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Cada profissão demanda competências peculiares |
Algumas profissões possuem características bastante
peculiares e demandam uma série de competências por parte de quem as exerce. Por
exemplo, para profissões onde haja necessidade de exposição ao risco com frequência,
como bombeiro e policial, é preciso ter coragem e destemor. Imagine estes
profissionais em missões para apresar criminosos, como no caso do policial,
paralisados pelo medo. Bem como, no caso do bombeiro, em chamado para debelar um
grande incêndio, terrificado com a altura das chamas. Sem dúvida, são profissões
que requerem uma boa preparação e determinado acúmulo de conhecimentos.
Já, para atuar como músico ou como ator, por
exemplo, não se deve possuir qualquer tipo de receio na exposição pública. Tente
imaginar um músico que esquece a letra da canção ou erra suas notas ao tocar um
instrumento em pleno espetáculo, principalmente quando a grande maioria do
público já domina a melodia. Agora, imagine também o ator esquecendo o texto num
momento de empolgação geral, e crucial para a conclusão de um ato? Uma falha
que pode comprometer todo o desempenho.
Em todos estes casos há necessidade de uma
boa preparação, de uma gama bastante significativa de conhecimentos. Por isso,
profissionais de destaque são aqueles que fazem com que suas mentes jamais
sofram o que se chama de “embotamento”. Ou seja, estão sempre abertos a todo
tipo de conteúdo, cientes de que há um conhecimento universal capaz de fazer
com que se contextualize uma série de realidades através dele.
Na teoria administrava moderna
costumeiramente denominamos “zona de conforto” o espaço em que nos sentimos
bem, e de certa forma confortáveis. Quem decide não sair da “zona de conforto” também
não conhece além dela. E quando estas pessoas são chamadas a deixar esta zona,
demonstram uma enorme resistência, pois o universo do desconhecido traz a elas
um grande receio. Ficam se perguntando: “Será que eu serei capaz de viver num
espaço desconhecido até então?” Desta forma, preferem resistir ao desconhecido,
e fazem mais, criticam quem ousa lhes desafiar ou desfazem dos que aceitam o
desafio.
Para nós que lidamos com educação há bastante
tempo, é comum reconhecer alunos e alunas com este perfil. Ainda que estes sejam
uma minoria, pois grande parte aceita o desafio de buscar novos conhecimentos,
e entendem que o universo é muito maior do que aquilo que estavam acostumados
no âmbito particular ou doméstico, antes de buscarem a Escola.
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A interdisciplinaridade faz com que os conteúdos se mesclem em benefício de um conhecimento mais abrangente |
O currículo escolar é composto de inúmeros conhecimentos
que se intercambiam. É o que a pedagogia costuma reconhecer como “interdisciplinaridade”,
uma característica da educação que faz com que os conteúdos conversem entre si.
E em qualquer curso que busque a formação integral de alunos, profissionais de
destaque no mercado de trabalho, estes conteúdos estarão presentes, dialogando
e fazendo com que se tenha uma visão global da realidade, ao invés de um certo “embotamento”
da mente. Aliás, é este embotamento que leva muitos profissionais a um “encurtamento
da visão” profissional, tornando-os simples copiadores sem qualquer
criatividade.
E dentro de nossas escolas técnicas, por vezes
me surpreendo com uma minoria que demonstra resistência ao se deparar com conteúdos
importantes que se mesclam com a teoria técnica. Como falar tão somente de conteúdos
de Segurança do Trabalho ou de Enfermagem sem que se mesclem nesta abordagem conhecimentos
de matemática, português, geografia, história, química, física e biologia? Sem
contar ainda com alguns conteúdos que permeiam o conhecimento humano, tais como,
filosofia, sociologia, antropologia, etc.
Não esqueço de colegas docentes que certa
feita se mostraram surpresos com a reação de alguns alunos. Um deles me contou
que uma aluna de enfermagem, ao saber que havia uma disciplina de “matemática
instrumental” no currículo do curso enfatizou: “Mas eu vim fazer enfermagem
porque não gostava de matemática!” Outro, contou-me que um aluno de segurança
do trabalho, ao ser solicitado fazer uma redação, disse em voz alta: “Ah! Professor,
e eu que pensei que esse ciclo em minha vida já havia se encerrado!” Como se na
labuta profissional nunca mais tivessem necessidade de fazer uso destes
conhecimentos.
Prá estes que creem que basta tão somente a
teoria e a legislação específica na formação profissional para o mercado de
trabalho, fica aqui a observação para que evitem “embotar a mente” e, desta
forma, “encurtar a visão” profissional.
2 comentários:
Limerique
Matéria segue matéria em trilha
Pois toda sapiência se empilha
O estudo é eclético
Puro ou apologético
Nenhum conhecimento é uma ilha.
Meu caro Jairo!
Ao teu excelente texto adito algo mais referente a nossa área: o uso de profissionis despreparados transformados em "educadores"de crianças em alta vunerabilidade social, função que seria melhor exercida por policiais.
Cumprimentos por mais uma relevante edição de teu blogue,
Attico Chassot
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