04 dezembro 2011

DENÚNCIA: EM DEFESA DA FAZENDA GUAJUVIRAS

Quem mora em Canoas não pode ignorar as mudanças pelas quais a cidade tem passado, principalmente pelas boas obras proporcionadas pela nova administração do prefeito Jairo Jorge. A limpeza da cidade é evidente, com melhorias visíveis em praças, ruas e calçadas.

Mas uma outra mudança ocorrida na cidade tem trazido preocupação, principalmente para a população que admira o verde e se preocupa com as poucas áreas preservadas que ainda sobram no município. A ganância imobiliária que se expande por Canoas é de assombrar. Não há mais lugar nos semáforos da BR-116 para tantos entregadores de panfletos de divulgação de novos empreendimentos imobiliários.
E a prefeitura do município parece inerte nestas questões. Aliás, tem contribuído para expandir essa fúria imobiliária, parcelando terras e destinando alguns lotes para projetos especiais sem sequer consultar a população. Foi o que ocorreu ainda no governo Yeda Cruzius em 2010 com a disponibilização de área para construção do Presídio de Segurança Máxima.

Agora, mais vez a prefeitura do Partido dos Trabalhadores, administrada pelo prefeito Jairo Jorge, toma uma medida sem consultar a população: a criação do projeto Parque Canoas de Inovação, o chamado “PCI”. O que restou da Fazenda Guajuviras vai ser leiloado à iniciativa privada em nome do progresso e do crescimento de Canoas. Tudo como em outras vezes já se viu: lotes doados para construção, máquinas operatrizes a disposição e isenção de impostos por longa data. É muito fácil lidar com o patrimônio do povo, utilizando-o em prol das futuras campanhas eleitorais. Só não vê quem não quer!
Canoas não precisa de mais uma área industrial. Prá quem não conhece, basta observar algumas áreas criadas para abrigar empresas em anos passados, e que estão subutilizadas: a Frederico Ozanan, a Berto Círio, a Niterói e outras mais. Basta que se faça uma reavaliação destas áreas e utilizá-las de forma mais racional. O projeto do PCI tem como protagonista o ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, Jaime Lerner, que cobrou uma quantia milionária pela elaboração, conforme denúncia do Jornal “O Timoneiro” em sua última edição. Diz ainda aquele semanário, o único oposicionista na cidade, já que o executivo municipal arrebanhou toda a oposição do legislativo para suas hostes nos últimos meses: “Localizado na Fazenda Guajuviras, área de 500 hectares de mata, na região nordeste de Canoas, o CI é, segundo o que diz a prefeitura, um parque de inovação que alia empresas, talento e criatividade com os principais setores econômicos da região. Vale lembrar que a fazenda é uma área de preservação ambiental que vai sofrer uma série de intervenções nocivas à sua integridade devido à decisão da prefeitura de instalar um presídio e um parque industrial nas suas dependências".

Basta de desmatamento, de torres empresariais, de condomínios horizontais e de projetos mirabolantes em nome do progresso. O que Canoas quer é melhoria na Saúde, Educação e Segurança Pública. Temos o segundo maior PIB do Estado e o que precisa é uma maior participação dos empresários com a responsabilidade social, auxiliando a prefeitura e beneficiando uma população que merece mais atenção da classe empresarial, por tudo que lucraram durante muitos anos na exploração dos recursos que o município lhes proporcionou. Cadê a família Stefani, a família Biazus, a família Baja das lojas do Centro e muitas outras influentes da cidade? Será que precisamos de mais empresários para explorar os recursos naturais que ainda restam em nossa cidade? E o que vai sobrar para nossos filhos e netos? Só concreto e ruas calçadas?

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