Em
tempos de Carnaval não há como menosprezar um conceito cuja utilização se estende
por todas as atividades do ser humano, a motivação. É ela que nos faz perseguir
sonhos e buscar realizações. Sem esse combustível na nossa mente dificilmente
chegamos a algum lugar.
![]() |
O Carnaval é um grande exemplo do poder da motivação |
Abraham
Maslow já destacava que o homem busca o atendimento de suas necessidades
obedecendo uma determinada hierarquia. E nessa escala hierárquica elas estão em
ordem de prioridade desta forma: fisiológicas, de segurança, sociais, de autoestima e
de autorrealização.
As
fisiológicas são compostas por necessidades de preservação da vida, tais como a
saciedade com os alimentos, um catre para descansar o corpo etc e tal. A
seguir, as necessidades de segurança são aquelas que nos fazem ter a certeza de
que nossa vida está preservada. Estas são por exemplo, um abrigo seguro para
nos acolher diariamente ou um emprego que garanta uma remuneração capaz de manter
nossas despesas essenciais. As necessidades sociais são as que integram o ser
humano na comunidade, proporcionando-lhe o que se pode chamar de “pertencimento”
ou de “associação”. Ou seja, eu necessito ser reconhecido pela importância do
papel que desempenho naquela comunidade à qual pertenço. E todos nós
necessitamos deste reconhecimento. A necessidade de autoestima é aquela que impõe
o respeito aos outros, por tudo aquilo que eu sou capaz de desempenhar e que é
importante para o grupo. É na verdade um desejo humano de ser aceito e
valorizado por si e pelos outros. E a necessidade de autorrealização? Este é o
estado mais elevado das necessidades humanas, sendo aquele que envolve o uso
ativo de todas as qualidades e habilidades individuais. É a aplicação plena do
potencial individual.
Observe
que cada necessidade atendida possui um pré-requisito na necessidade anterior.
Ou seja, ninguém consegue ter a autoestima em alta se não possuir as necessidades
fisiológicas e de segurança atendidas. Também não se consegue estar plenamente
realizado (autorrealização) se não houver um reconhecimento social da minha
pessoa na comunidade que pertenço.
![]() |
A pirâmide de Maslow |
Para
facilitar o entendimento observemos a pirâmide ao lado, denominada Hierarquia
das Necessidades, de autoria do psicólogo americano Abraham Maslow (1908-1970).
E para que consigamos galgar os degraus desta pirâmide durante nossas vidas, é
essencial estar motivado.
Segundo
um dos maiores headhunter (caçador de talentos) do país, Max Gehringer, motivação
é como um “iceberg”. Metaforicamente falando pode-se notar que o iceberg tem
sua maior porção, cerca de 80%, mergulhada na água, e somente 20% pode ser
percebida. Sendo assim, a nossa motivação percebida no ambiente de trabalho são
estes 20%. A outra parte (80%) está dentro de nós, e dela depende o nosso
desempenho.
Pois
bem, toda vez que inicio um novo semestre de aulas, procuro demonstrar aos
alunos a importância da motivação, sem a qual não conseguimos estar abertos a
novos desafios, a novas caminhadas. E para motiva-los tenho feito uso de uma
historieta do próprio Max Gehringer, extraída de seu livro “Clássicos do Mundo
Corporativo”. Vale a pena ler, para notar como a motivação pode ultrapassar
barreiras e modificar comportamentos. A história tem o nome de:
A Pinta da Motivação
Foi no meu primeiro emprego que
aprendi o que é motivação.
Nosso departamento era meio devagar e
ninguém demonstrava muita vontade de trabalhar, apesar de nosso supervisor
viver berrando ordens lá da mesa dele. Trabalhávamos em um desses ambientes
abertos, um grande salão em que todo mundo enxergava todo mundo. Nossa seção
era formada quase que inteiramente por homens, mas, um dia, foi contratada uma
funcionaria, a Glaucia. Alguém descobriu que ela tinha um fantástico apelido de
infância: Glaucinha da Pinta.
É claro que a primeira coisa que todo
mundo tentou fazer foi descobrir onde ficava a pinta da Glaucia. Mas logo
percebemos que a pinta não estava em nenhum lugar visível, o que aumentou a
curiosidade geral. Alguns colegas mais atrevidos foram perguntar à Glaucia onde
ficava a pinta, mas ela ria e se recusava a responder, o que fez o nível de
testosterona do departamento entrar em ebulição.
Um belo dia, nosso supervisor reuniu
os homens e fez uma proposta. Se conseguíssemos atingir os objetivos do mês
seguinte, a Glaucia concordava em nos revelar onde ficava a pinta. É claro que
nunca trabalhamos tanto como naquele mês e batemos a meta em 200%. O supervisor
cumpriu o que prometera.
![]() |
"Glaucinha da Pinta" era o apelido da nova funcionária |
Com todos os homens ansiosamente
reunidos desde as sete da manhã, e a expectativa a mil, a Glaucia chegou toda
sorridente, abriu a bolsa e tirou sua carteira de identidade. O nome inteiro
dela era Glaucia Maria da Pinta Rodrigues. Ficamos com aquela cara de tacho e,
pior, sem desculpas para maus resultados nos meses seguintes.
Mas aprendi com meu supervisor que
motivação nada mais é que trocar um grande esforço por uma pequena recompensa.
Se a pinta é falsa ou real, não tem a menor importância. O bom motivador é o
que consegue manter sua equipe convencida de que a pinta existe.
Fontes
consultadas:
GEHRINGER,
Max – Clássicos do Mundo Corporativo.
www.brasilescola.com.br acesso em
08.02.13
www.wikipedia.org.br acesso em 08.02.13
Um comentário:
Excelente,
meu caro Jairo,
para um sábado de um período que se diz que ninguém pensa.
¡Há que descobrir a pinta da Glaucia!
Um muito reconfortante recesso momesco,
attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com
Postar um comentário