O mosquito Aedes Aegypti, responsável pela Dengue, Chicungunha e agora Zika |
As notícias sobre o
mosquito vindo da Terra dos Faraós não é nenhuma novidade entre nós. Este
sábado inclusive será de ações coordenadas para combater a praga que assola
nosso país, o chamado Dia “D”. O minúsculo inseto já preocupa o poderoso presidente
americano Obama, que resolveu investir pesado na descoberta de uma vacina para amenizar
as doenças provocadas pelo vetor, ainda mais que o verão na Terra do Tio Sam se
aproxima.
Mas uma outra notícia, esta
semana, colocou em polvorosa a comunidade científica panamericana, e até mesmo,
internacional. Principalmente por pressupor uma causa díspar de tudo aquilo que
as autoridades sanitárias brasileiras tem afirmado como motivo para a ocorrência
da “microcefalia”, esse comprometimento do desenvolvimento cerebral em
nascituros. Pesquisadores argentinos divulgaram relatório esta semana em que
chamam a atenção para um componente químico denominado “Piriproxifeno”, utilizado
na composição de um larvicida recomendado pelo Ministério da Saúde do Brasil
para ser adicionado em tanques de água potável de regiões com saneamento básico
carente. O componente fabricado pela Sumitomo Chemical, um parceiro da
Monsanto, começou a ser utilizado em 2014 na região nordeste, segundo os
pesquisadores.
A microcefalia tem sido atribuída ao vírus da Zika, coisa que os pesquisadores argentinos contestam |
Para os pesquisadores, outras
epidemias de “zika” ao redor do mundo não acometeram mulheres grávidas e nem
foram associadas a problemas congênitos em recém-nascidos. Portanto, a doença
de cuja responsabilidade as autoridades brasileiras tem imputado ao vírus transmitido
pelo mosquito pode não ser a verdadeira causa da “microcefalia”. Mas sim, com o
“Piriproxifeno” adicionado à água consumida pela população das regiões com déficit
de saneamento básico.
Segundo o jornal The New
York Times de 03 de fevereiro, dos 404 casos de microcefalia examinados no
Brasil, apenas 17 tinham relação com o vírus da zika, sendo assim um percentual
irrelevante para atribuir a ele essa responsabilidade.
A utilização do Piriproxifeno inibe o ciclo evolutivo do mosquito na água, mas pode trazer consequências prá quem consome |
Observando a ação deste
larvicida da Sumitomo utilizado na água de abastecimento, nota-se que ele inibe
o ciclo de vida do mosquito, como explica a ilustração. Ele altera o processo
de desenvolvimento desde a larva, passando pelo estágio da pupa até a fase
adulta, assim gerando más formações em mosquitos em desenvolvimento e matando
ou incapacitando-os. Segundo os cientistas, o produto age como um hormônio juvenil
de inseto, e tem o efeito de inibir o desenvolvimento das características do
inseto adulto (por exemplo, asas e genitália externa madura) e o
desenvolvimento reprodutivo.
O Piriproxifeno foi adicionado em vários locais, inclusive na água de abastecimento de comunidades |
Portanto, podemos estar
atribuindo culpa a um agente que não possui tanta responsabilidade assim,
embora não possa ser desprezado. Podemos estar lidando com uma desmedida incompetência das autoridades sanitárias locais que, ao imputar a culpa ao mosquito, tentam
criar uma “cortina de fumaça” para encobrir a verdadeira causa da microcefalia, a irresponsabilidade de quem indicou o uso deste agente químico que pode tornar deficiente grande
parte de uma geração de brasileiros.
Fontes
consultadas:
www.panoramalivre.wordpress.com
acesso em 13.02.2016
The
Ecologist – Acesso em 10.02.2016
Um comentário:
Salve, Jairo!
Muito bom teu blogue aderir à campanha pela eliminação do Aedes.
Oportuno, especialmente, teu alerta a informações desencontradas ou equivocadas.
Que não tarde uma vacina.
A admiração do
attico chassot
www.professorchassot.pro.br
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