente, e principalmente de uma grande amizade, me faz reconhecer que cada vez mais “me gustan los hermanos”.  Valeu Daniel – un saludo. 

3 comentários:

JAIRCLOPES disse...

Limerique

A velha briga de quem chega primeiro
Os garbosos platinos ou brasileiros
Uma estéril disputa
Que ninguém desfruta
No futebol ambos são encrenqueiros.

Attico CHASSOT disse...

Muy amable colega y amigo Jairo,
hace mucho tiempo que conozco tu admiración – o mucho más: tu encantamiento pela cultura de nuestros hermanos de habla castellana, más precisamente los platinos. Si hubiese que destacar dos de estas dimensiones lo señalaría la música no solamente de cantantes latinoamericanos, mas tú en cuanto cantante de la música gaucha. Y la otra la admiración i la parecería intelectual que tienes con el profesor Don Daniel Mainero.
Todavía la pregunta es: ¿Por qué haces una edición semanal de prestigiado blog con la portada ME GUSTA LOS HERMANOS?
Existe entre nosotros un histórico preconcepto contra los argentinos, más específicamente contra los porteños. No es sin razón que las bromas más recorrencia en Brasil, cuando de la sorprendente elección de Don Bergoglio como Papa ha sido la usurpación de dos puesto: de Dios y de su representación, u otra en la misma dirección: el destaque a la humildad franciscana de cardinal que ha aceptado el rebajamiento de puesto de dios a de papa.
Todavía tu y yo – y muchos brasileños más – amamos los argentinos, y presupuesto los porteños.
Cumplimientos por más una edición brillante y afectiva de tu blogue.
attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com

Prof. Jairo Brasil disse...

Hola Jairo, muy buena la nota en el Blogspot, es verdad la continua competencia de ver quien es el mejor, que nos lleva en algunos caso que argentinos y brasilero no nos llevemos bien, la manía de prejuzgar a las personas sin haberlas conocido, nos paso en el hotel con uno de los conserjes, que nos atendió de mala manera y de no entender lo que le decíamos, hasta que apareció el que sería el encargado que nos trató con toda amabilidad al igual que la gente que le hemos preguntado por algún datos de interés, pero volviendo al conserje, le dije a mi señora me parece que tuvo problema con algún argentino, no todos somos iguales, esa clase de persona también las tenemos en argentina, yo a estos, llamo limitados, porque no pueden pensar que todos no somos iguales.
Con el tama del papa lo tome con mucha gracia, acá decían "Che a los brasileros nos le gusta perder a nada" y mas gracia me resulto lo que Dilma le dijo con humor al Papa "que el Papa es argentino pero Dios es Brasilero".
Estando en Porto Alegre en el 2009 hablando en uno de los Institutos, un alumno me pregunto si somos racistas, la pregunta me saco de contexto ya que creía que me iba a preguntar sobre el tema que estábamos tratando, le contesté que todos somos racista en menor o mayor forma, me quede pensando en la respuesta, pero tendría que haberle dicho: ¡Vos sabés que tenés razón, somos racista!.

Saludos

Daniel