Mais uma vez os Candidatos de Ocasião aparecem |
Mais um ano eleitoral se aproxima. Embora
tivéssemos mergulhado no século passado em uma ditadura militar que nos alijou
da escolha de representantes, posso lhes afirmar que já possuo um certa
experiência neste quesito. Já fui inclusive mesário, tão logo retomamos a
escolha direta de representantes municipais e estaduais. Lembro bem de quando
fui convocado para trabalhar na seção eleitoral da escola municipal Duque de Caxias, ali na
esquina da rua Monte Castelo com a Clemente Pinto. Era o tempo ainda do escrutínio em voto papel, onde se podia marcar a caneta o candidato preferido, ou por protesto anular e votar em branco.
Mas não é desta experiência que desejo
falar. Quero sim tratar dos candidatos, principalmente nestas etapas nacionais
em que se escolhem nossos representantes do Legislativo estadual e federal. E o
que mais vi em minha vida de eleitor foi o que costumo chamar de “candidatos de
ocasião”, aqueles que dão as caras somente quando há um momento propício para
tanto. E é aí que mora o perigo, e que o povo acaba vítima de um grande engodo.
Principalmente candidatos que se valem dos meios de comunicação de massa. E tem
de tudo: cronistas esportivos do óbvio, comentaristas de notícias conduzidas,
animadores de programas policiais e tantos outros.
O eleitor gaúcho aposta nos Candidatos midiáticos de Ocasião |
Podemos elencar inúmeros “lacaios” locais que
fizeram do estado gaúcho um dos mais mal representados de nosso país. Entre
tantos, constam personagens como Mendes Ribeiro, Antonio Brito, Yeda Cruzius,
Sergio Zambiasi e, por último, Ana Amélia Lemos. Sem contar ainda Mendes
Ribeiro Filho e Paulo Borges, o homem do tempo. E não para por aí. Em breve
teremos novidades que posso antecipar. As já anunciadas candidaturas de Lasier Martins, comentarista que tomou um cartão vermelho do Ministério Público por antecipar a propaganda eleitoral, e a de André Machado, outro jornalista que apresenta o Chamada Geral. Vem aí também, Paulo Brito a deputado estadual,
aquele locutor esportivo que me faz cochilar mesmo num clássico gre-nal pegado.
Também se preparem para o lançamento do gremista convicto Cacalo e, quem sabe,
até mesmo, toda a turma do programa esportivo Sala de Redação da rádio Gaúcha. Não estranhem toda esta constelação querendo uma "boquinha", respaldados pela maior rede de comunicação da região, mesmo que dissimuladamente ela insista em renegá-los.
E para encerrar este alerta, quero que vejam
o que diz o jornalista e crítico Marco Aurelio Weissheimer, autor do Blog
“RsUrgente”.
Vem aí mais uma "leva" de Candidatos de Ocasião |
“Regularmente, a RBS produz seminários, séries de
reportagens, grandes campanhas para apontar problemas, fazer diagnósticos e
apresentar soluções para o Estado. Não há nada de errado nisso. O que é
questionável é fazer tudo isso omitindo da população as suas próprias escolhas,
crenças e responsabilidades. E a RBS é uma organização que tem data de
nascimento, história e, portanto, passado: apoiou a ditadura, o golpe
civil-militar que derrubou o governo presidente João Goulart, as privatizações
(da saúde, inclusive), o discurso do Estado mínimo (na saúde também), os
desertos verdes, o valor sagrado do mercado, foi contra o desarmamento e, no
início, combateu iniciativas como o Orçamento Participativo, o Fórum Social
Mundial. A linha editorial dos veículos do grupo está sempre pronta a apontar
as mazelas do setor público e a silenciar sobre a responsabilidade do setor
privado pelos problemas estruturais do país. Não é acaso que, na página de Zero
Hora na internet, a editoria de Economia apresente na seção “O Rio Grande que
dá certo” apenas “cases” do setor privado. Não há uma linha sequer sobre algo
vindo do setor público que esteja “dando certo”.
Nossa história é feita de nossas escolhas. Ao omitir as
suas escolhas e as suas respectivas responsabilidades, a RBS alimenta aquele
que pode ser um dos piores pesadelos para uma democracia: a aversão pela
memória e pela história. A empresa, assim como muitas outras no país, tem uma
dívida pesada com a democracia brasileira. Já que parece disposta a antecipar a
campanha eleitoral, poderia também anunciar já quem são seus candidatos e
candidatas e seus respectivos programas.”
Por isso tudo se pode depreender o grande
erro que comete o eleitor menos avisado ao proporcionar crédito aos “candidatos
de ocasião” da maior rede de comunicação local, mesmo que ela afirme
reiteradamente não possuí-los. Abra o olho e fique atento nestas eleições 2014.
Um comentário:
Muito estimado e colega Jairo,
muito bem mostrado qual o maior partido político do Rio Grande do Sul: PRBS.
Está é uma blogada histórica que devia fazer parte de um "Manual de Educação Política."
Com admiração,
attico chassot
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