19 junho 2015

O QUEIJO DO FUTURO

A semana foi pródiga de assuntos relevantes
Escolher assunto para um artigo no blog nestas últimas semanas tem sido uma grande dificuldade. Não pela escassez, mas sim, pela fartura de fatos e ocorrências interessantes. Só para ficar com alguns temas instigantes que a semana nos regalou, vale lembrar a visita infrutífera dos senadores brasileiros ao país vizinho, para falar com os presos políticos opositores do governo de Nicolás Maduro. Tivemos também, em nível regional, uma polêmica proposta de deputados estaduais para gratuidade de passagens rodoviárias a detentos e familiares. Tão logo o assunto foi ventilado, jornalistas e críticos bombardearam os artífices, principalmente no questionamento de quem haveria de subsidiar mais esta concessão, se o Estado, se as empresas ou a sociedade gaúcha. Resultado: os autores recuaram em suas intenções.

O "Queijo do Futuro" descoberto pela fiscalização
Mas um assunto me catalisou novamente e, por isso, resolvi adotá-lo nesta edição, foi o do já comentado e recorrente “Leite Compen$ado”, operação que revelou uma grande fraude no transporte de leite das empresas do Estado, delatada desde março de 2014. O excesso de água no leite transportado era acobertado nas análises realizadas pelas empresas no recebimento, pelo uso de ureia no produto. E a prática se tornou um hábito por parte dos transportadores. Portanto, o leite nosso de cada dia deixou de ser sagrado e passou a ser maldosamente “batizado”. E ainda mais, rejeitados no Estado, os transportadores passaram a ingressar nos vizinhos estados de Santa Catarina e São Paulo, comercializando assim clandestinamente o produto por lá. E o “queijo do futuro” encontrado esta semana por aqui pela fiscalização trouxe grande preocupação aos consumidores.

Mas porque digo clandestinamente, se tudo é Brasil?

Todos derivados de carne e leite estão submetidos à fiscalização
Para entender isso, quero esclarecer uma coisa que talvez meu leitor não saiba, a respeito das autorizações ou fiscalizações. Cada empresa produtora de alimento derivado de carnes ou de leites possui uma autorização para comercializar seu produto em um nível de acordo com as habilitações concedidas pelos órgãos de fiscalização.

Algumas empresas possuem licença para comercializar seus produtos em nível local. Estas empresas possuem um selo ou carimbo em suas embalagens do SIM – Serviço de Inspeção Municipal. Ou seja, os derivados de carne ou de leite ali produzidos são fiscalizados pelas secretarias municipais de agricultura ou órgãos de vigilância sanitária municipais, e não devem ultrapassar os limites do município.

Produtos com inspeções diferenciadas
Outros estabelecimentos se qualificam para produzir e comercializar produtos dentro do Estado. Estes possuem autorização e são fiscalizados pela vigilância sanitária estadual ou por secretarias estaduais de agricultura, que disponibilizam seus fiscais de forma aleatória para realizar inspeções. Seus produtos podem ser comercializados somente dentro das fronteiras estaduais, e o selo nas embalagens identifica o produto com a sigla SIE – Serviço de Inspeção Estadual.

Mas os produtos elaborados por empresas de classificação nacional são fiscalizadas pelos órgãos nacionais, tais como o Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura. Seus selos de comprovação nas embalagens identificam o SIF – Serviço de Inspeção Federal. Neste caso, como o volume produzido é razoavelmente grande, os fiscais permanecem em tempo integral no estabelecimento, desde o início até o encerramento do processo de produção. Neste caso, há permissão para comercialização em todo o território nacional, inclusive com autorização para exportações, quando se qualifica com adequações exigidas pelas autoridades sanitárias federais e do país de destino.


As compras no supermercado devem ser
um momento de atenção
É assim que funciona. Portanto, se você está desconfiado com os produtos que compra nos supermercados, se comprou algum queijo com data que ainda não entrou em produção, como o “queijo do futuro” encontrado na fiscalização desta semana, a confiabilidade também pode ser uma questão de marca e de origem. E a prateleira de seu supermercado pode revelar a idoneidade ou não de seu produto favorito. Espero que estas informações sejam relevantes para a sua próxima compra.  

2 comentários:

Attico CHASSOT disse...

Meu cara Jairo,
Soubeste em meio à fartura de assunto bem escolher um que apresenta estranha gordura.
Um abraço desce Cuiabá de teu leitor que sempre aprende quando visita teu blogue,
Attico Chassot
Mestrechassot.blogspot.com

Attico CHASSOT disse...

Meu cara Jairo,
Soubeste em meio à fartura de assunto bem escolher um que apresenta estranha gordura.
Um abraço desce Cuiabá de teu leitor que sempre aprende quando visita teu blogue,
Attico Chassot
Mestrechassot.blogspot.com