25 janeiro 2009

O COMPROMISSO DE LER E ESCREVER

Você por acaso já se perguntou: de quem é a culpa de os alunos não saberem ler e interpretar textos? Ou, de quem é a culpa de os alunos não saberem escrever, ou desenvolver de forma correta uma frase ou um parágrafo, abordando determinado conteúdo que já tenham lido? A resposta muitas vezes é a mesma e indubitável para a maioria: a culpa é do professor de Português! Correto?

Eu também já fui partidário da imputação da culpa nestes pobres docentes. Afinal, se o professor de Português não ensinar desde os primórdios da educação básica a ler e a escrever corretamente, certamente estas deficiências irão aflorar nas séries mais avançadas. Aliás, esta deficiência irá aflorar em todos os momentos, pois os alunos não conseguem ler, interpretar e escrever em qualquer das disciplinas, seja na área de humanas como na de exatas. Professores de todas as áreas observam grande dificuldade por parte da maioria dos alunos na leitura, interpretação e escrita de textos. Também nos cursos técnicos podem-se observar a dificuldade de alunos na leitura, interpretação e escrita de textos técnicos. E a culpa é do professor de Português! Correto?

Não é o que diz o Núcleo de Integração Universidade & Escola, da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em obra publicada em 1998, e já em sua 4.a edição, o NIUE destaca que ensinar a ler e a escrever são tarefas da escola, desafio indispensável para todas as áreas/disciplinas escolares, uma vez que ler e escrever são os meios básicos para o desenvolvimento da capacidade de aprender e constituem competências para a formação do estudante, responsabilidade maior da escola.

Li e recomendo a todos aqueles que se envolvem no fazer docente, e a quem possa interessar, a obra do NIUE intitulada "Ler e Escrever: compromisso de todas as áreas". Os textos muito bem selecionados corroboram através da experiência de especialistas nas mais diversas áreas, que a responsabilidade da formação do aluno leitor / escritor não é exclusiva do professor de Português. Alertando para esta discrepância que há tempo permeia a concepção de alguns críticos da educação, o Núcleo da UFRGS reitera que o que se deseja é que estudantes, e também professores, possam constituir-se como leitores e produtores de textos. Professores e alunos leitores são capazes de produzir a sua escrita, a sua comunicação no mundo, são a chave de qualquer possibilidade de mudança nas práticas tradicionais e repetitivas de leitura e escrita. Para isso, todos os professores, não só o de Português, mas também os de Geografia, Matemática, História, Música, Ciências, Educação Física, Língua Estrangeira, Literatura, Arte, precisam assumir seu papel de mediadores de leitura e escrita.

Mas, por quê trouxe à baila este assunto neste espaço? Porque pretendo me penitenciar perante meus leitores, pelo lapso cometido na última publicação: "Análise de acidentes de trabalho fatais no RS". Ao me referir ao livro presenteado pelo Dr. Roque Puiatti na última semana, pressupunha que o mesmo pudesse me trazer tédio em sua leitura. Por isso, achei que deveria me utilizar do adjetivo "entediante" para descrever este sentimento. Ao escrevê-lo, entretanto, utilizei um grafia incorreta, resultando em "intediante".

Por acreditar na responsabilidade daqueles que publicam suas visões e seus pensamentos, e de que ao disseminar o conhecimento é dever atentar para a correção na exposição, gostaria de me desculpar com todos aqueles que me previlegiam com seu precioso tempo. Prometo uma maior vigília com relação às futuras publicações.

Um comentário:

Anônimo disse...

Prezado Jairo,

Gosto muito de ler o teu blog, sempre com temas pertinentes e provocadores de reflexão. Um 2009 de muita inspiração!

Cristiane