TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NÃO É ADVOGADO TRABALHISTA

Um comportamento que se percebe corriqueiramente junto aos alunos de Segurança do Trabalho, assim como nos técnicos de segurança do trabalho recém saídos das escolas é a preocupação demasiada com a legislação trabalhista, como se não saber estes conteúdos fosse uma demonstração de ignorância na área de atuação. Aqueles técnicos que já atuam há um bom tempo em empresas sabem do que estou falando. Vai aqui um aconselhamento a estes profissionais estreantes.

Imaginem se a um profissional de Enfermagem, atuando em hospital de uma grande capital, fosse imputada a responsabilidade de conhecer todos os sintomas dos pacientes e para quais enfermidades são indicados os medicamentos que o mesmo está ministrando a eles. Certamente seriam postos em dúvida a atuação dos profissionais de medicina, cuja responsabilidade é justamente prescrever medicação adequada aos pacientes em função da doença diagnosticada. Cabe tão somente ao profissional de Enfermagem identificar a dosagem indicada pelo médico, a melhor maneira de administrar o medicamento e observar e informar as possíveis reações do paciente.

Da mesma forma deve agir o profissional de Segurança do Trabalho. Cabe a ele atuar na Prevenção de Acidentes e na sensibilização constante dos funcionários, fazendo uso da legislação adequada, de maneira primordial as Normas Regulamentadoras criadas para este fim. Aspectos de legislação trabalhista estão identificados com os profissionais das ciências jurídicas. Não que estes técnicos daqui para frente devam se alienar à realidade da lei trabalhista. Mas, tenho notado que muitos alunos buscam nos professores de nossos cursos conhecimentos cuja área de competência é do Direito, menosprezando o conteúdo das NRs e das NBRs, tão indispensáveis no dia-a-dia.

Na minha opinião, é muito importante que mantenhamos o foco em nossas atuações docentes nos cursos técnicos.