A transformação de um sujeito pode se dar de várias formas, às vezes para o bem, às vezes para o mal. É evidente que todos nós docentes buscamos a transformação dos sujeitos com os quais lidamos sempre para o bem. E para isso somos crédulos de que o agente transformador é a educação. E a redenção pela educação já é realidade em países de vários continentes, tais como a Coréia do Sul no continente asiático, entre outros. Mas, meu objetivo nesse momento não é exemplificar os casos mais significativos. O que me coloca a frente da tela hoje é o evento do qual participei essa semana em instituição de ensino superior da região, a Feevale de Novo Hamburgo. Ali aconteceu o Seminário de Desenvolvimento, Trabalho e Educação Profissional, no período de 24 a 26 do corrente, tarde e noite.
Além da participação de autoridades municipais e estaduais da política e expoentes da educação, tivemos empresários, educadores e representantes do governo federal. Um público de alunos e docentes das mais diversas regiões do Estado prestigiaram o evento, assistindo especialistas e compartilhando conhecimentos na área da educação profissional. Algumas instituições de relevante contribuição na formação profissional se fizeram representar, tais como SENAC, SENAI, SEBRAE e Fundação Liberato.
Procurei estar presente, e isso é lógico, dentro daqueles momentos que mais me trouxessem contribuições na área pedagógica, pois essa era minha intenção desde a inscrição. E um desses momentos foi permeado de imensa satisfação e prazer, o de ouvir a professora Acácia Kuenzer, por quem nutro imensa admiração e cujos artigos sou leitor há quase um ano. Tive ali a oportunidade de conhecê-la pessoalmente. Pessoa de imenso carisma e extremamente simpática. Fui capturado por sua eloqüência e pela construção de um pensamento muito bem estruturado, ao abordar a formação de professores e a pedagogia das competências. Eu que já conhecia alguns de seus constructos na abordagem das competências, me fiz mais uma vez fã inconteste de seu discurso. Ao final da fala não me contive, e num surto de tietagem solicitei o registro de nosso encontro, o que de pronto ela acedeu. Aliás, ressaltou: “Meu querido Jairo, aproveite, pois não é sempre que se tira uma foto com a bibliografia”.
Gostaria de falar para muitos de meus alunos, porque sou um admirador de pessoas como a professora Acácia Kuenzer. Essa admiração não é gratuita, pois talentos como esses não nascem todos os dias em nosso país. Pessoas que pensam a educação de forma tão clara e distinta, e que fazem disso um ideal de vida, necessitam de maior valorização.
Alguns pontos de sua fala me chamaram a atenção, dentre tantos. O primeiro foi quando relatou sobre a flexibilização de moradia de que tem sido vítima, pois dificilmente passa um período extenso em casa. A convivência com muitas demandas tem feito com que sua rotina envolva pernoite, café da manhã e outras refeições em diferentes ambientes, pouco tempo disponibilizando à família.
Mas o ponto da fala da professora Acácia em que mais estive absorto, foi quando enfatizou o quanto nossos jovens possuem ausência de um projeto de vida e estão imiscuídos de um imediatismo absoluto, em conseqüência das nuances do capitalismo pós-moderno, que incessantemente convida para uma vida efêmera e que deve ser aproveitada aqui e agora. Segundo ela, isso tem como conseqüência um descrédito total dos jovens nos projetos da Escola. Deste modo, a figura do professor é desvalorizada e a inspiração maior está em carreiras com velocidade de resultados e pouca durabilidade, destacando-se aí as de modelo e jogador de futebol.
O Seminário de Desenvolvimento, Trabalho e Educação Profissional teve seu encerramento no sábado, dia 26 de setembro, com uma conferência reunindo autoridades do governo federal (Ministério da Educação e do Trabalho e Emprego), do governo municipal de Novo Hamburgo(prefeito Tarcisio Zimermann) e representantes de instituições de educação profissional da região. Foi um excelente momento para reflexão sobre o significado da educação para o futuro da região e do Estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário