30 agosto 2009

A INDISCIPLINA NA PROPOSTA DE CHASSOT

As queixas são muitas em relação à indisciplina de nossos alunos. E o grande desafio que se faz é como lidar com esse tipo de comportamento. E se a indisciplina é um comportamento avesso à ordem da Escola, adotar uma nova postura docente pode ser imperativo nesses tempos. Para tanto, uma insurgência às regras estabelecidas no fazer educação foi a proposta trazida pelo Professor Attico Chassot no sábado, dia 29 de agosto, na palestra proferida na Escola Factum de Porto Alegre. Graduado em Química, Mestre e Doutor em educação pela UFRGS, pós-Doutor pela Universidade Complutense de Madri, Chassot foi inicialmente apresentado pela Diretora Pedagógica Rita Townsend.

Intitulada “DAS DISCIPLINAS À INDISCIPLINA: OLHANDO A CIÊNCIA PELO LADO AVESSO”, a fala do professor Chassot trouxe uma mensagem inicial homenageando o ano Darwiniano de 2009, onde se comemora o bi-centenário do nascimento do pai da Teoria da Evolução.

Depois, chamando a atenção para a evolução da Tecnologia, observou a velocidade com que surgiram algumas novidades nos últimos 100 anos, tal como: há 5 anos não conhecíamos o Pen-drive e o MP4, há 20 anos não sabíamos o que era um Fax, um CD ou um aparelho celular, e que o surgimento dos primeiros veículos (avião, automóveis) data de cerca de 100 anos.

Na seqüência, o Professor Chassot convidou os docentes da Factum a observarem o mundo sob dois óculos distintos: o da Religião e o da Ciência. Enfatizou ele que para observarmos o mundo pela ótica da Religião é essencial a Fé. Já, a exigência que nos faz a Ciência para que possamos observar o mundo sob sua ótica, é o uso da Razão.

Segundo o palestrante, a última grande invenção da Ciência, efetivamente, foi a Raio Laser em 1963. De lá para cá, os inventos subseqüentes, em sua grande maioria, foram aperfeiçoamentos desse constructo: o aparelho celular, o Fax, o CD, o DVD, MP3. etc...
E ao perguntar "Por quê a Ciência teve esse entrave a partir daí?", sem que houvessem significativas contribuições desde então, Chassot considera que a mesma tenha se submetido a uma crise. Uma crise que Thomas Kuhn já ressaltara em sua obra “A Estrutura das Revoluções Científicas”: “Fazer Ciência é montar um quebra-cabeças, mas onde faltem ou sobrem peças”.

Paul Feyerabend também foi trazido pelo Professor Chassot, em sua obra “Contra o Método”, onde o mesmo observa a importância da aceitação da quebra das regras gerais na aceitação de paradigmas. Diz ele que “Qualquer idéia, embora antiga e absurda, é capaz de aperfeiçoar nosso conhecimento.”

Chassot enfatizou aos docentes da Escola Factum algumas atitudes importantes nessa concepção da Indisciplina. Precisamos “ensinar menos” e “instigar mais a curiosidade” em nossos alunos, pois o conhecimento hoje já não é mais um privilégio da Escola ou dos professores. Ele está disseminado em vários espaços, principalmente nos veículos de comunicação. Por isso, é necessário “entrar nas outras disciplinas”, “trazer conhecimentos dessas disciplinas para dentro de nossos conteúdos” e “negar a própria disciplina, transgredindo suas fronteiras”.

Finalizando sua fala, Professor Chassot se colocou à disposição dos presentes para possíveis questionamentos e disse da satisfação em estar presente num ambiente onde a educação é uma preocupação constante. A Diretora Pedagógica da Factum agradeceu e salientou a importância da contribuição trazida pelo Professor Chassot.

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