28 abril 2010

COMO SALVAREMOS O PLANETA?

Separar lixo, economizar água, deixar o carro em casa. Tudo isso ajuda. Mas o que vai salvar mesmo o planeta do aquecimento tem nome: tecnologia e atitude

Quem nunca ouviu falar em aquecimento global provavelmente não mora nesta galáxia. O tema vem rendendo os mais acalorados debates do momento (literalmente). Ok, o mundo está mais quente, isso é incontestável.

Apesar de você não agüentar mais ouvir falar que em pouco tempo sua vida ficará cada dia mais infernal, diga a verdade: você diminuiu o tempo do seu banho por causa do consumo de eletricidade? Trocou o carro pela bicicleta para reduzir a poluição? Parou de comprar produtos de empresas vinculadas ao desmatamento? Doou dinheiro a alguma sociedade de proteção à natureza e aos animais? Parou de comer carne?

É bem possível que você não tenha adotado nenhuma dessas medidas na vida prática. E ainda assim deseje com ardor que a Terra tenha salvação. Se o mundo está entrando em colapso, como afirmam vários dos cientistas mais alarmistas, então por que você não faz a sua parte? E será que, mesmo se não mudarmos os hábitos dramaticamente, o planeta tem salvação? Sim, até tem.
É o que você vai descobrir a partir de agora.

A SOLUÇÃO

A tese vem de Ted Nordhaus e Michael Schellenberger, chamados pós-ambientalistas americanos. Os dois sacudiram o mundo dos ecologistas em outubro passado com o livro Break Through: From the Death of Environmentalism to the Politics of Possibility ("Break Through: Da Morte do Ambientalismo para a Política da Possibilidade", sem edição em português).
Em outras palavras, não é que você vai deixar de andar de carro. É que daqui a alguns anos ele vai ou rodar com álcool produzido a partir de uma planta qualquer (de maneira mais eficiente que a cana-de-açúcar) ou a eletricidade. E essa eletricidade não virá das poluentes usinas de carvão e petróleo, que são responsáveis por 25% das emissões de CO2 do mundo, mas, sim, de usinas que captam a energia solar, eólica ou de hidrogênio.

A nova receita para salvar o mundo, dizem Nordhaus e Schellenberger, é investir com vontade em novas tecnologias. Algumas foram inventadas, mas precisam de ajustes para ser economicamente atraentes. Já outros desafios para diminuir o impacto negativo do homem no ambiente demandam pequenas revoluções tecnológicas.

De uma forma ou de outra, é preciso muito dinheiro para obter grandes avanços no curto espaço de tempo que temos. Nordhaus e Schellenberger acham que os EUA, como maiores poluidores histórico, devem dar o exemplo e até orçam o investimento: US$ 300 bilhões em apoio a pesquisas, nos próximos 10 anos.

Seria o equivalente em valores a um novo projeto Apollo, iniciativa americana que colocou o homem na Lua em apenas 8 anos e teve como subprodutos tecnologias que usamos até hoje. Os outros países deveriam fazer o mesmo.

Não que o investimento privado em pesquisa deva ser descartado. Várias empresas estão fazendo sua parte, especialmente agora que a mudança para um comportamento sustentável não só é bom para publicidade mas pode reduzir custos.

Uma gigante do ramo de higiene pessoal mudou o formato das embalagens de um xampu, economizando o equivalente a 15 milhões de recipientes por ano; várias empresas de coleta de lixo do mundo estão não só reciclando como também transformando os dejetos orgânicos em combustível por meio de miniusinas; shoppings estão trocando seus vasos sanitários por novos modelos que consomem 6 litros de água por descarga (cerca de 5 vezes menos que os modelos domésticos).

Esses avanços tecnológicos pontuais são louváveis, mas para o rumo do planeta mudar é preciso fazer investimentos mais ambiciosos.

E você? Também está fazendo a sua parte?

Fonte: Com conteúdos extraídos da Revista Superinteressante

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