A semana foi pródiga de assuntos relevantes |
Escolher assunto para um artigo no blog nestas últimas
semanas tem sido uma grande dificuldade. Não pela escassez, mas sim, pela
fartura de fatos e ocorrências interessantes. Só para ficar com alguns temas
instigantes que a semana nos regalou, vale lembrar a visita infrutífera dos
senadores brasileiros ao país vizinho, para falar com os presos políticos opositores
do governo de Nicolás Maduro. Tivemos também, em nível regional, uma polêmica
proposta de deputados estaduais para gratuidade de passagens rodoviárias a
detentos e familiares. Tão logo o assunto foi ventilado, jornalistas e críticos
bombardearam os artífices, principalmente no questionamento de quem haveria de
subsidiar mais esta concessão, se o Estado, se as empresas ou a sociedade gaúcha.
Resultado: os autores recuaram em suas intenções.
O "Queijo do Futuro" descoberto pela fiscalização |
Mas um assunto me catalisou novamente e, por isso,
resolvi adotá-lo nesta edição, foi o do já comentado e recorrente “Leite
Compen$ado”, operação que revelou uma grande fraude no transporte de leite das
empresas do Estado, delatada desde março de 2014. O excesso de água no leite transportado
era acobertado nas análises realizadas pelas empresas no recebimento, pelo uso
de ureia no produto. E a prática se tornou um hábito por parte dos
transportadores. Portanto, o leite nosso de cada dia deixou de ser sagrado e
passou a ser maldosamente “batizado”. E ainda mais, rejeitados no Estado, os
transportadores passaram a ingressar nos vizinhos estados de Santa Catarina e
São Paulo, comercializando assim clandestinamente o produto por lá. E o “queijo
do futuro” encontrado esta semana por aqui pela fiscalização trouxe grande preocupação
aos consumidores.
Mas porque digo clandestinamente, se tudo é Brasil?
Todos derivados de carne e leite estão submetidos à fiscalização |
Para entender isso, quero esclarecer uma coisa que
talvez meu leitor não saiba, a respeito das autorizações ou fiscalizações. Cada
empresa produtora de alimento derivado de carnes ou de leites possui uma autorização
para comercializar seu produto em um nível de acordo com as habilitações concedidas
pelos órgãos de fiscalização.
Algumas empresas possuem licença para comercializar
seus produtos em nível local. Estas empresas possuem um selo ou carimbo em suas
embalagens do SIM – Serviço de Inspeção Municipal. Ou seja, os derivados de
carne ou de leite ali produzidos são fiscalizados pelas secretarias municipais
de agricultura ou órgãos de vigilância sanitária municipais, e não devem
ultrapassar os limites do município.
Produtos com inspeções diferenciadas |
Outros estabelecimentos se qualificam para produzir e
comercializar produtos dentro do Estado. Estes possuem autorização e são fiscalizados
pela vigilância sanitária estadual ou por secretarias estaduais de agricultura,
que disponibilizam seus fiscais de forma aleatória para realizar inspeções.
Seus produtos podem ser comercializados somente dentro das fronteiras estaduais,
e o selo nas embalagens identifica o produto com a sigla SIE – Serviço de Inspeção
Estadual.
Mas os produtos elaborados por empresas de classificação
nacional são fiscalizadas pelos órgãos nacionais, tais como o Ministério da
Saúde e Ministério da Agricultura. Seus selos de comprovação nas embalagens
identificam o SIF – Serviço de Inspeção Federal. Neste caso, como o volume
produzido é razoavelmente grande, os fiscais permanecem em tempo integral no
estabelecimento, desde o início até o encerramento do processo de produção. Neste
caso, há permissão para comercialização em todo o território nacional,
inclusive com autorização para exportações, quando se qualifica com adequações exigidas
pelas autoridades sanitárias federais e do país de destino.
As compras no supermercado devem ser um momento de atenção |
É assim que funciona.
Portanto, se você está desconfiado com os produtos que compra nos
supermercados, se comprou algum queijo com data que ainda não entrou em produção,
como o “queijo do futuro” encontrado na fiscalização desta semana, a
confiabilidade também pode ser uma questão de marca e de origem. E a prateleira
de seu supermercado pode revelar a idoneidade ou não de seu produto favorito.
Espero que estas informações sejam relevantes para a sua próxima compra.
2 comentários:
Meu cara Jairo,
Soubeste em meio à fartura de assunto bem escolher um que apresenta estranha gordura.
Um abraço desce Cuiabá de teu leitor que sempre aprende quando visita teu blogue,
Attico Chassot
Mestrechassot.blogspot.com
Meu cara Jairo,
Soubeste em meio à fartura de assunto bem escolher um que apresenta estranha gordura.
Um abraço desce Cuiabá de teu leitor que sempre aprende quando visita teu blogue,
Attico Chassot
Mestrechassot.blogspot.com
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