A pergunta é pertinente em qualquer momento que se busque alternativas de melhoria de qualidade de vida, não é mesmo? Quem não reconhece na educação uma das alternativas, quem sabe uma das únicas, para se melhorar as condições econômicas das pessoas? É através da educação que o indivíduo consegue ser reconhecido como um profissional qualificado, capaz de atuar com uma performance mais dinâmica. Concordam comigo neste aspecto?
Mas será que isso é levado em consideração na escolha dos candidatos às prefeituras municipais, vereadores e prefeitos, no momento solitário do eleitor com a urna? Será que a educação é uma prioridade que possui tanta relevância quanto a saúde, a segurança, transporte e saneamento básico? Pois não é isso que se observa numa pesquisa recente empreendida pelo IBOPE, Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística. Segundo a pesquisa, a maioria da população brasileira desconhece as ações das prefeituras para fornecer educação aos seus munícipes. Ou seja, 68% dos entrevistados disseram desconhecer as políticas públicas e ações realizadas pelas prefeituras na área da educação. Em termos de prioridades, o IBOPE constatou que a educaçãoe stá colocada em sexto lugar no momento de escolher os candidatos à prefeitura. Talvez por isso se explique um descaso muito expressivo com relação à formação de nossos adolescentes, bem como o reconhecimento da importância de nossos professores na formação do cidadão crítico.
Uma outra explicação que eu gostaria de evidenciar como crítico desta realidade, é que a maioria da população brasileira não possui visão de longo prazo. É evidente que a educação possui um prazo mais longo do que outras ações, para que se percebam as transformações que ela pode trazer à sociedade. O pensamento de curto prazo, muitas vezes relacionado com ações na saúde e segurança, é um pensamento imediatista e busca atender necessidades imediatas. Este comportamento também pode ser explicado dentro da escala das prioridades evidenciadas pelo psicólogo americano Abraham Maslow (1908-1970), em sua Hierarquia das Necessidades. Para ele, o homem só busca a satisfação de necessidades de realização pessoal e de estima quando possui atendidas as necessidades básicas, as fisiológicas e de segurança. Quem sabe isso explique essa apatia pela educação como prioridade.Entretanto, cabe observar exemplos pelo mundo afora. E o exemplo da Coréia do Sul é um dos mais profíquos. Um país com características climáticas e geográficas muito semelhantes ao Brasil, buscou a independência pela educação. As escolas possuem uma carga horária diária de oiro horas para todos os alunos, nos níveis de ensino fundamental e médio. A preocupação diária dos docentes é que os alunos não deixem a escola sem terem compreendido o que foi ministrado naquele dia. Por isso, a recuperação dos conteúdos é diária. O salário médio dos professores sul coreanos é de cerca de R$ 10,5 mil reais. Todos os professores precisam ter curso superior e são avaliados de dois em dois anos; e quando os alunos não conseguem avançar em suas séries os professores são responsabilizados pela escola, pois eles são dotados de todos os recursos necessários à atuação docente.
Em recente reportagem a respeito do sistema educacional sul coreano, observei algumas características históricas que compartilho com vocês:
"Tudo isso acontece num país que nos anos 50 estava destruído por uma guerra civil que dividiu a Coréia ao meio, deixou um milhão de mortos e a maior parte da população na miséria. Um em cada três coreanos era analfabeto. Hoje, oito em cada dez chegam à universidade.
A virada começou com uma lei que tornou o ensino básico prioridade. Os recursos foram concentrados nos primeiros oito anos de estudo, tornados obrigatórios e gratuitos, como são até hoje. O ensino médio tem 50% de escolas privadas e as faculdades são todas pagas, mesmo as públicas. Bons alunos têm bolsa de estudos e o governo incentiva pesquisas estratégicas". (jornal nacional - Globo. com)
A virada começou com uma lei que tornou o ensino básico prioridade. Os recursos foram concentrados nos primeiros oito anos de estudo, tornados obrigatórios e gratuitos, como são até hoje. O ensino médio tem 50% de escolas privadas e as faculdades são todas pagas, mesmo as públicas. Bons alunos têm bolsa de estudos e o governo incentiva pesquisas estratégicas". (jornal nacional - Globo. com)
O crescimento econômico da Coréia tem batido recordes frequentes, a uma taxa média de 9% ao ano. Este índice explica a importância da educação para o país. Hoje a Coréia do Sul possui uma multidão de cientistas, envolvidos em inúmeras pesquisas que demonstram uma grande capacidade de inovação tecnológica, desde a área de computação até a genética.
Neste momento em que mais um processo eleitoral está em andamento em nosso país, com essencial importância para os próximos quatro anos, cabe refletirmos para uma escolha responsável. Será que os nossos candidatos, além das outras prioridades pelas quais têm evidenciado inúmeras promessas, também têm elegido a educação como prioridade. Talvez elegendo candidatos preocupados com a educação possamos construir um futuro mais decente para nossos filhos e netos. Pense bem quando se dirigir à urna para depositar seu voto.
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