O brinquedo Montanha Russa permite vivenciar as
forças centrífugas e centrípetas
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Em meus tempos de Ensino
Médio, quando por primeira vez tive contato com as Ciências Exatas, uma das
coisas que mais me intrigava eram alguns modelos antagônicos da Física, por
exemplo. E uma delas eram as pressões sofridas por um corpo por causa de
movimentos circulares, tanto no sentido de puxar para o centro da trajetória
quanto no sentido de empurrar para fora. Eram as chamadas “Força Centrípeta”,
que puxa para dentro, e “Força Centrífuga”, que empurra para fora.
Depois, quando me envolvi
com o Desenho Técnico, outros elementos construtivos se sobressaíam e também me
catalisaram: as superfícies “côncavas” e as superfícies “convexas”. Em termos
de uso para lentes, por exemplo, o resultado é fantástico, pois uma amplia a
imagem e outra comprime. Enquanto a superfície côncava se curva para dentro, a
convexa se curva para fora. Uma questão de “Ótica” enquanto ciência.
Na ciência Ótica as lentes Côncava e Convexa ampliam e reduzem imagens |
Mas porque estou aqui hoje
destacando estes conhecimentos científicos, que muitos de vocês certamente
pouco valor vão debitar? Quero lhes dizer que com isso aprendi a analisar “os
extremos”: força centrípeta X força centrífuga; superfície côncava X superfície
convexa.
Mas e onde está a importância
de tudo disso?
Pois bem, na medida em que
a idade foi avançando percebi a existência destes extremos também na vida da
sociedade. Ou seja, na vida social podemos comprovar essa mesma realidade. Nesta
semana, dois eventos que tomaram as notícias nacionais me remeteram àquela época
em que me envolvi com estas questões de Física e de Ótica.
A esposa do ex-governador Sérgio Cabral, presos no RJ, recebeu um
anel de cerca de 400 mil reais de propina de empreiteiro
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A primeira foi o depoimento
do empreiteiro Fernando Cavendish relatando a compra, a pedido do governador
Sergio Cabral, de um anel de 220 mil euros (cerca de 846 mil reais) para
presentear a primeira dama carioca, sua esposa Adriana Anselmo. Um valor que
espanta qualquer um de nós mortais que vive correndo atrás da sobrevivência dia
após dia.
Mas como sempre, assim como
esse caso absurdo do anel presenteado, havia o “convexo”, ou a “força centrípeta”;
ou ainda, o outro extremo.
Na mesma semana, na capital
de Goiás, dona Celina Lopes Teixeira, dona de casa desempregada e há dez anos
sofrendo de dor de dente, apanhou um alicate e num ato de desespero pela dor sofrida
tomou uma atitude radical: arrancou os dois dentes que lhe incomodavam. Fez
isso depois de perambular por inúmeras unidades médicas da capital goiana sem
conseguir atendimento.
Desesperada pela dor
dona Celina Lopes Teixeira arrancou os dentes
com um alicate
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Pois nestas duas notícias
da semana, ali estavam os “extremos”... Imaginem fazermos uma “experiência bizarra”
para ver o resultado; o que diria dona Celina se fosse presenteada com um anel
de quase quatrocentos mil reais, e a mulher do ex-governador, se diante de
imensa dor fosse obrigada a arrancar os dentes por falta recursos financeiros e
de atendimento na rede pública?
Pois bem, isso fica mesmo
somente na minha imaginação... Não sei se na de vocês também...
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