14 dezembro 2008

CUIDADO COM O FINAL DE ANO II

Mais uma vez retomo o título de minha blogada do último dia 02 de dezembro para alertar sobre os perigos a que todos nós estamos expostos no final do ano.

Sob a minha lente de análise, não que devamos estar atentos aos quilos a mais que se possa engordar com os deleites das ceias natalinas, onde alguns se empanturram com perú e pernil regado a cerveja, enquanto outros mal possuem um quilo de arroz prá colocar no fogo, ou como o conhecido banquete de ano novo, onde a tradição recomenda que se coma carne de porco porque o dito animal "fuça prá frente". Aliás, lembro de um ano novo em que comi uma sobra de galeto à meia-noite (um galeto que havia assado ao meio-dia, e que estava muito bem temperado e com gosto especial de alecrim) enquanto minha mãe me exorcizava: "Filho, não come carne de galinha no ano novo porque esse bicho "cisca prá trás"". Pois bem, comi a carne de frango e aquele foi um dos melhores anos de minha existência.

Também não me preocupa aqui e agora o trânsito nestes dias de festa, que realmente é acometido sobremaneira de irresponsáveis ao volante que, por se excederem no consumo do álcool, droga disfarçada sob a forma de frascos elegantes e vistosos, crêem estar acima do bem e do mal.

O perigo que mais me preocupa nestes momentos que antecedem o final de ano é aquilo que nossos nobres deputados e senadores estão a votar no apagar das luzes do Congresso Nacional. Todos os anos fico atento à pauta de votação daquela casa, dita por todos os que ali convivem "casa do povo". Mas parece que na maioria das vezes o povo está dali muito distante, pois nem mesmo os seus representantes dele se lembram nestes momentos. Sendo assim, votam as mais revoltantes propostas se aproveitando das galerias vazias, em dias onde o povo está ausente em busca de presentes e envolvido com as tais festas.
Pois desta vez não é diferente. Mais uma proposta indecorosa é remetida para aprovação no Senado no apagar das luzes de 2008. A proposta dispõe sobre as câmaras de vereadores e sua representatividade em relação à população municipal. Ou seja, pasmem os leitores: serão criadas cerca de 7.500 vagas de vereadores em todo o país para as próximas eleições. Mesmo que seja regulamentada a representatividade, fica a pergunta: você crê que alguma coisa vai mudar em seu município com inclusão de mais nomes no rol dos edis municipais? É claro que não. Uma das coisas que mais vejo aprovarem em câmaras municipais são homenagens e aprovação de "títulos de cidadãos". Aqueles títulos que são conferidos a pessoas importantes da comunidade. Não que isso não seja relevante e que alguns não as mereçam. Mas daí a aprovar a concessão destes títulos todas as semanas, convenhamos, não? De uma coisa há a certeza: as despesas com o legislativo municipal aumentarão e o povo será conclamado a contribuir com um IPTU mais generoso.

Fiquemos atentos à esta PEC 333/04 (Proposta de Emenda à Constituição) que está sendo enviada para o Senado votar nos próximos dias. Um dos relatores da proposta é o deputado estadual Pompeo de Mattos, que num primeiro momento buscava limitar as despesas das câmaras de vereadores tão somente. Mas, os aditivos trazidos por outros deputados levaram a esta salada de frutas, onde se percebe uma ação corporativista sem precedentes, pois todos querem acomodar seus correligionários em alguma "boquinha", nem que seja nos municípios.

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