13 setembro 2014

O SIGNIFICADO DA MÚSICA PARA MIM



A música me deu verdadeiros amigos
A música sempre teve um grande significado em minha vida. Esta afirmação não é assim tão simples para mim, pois desde que iniciei os estudos de música, sob a influência de minha mãe, aos nove anos de idade, consegui observar o mundo de outra forma. A maioria das pessoas gosta de música, outras apreciam como se degustassem algo muito saboroso, e outras ainda, exacerbam esse interesse aprofundando-se na pesquisa de ritmos e melodias.

Pela música fui, sou e sempre serei influenciado. E ela foi um grande catalisador de novas amizades. E querem que lhes diga? A maioria das amizades que a música me proporcionou foram verdadeiras e sinceras. Talvez se quisesse rememorar neste momento todos os amigos que de mim se aproximaram por causa da música, seriam exíguas estas páginas para tal intento. Também correria o risco de injustamente deixar de nominar alguns deles. E isso eu quero evitar.

Bruno Montanari e seu conjunto
Pelos vários lugares onde habitei, por conta dos desafios que a vida foi me impondo ao longo das décadas, arregimentei amigos por causa da profissão, mas muito também pelo gosto que tinham pela música. E numa parte desta trajetória, o oeste catarinense foi um de meus cenários importantes na convivência com pessoas que tem a música por ofício e adoração. Mais apropriadamente, em Concórdia, convivi com pessoas de muito significado para mim nas questões musicais. Uma terra fértil no cenário musical, onde fui tomado de espanto pela quantidade de grupos que se formaram ali. Lembro, por exemplo, de “Hélio Rigotti” e sua esplendida banda, que agora me foge o nome. Também “Os Montanari”, com a maestria de seu precursor Bruno Montanari, sucesso em todo o país.

Ao trabalhar na empresa que alavancava a cidade, a indústria alimentícia Sadia, que hoje compõe o grupo BRFoods, conheci pessoas como Noé de Vargas, que possui a música no sangue. Me chamava a atenção o Noé porque o violão ele carregava no banco traseiro do seu Opala Verde, e que, sem qualquer constrangimento, onde surgisse a oportunidade, sacava-o para improvisar versos de milonga de homenagem ou para dar recados em assuntos do dia-a-dia.

Antoninho da Fronteira, cantor do oeste catarinense (1930-2014)
Mas um outro músico que muito me cativou no período em que lá morei, foi um moço chamado “Antoninho da Fronteira”. Radialista, compositor e intérprete, tio de Noé de Vargas, possuía um dom que poucos conseguem desenvolver. Com muita humildade, sorriso sempre aberto, desfiava seus versos encantando a todos. Antoninho ficou conhecido pelo estilo Gildo de Freitas e Teixeirinha que criou no oeste catarinense. A música parecia fazer parte de sua respiração, como o seu oxigênio para viver. Entre as composições mais conhecidas do Antoninho estão “Pobre de dinheiro, mas rico de amizade”, “O fim do Salão do Serafim”, “A Kombi do Zé”, “Saudade da minha terra” e “O Rio Grande está me chamando”.

E assim se foi "Antoninho da Fronteira". Neste dois de setembro nos deu “Adeus”, deixando a saudade dos seus versos e do violão que o acompanhava. Gravou discos e CDs, além de um DVD que acalentou em sonho durante muitos anos, e que se tornou realidade em 2009. O que fica para mim, assim como para seus fãs, é mais uma lição de vida de quem teve na música o significado de uma existência. Antoninho da Fronteira, muito obrigado pelo legado que nos deixa.

2 comentários:

Attico CHASSOT disse...

Meu caríssimo Jairo,
é muito significativo que, mesmo te conhecendo Há alguns anos, desconhecesse a importância da música na tua história. Mesmo que, em raras oportunidades tenha te visto musicalizando não sabia da importância que atribuis à musica e muito menos do significado dela na tua história.
A manhã meu blogue vai falar de SUA MAJESTADE O VIOLÃO.
Vale mesmo, a cada semana chegar ao teu blogue,
A admiração do
Achassot
Mestrechassot.blogspot.com

Prof. Jairo Brasil disse...

Meu caro Chassot. A música sempre me foi um elemento inspirador, donde extraí forças para situações onde necessitei entender fatos e pessoas. A música ao longo dos anos se tornou meu combustível.