Esta foi para mim uma semana cheia. Estive
envolvido em tantas atividades que quando me dei por conta a sexta-feira já
amanhecia. Aulas nas Escolas Técnicas, elaboração de orçamentos para demandas de empresas daqui e de fora do Estado, envio de mailling para empresas da regi!ão metropolitana e atendimento de consultorias. Houve momentos em que ansiei pelo dia com mais de vinte quatro horas para conseguir dar conta de tudo.
Essa é a pergunta que temos feito com frequencia |
Alheio aos escândalos que se multiplicam na
terra de Sepé Tiaraju, por vezes as licenças ambientais, em outras o "leite compen$ado", escolhi novamente a educação como tema desta edição. E
minha inspiração surgiu a partir de uma notícia trazida por artigo do
jornalista Gilberto Dimenstein. Formado na Faculdade Casper Libero, Dimenstein
é colunista da Folha de São Paulo e comentarista da Rádio CBN. Foi diretor da
Folha de São Paulo em Brasilia e correspondente internacional em Nova Iorque.
Trabalhou ainda no Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Última Hora, revistas
Visão e Veja. Possui 12 obras escritas, das quais "O Cidadão de Papel" foi uma que pude desfrutar. Trata dos direitos da criança e do adolescente e sua aplicação na sociedade brasileira.
Dizia ele num artigo da Folha de São Paulo do dia 30 de abril último: “Já não há dúvidas de que a educação do futuro estará em algum lugar entre o ensino presencial e virtual”. Fazia referencia ao portal da Unicamp (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gilbertodimenstein/1271005-estude-na-unicamp-sem-vestibular.shtml), que neste mês de abril inaugurou suas aulas virtuais de forma gratuita, no mesmo modelo praticado há tempo por universidades dos Estados Unidos e da Europa.
Dizia ele num artigo da Folha de São Paulo do dia 30 de abril último: “Já não há dúvidas de que a educação do futuro estará em algum lugar entre o ensino presencial e virtual”. Fazia referencia ao portal da Unicamp (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gilbertodimenstein/1271005-estude-na-unicamp-sem-vestibular.shtml), que neste mês de abril inaugurou suas aulas virtuais de forma gratuita, no mesmo modelo praticado há tempo por universidades dos Estados Unidos e da Europa.
Dimenstein: "A sala de aula como a conhecemos morreu!" |
Tenho acompanhado estes portais internacionais
e inclusive frequentei algumas aulas virtuais da Universidade de Stanford e
Universidade da Pensilvania. Os vídeos são ótimos e os assuntos bastante
instigantes. Também explorei rapidamente alguns cursos livres disponíveis pela
Universidade de Harvard e Universidade do Texas. O acesso pode ser feito através dos endereços www.coursera.org e www.edx.org. Como preconiza o portal edx em seu
acesso inicial, pode-se observar que as aulas são “para qualquer um, em
qualquer lugar, a qualquer hora”. Ah! E os professores que aparecem nos vídeos
são aqueles mesmos que fazem sucesso na sala de aula.
E ao final de seu artigo na Folha de São
Paulo, Dimenstein radicalizou: “O fato é que, gostem ou não, a sala de aula como a conhecemos morreu –
só ainda não foi enterrada.” A afirmativa é bastante provocadora, pois mexe
com os brios de todos nós educadores, que nos debatemos para entender o que
está ocorrendo com a educação da atualidade. Eu também, com apenas 11 anos de
prática docente, e que acho insuficiente pela complexidade da ciência
educadora, tenho me perguntado: “Que passa?”, como dizem nosso “hermanos”. Porque
a sala de aula está tão diferente daquela que conheci tempo atrás? Também não sei
responder.
As universidades dos Estados Unidos e da Europa oferecem aulas para qualquer um, em qualquer lugar, a qualquer hora |
Há momentos em que não sei como agir em sala
de aula. Vez por outra tem sido difícil catalisar o interesse discente com as
estratégias utilizadas. Não consigo disfarçar a irritação quando estou
desenvolvendo um assunto e me deparo com aluno teclando um telefone móvel
inteiramente alienado ao que lhe cerca. Conto até dez para não “perder a
estribeira”. Mas também tenho reconhecido o quanto se pode tirar proveito de algumas
ferramentas modernas de comunicação. Outro dia, em meu escritório, conversava
no Facebook com uma ex-aluna que me pedia orientação sobre “investigação de acidentes” e, ao mesmo
tempo, acompanhava uma conferencia entre membros de um grupo de discussões em
segurança do trabalho na mesma. Fiquei impressionado com a rapidez da conversa
e da troca de materiais entre os participantes. Uma destas pessoas possuía
dificuldade em desenvolver um programa de prevenção. De imediato, dois membros
se dispuseram a ajudá-la. Um deles enviou-lhe um modelo de formulário “em
anexo” para “download”, enquanto outro lhe convidava para falar “in off” e
agilizar a ajuda.
Agora imaginem: as três pessoas estavam a
distancias quilométricas e interagindo como se conversassem numa mesa de
reuniões. Pensei um pouco e notei que ali havia uso de escrita, de imagem, de
texto, e de muito conteúdo. E o aprendizado? Certamente todos os envolvidos
puderam acumular mais conhecimento nesta troca.
Prá não ficar somente num exemplo, posso lhes
contar um outro momento em que fui acometido de risadas homéricas em frente ao
notebook. Estava olhando as postagens feitas por conhecidos no Facebook, e pude
observar uma imagem postada por um dos membros deste mesmo grupo, onde aparecia
um trabalhador na labuta, sem qualquer tipo de proteção e calçando “chinelos de
dedos”. Perguntava a aluna que havia postado a imagem para todos os membros: “O
que devemos fazer para conscientizar um trabalhador com este tipo de
comportamento?”. Então me fiz curioso em saber as respostas trazidas pelos
demais membros. Já na primeira resposta fui tomado por um acesso de risos.
Dizia o respondedor numa sacada brilhante: “Pede prá ele qual o CA (Certificado
de Aprovação) desta chinelinha que está usando.”
Por isso tudo: pelo artigo na Folha de São Paulo e pela afirmativa radical do Gilberto Dimenstein, pela utilização do telefone móvel em plena sala de aula e pelo uso cada vez mais intenso das mídias sociais sob a forma de conferencias, e ainda pelas trocas de conhecimento constatadas ali, talvez eu não possua argumentação suficiente para discordar. Tenho a impressão de que a sala de aula como a conhecemos está realmente agonizando. E para essa transformação eu não tenho explicações até o momento. Me perdoem essa ignorância.
Por isso tudo: pelo artigo na Folha de São Paulo e pela afirmativa radical do Gilberto Dimenstein, pela utilização do telefone móvel em plena sala de aula e pelo uso cada vez mais intenso das mídias sociais sob a forma de conferencias, e ainda pelas trocas de conhecimento constatadas ali, talvez eu não possua argumentação suficiente para discordar. Tenho a impressão de que a sala de aula como a conhecemos está realmente agonizando. E para essa transformação eu não tenho explicações até o momento. Me perdoem essa ignorância.
2 comentários:
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Meu caro Jairo,
oportuna análise deste artefato cultural chamado “sala de aula”. Claro que ela é muito diferente de 10 anos passado. Ela não mudou! Foi mudada!
Quando já vivo meu 53º ano de magistério ainda me encanto com ela. Eu não vou enterrá-la, Vejo-a muito viçosa. Vim há pouco de uma sala de aula. Parece-me ainda um santuário.
Ela me seduz.
Obrigado pela excelente trazida.
attico chassot
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