13 julho 2013

A LEITURA EM QUEDA LIVRE

Incentivar a leitura como estratégia de aprendizado
ainda é um grande desafio
Apesar do movimento desta quinta-feira, que paralisou o país, mas não teve tanta aderência quanto àqueles do mês passado, estou adotando uma postura radical. Não vou falar das manifestações e nem de seus motivos ou consequências. Creio que a semana merece outros assuntos, embora não se deva desmerecer o que vem ocorrendo no país, e que certamente tem preocupado autoridades e representantes políticos.

Pretendo falar a respeito da leitura, e de quanto ela é importante no entendimento dos conteúdos de segurança do trabalho, por parte dos alunos.

E para abrir esta edição, apresento-lhes alguns personagens famosos da história e o que disseram sobre a leitura. Francis Bacon, filósofo inglês considerado o criador da Ciência Moderna, dizia: “A leitura torna o homem completo; a conversação torna-o ágil, e o escrever dá-lhe precisão.” Já, Carlos Drummond de Andrade, um de nossos maiores poetas dizia: “A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça, a quase totalidade não sente esta sede.” Para Mario Quintana, poeta gaúcho de destaque: “Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.”   
Pensadores já destacavam a importância de ler
Não é sem razão que a importância da leitura aparece como destaque nas reflexões destes pensadores. Quando conseguimos ler e entender o que está escrito, verdadeiramente nos apossamos deste conhecimento para toda a vida. Mas uma grande parcela da população, eu diria uma parcela significativa, lê mas não entende o que leu. Vejo que uma maioria só consegue ler no máximo um parágrafo. A partir daí parece que não há paciência para ir adiante.

Dessa forma se multiplicam alternativas que contribuem para isso. Jornais de leitura rápida, mídias de apenas uma ou duas frases, tais como o Facebook e o Twitter, entre outros.
 
A televisão ainda continua predominando
nas horas de folga
De acordo com o levantamento nacional realizado pelo Instituto Pró-Livro, o número de brasileiros considerados leitores – aqueles que haviam lido ao menos uma obra nos três meses que antecederam a pesquisa – caiu de 95,6 milhões (55% da população estimada), em 2007, para 88,2 milhões (50%), em 2011. A redução da leitura foi medida até entre crianças e adolescentes, que leem por dever escolar. Em 2011, crianças com idades entre 5 e 10 anos leram 5,4 livros, ante 6,9 registrados no levantamento de 2007. O mesmo ocorreu entre os pré-adolescentes de 11 a 13 anos (6,9 ante 8,5) e entre adolescente de 14 a 17 (5,9 ante 6,6 livros).

Outro indicador revela a queda do apreço do brasileiro pela leitura como hobby. Em 2007, ler era a quarta atividade mais apreciada no tempo livre; quatro anos depois, o hábito caiu para sétimo lugar. Antes, 36% declaravam enxergar a leitura como forma de lazer, parcela reduzida a 28%.

À frente dos livros, apareceram na sondagem assistir à TV (85% em 2011 vs. 77% em 2007), usar o computador ou escutar música (52% vs. 54%), descansar (51% vs. 50%), reunir-se com amigos e família (44% vs. 31%), assistir a vídeos/filmes em DVD (38% vs. 29%) e sair com amigos (34% vs. 33%). No século XXI, o livro disputa o interesse dos cidadãos com uma série de entretenimentos que podem parecer mais sedutores.


Tirando a obrigatoriedade de tarefas que requeiram o uso das bibliotecas, tenho a impressão que há uma frequência bem menor no acesso a estes lugares. Nas Escolas Técnicas onde tenho atuado, também é notória a pouca presença de alunos e alunas nas bibliotecas. Mas também acredito que não se deva imputar esta culpa tão somente aos alunos, mas também a nós professores, que temos pautado nossas estratégias pedagógicas em cima de recursos midiáticos e da tecnologia da informação, quase que exclusivamente. Quem sabe devamos repensar nossos costumes docentes.    

Fonte: Revista Veja - março 2013

3 comentários:

Attico CHASSOT disse...

Meu caro Jairo,
o assunto já teve mais de uma vez em nossas conversas e também nos blogues
Reafirmo, não sem tristeza, que estou lendo muito menos livros substituído por leituras internéticas.
Por fim recordo uma recomendação que faço a meus alunos: a necessidade de lerem, também ficção.
Com estima e admiração
attico chassot

Uilson Carvalho. disse...

Jairo, em outro post comentei sobre a influência da internet na extinção das livrarias e do livro físico mundo afora. Por outro lado as editoras nunca venderam tantos exemplares online, ou seja, quem achava que o livro de papel morreria e apenas a versão digital permaneceria enganou-se completamente. Concordo que a nossa população leitora ativa vem caindo ao longo do tempo, mas quem ama a leitura está cada vez mais inserido no universo da fantasia e informação adquirindo não só um exemplar a cada compra mas sim, coleções inteiras de autores e sagas completas. Eu por exemplo sou aficcionado por Sidney Sheldon e vou comprar todos os títulos do autor, aqui em casa já estamos com problemas de espaço para acomodar os exemplares espalhados pela casa.

Livros são um patrimônio exclusivo de poucos.

Até mais...

Uilson Carvalho. disse...



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Fui!