A música me deu verdadeiros amigos |
A música sempre teve
um grande significado em minha vida. Esta afirmação não é assim tão simples
para mim, pois desde que iniciei os estudos de música, sob a influência de
minha mãe, aos nove anos de idade, consegui observar o mundo de outra forma. A
maioria das pessoas gosta de música, outras apreciam como se degustassem algo
muito saboroso, e outras ainda, exacerbam esse interesse aprofundando-se na pesquisa
de ritmos e melodias.
Pela música fui, sou
e sempre serei influenciado. E ela foi um grande catalisador de novas amizades.
E querem que lhes diga? A maioria das amizades que a música me proporcionou
foram verdadeiras e sinceras. Talvez se quisesse rememorar neste momento todos os
amigos que de mim se aproximaram por causa da música, seriam exíguas estas
páginas para tal intento. Também correria o risco de injustamente deixar de
nominar alguns deles. E isso eu quero evitar.
Bruno Montanari e seu conjunto |
Pelos vários lugares
onde habitei, por conta dos desafios que a vida foi me impondo ao longo das
décadas, arregimentei amigos por causa da profissão, mas muito também pelo
gosto que tinham pela música. E numa parte desta trajetória, o oeste
catarinense foi um de meus cenários importantes na convivência com pessoas que
tem a música por ofício e adoração. Mais apropriadamente, em Concórdia, convivi com pessoas de
muito significado para mim nas questões musicais. Uma terra fértil no cenário
musical, onde fui tomado de espanto pela quantidade de grupos que se formaram
ali. Lembro, por exemplo, de “Hélio Rigotti” e sua esplendida banda, que agora
me foge o nome. Também “Os Montanari”, com a maestria de seu precursor Bruno
Montanari, sucesso em todo o país.
Ao trabalhar na
empresa que alavancava a cidade, a indústria alimentícia Sadia, que hoje compõe
o grupo BRFoods, conheci pessoas como Noé de Vargas, que possui a música no
sangue. Me chamava a atenção o Noé porque o violão ele carregava no banco
traseiro do seu Opala Verde, e que, sem qualquer constrangimento, onde surgisse
a oportunidade, sacava-o para improvisar versos de milonga de homenagem ou
para dar recados em assuntos do dia-a-dia.
Antoninho da Fronteira, cantor do oeste catarinense (1930-2014) |
Mas um outro músico que
muito me cativou no período em que lá morei, foi um moço chamado “Antoninho da
Fronteira”. Radialista, compositor e intérprete, tio de Noé de Vargas, possuía um
dom que poucos conseguem desenvolver. Com muita humildade, sorriso sempre
aberto, desfiava seus versos encantando a todos. Antoninho ficou conhecido pelo
estilo Gildo de Freitas e Teixeirinha que criou no oeste catarinense. A música
parecia fazer parte de sua respiração, como o seu oxigênio para viver. Entre as
composições mais conhecidas do Antoninho estão “Pobre de dinheiro, mas rico de
amizade”, “O fim do Salão do Serafim”, “A Kombi do Zé”, “Saudade da minha terra”
e “O Rio Grande está me chamando”.
E assim se foi "Antoninho
da Fronteira". Neste dois de setembro nos deu “Adeus”, deixando a saudade dos
seus versos e do violão que o acompanhava. Gravou discos e CDs, além de um DVD
que acalentou em sonho durante muitos anos, e que se tornou realidade em 2009. O
que fica para mim, assim como para seus fãs, é mais uma lição de vida de quem
teve na música o significado de uma existência. Antoninho da Fronteira, muito
obrigado pelo legado que nos deixa.
2 comentários:
Meu caríssimo Jairo,
é muito significativo que, mesmo te conhecendo Há alguns anos, desconhecesse a importância da música na tua história. Mesmo que, em raras oportunidades tenha te visto musicalizando não sabia da importância que atribuis à musica e muito menos do significado dela na tua história.
A manhã meu blogue vai falar de SUA MAJESTADE O VIOLÃO.
Vale mesmo, a cada semana chegar ao teu blogue,
A admiração do
Achassot
Mestrechassot.blogspot.com
Meu caro Chassot. A música sempre me foi um elemento inspirador, donde extraí forças para situações onde necessitei entender fatos e pessoas. A música ao longo dos anos se tornou meu combustível.
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