O Consumo é uma prerrogativa que perpassa nossa realidade de forma cotidiana. Somos compelidos cada vez mais a fazer girar a roda da economia. O próprio presidente Lula constantemente tem enfatizado a necessidade de o cidadão brasileiro consumir, para que haja geração de empregos, crescimento da economia e aumento do Produto Interno Bruto. Todavia, esse consumo tem suas conseqüências quando se pensa na utilização dos recursos naturais que o Planeta dispõe. Não há como negar que, quanto mais consumimos mais recursos naturais são necessários para atender a tantas demandas. Mais plástico necessita de mais petróleo. Mais papel necessita de mais madeira. Mais aço ou ferro necessita de mais jazidas de minérios. Mais milho necessita de mais plantações, mais água para irrigação. Mais carne necessita de mais animais, mais pasto e mais água. E assim por diante.
Outro dia numa Palestra sobre Sustentabilidade em escola técnica da região, colocava em pauta o tema da Água Virtual, insumo esse imprescindível nas culturas de plantio e na criação de animais para a indústria frigorífica. O conceito "água virtual" foi criado em 1990 pelo cientista inglês John Anthony Allan. O termo leva em consideração o volume de água utilizado, o quanto do recurso evapora ou fica poluído nos processos de produção. Portanto, quando são atendidas as demandas por alimentos, automaticamente muita água está sendo consumida de forma indireta, pois esse insumo é parte integrante dessas culturas. Para se ter uma idéia, a confecção de um par de sapatos de couro, por exemplo, consome 8 mil litros de água. A produção de um hambúrguer, 2,4 mil litros. O cultivo de algodão suficiente para fabricar uma camiseta consome 4 mil litros do recurso. Cada quilograma de açúcar contém, aproximadamente 1,5 mil litros de água virtual.
Portanto, rever nossos conceitos em termos de consumo é fundamental para o Planeta.
Observo algumas manifestações populares contra a atitude dos governos de países poluidores que pouco tem feito em prol da causa ambiental, como a redução das emissoes de Carbono, durante a reunião que ocorre em Copenhagen, a COP – 15. Convido a quem quiser saber mais sobre a tematica, acesse o Blog do professor Attico Chassot, quando esclarece sobre o evento em sua blogada de dez perguntas e respostas sobre a COP – 15. O link é http://mestrechassot.blogspot.com/2009/12/cop-15-dez-perguntas-e-respostas.html
Mas o que me chama a atenção sobre os protestos é que os manifestantes não tem aludido sobre o comportamento humano, cuja mudança torna-se substancial para uma nova postura. Se não estivermos atentos ao consumo exacerbado, e muitas vezes desnecessário, certamente não teremos como reduzir as emissões de carbono na atmosfera. Toda vez que deixamos de utilizar o transporte público, toda vez que adquirimos produtos que não são imprescindíveis, toda vez que trocamos nosso telefone móvel porque um outro agora possui câmera com “x” mega pixel, certamente estamos contribuindo para o aquecimento global e para o consumo dos recursos naturais que ainda restam.
Infelizmente, a sociedade pós-moderna adquiriu o estigma do individualismo, sepultando o pensamento comunitário e coletivo. Estamos à beira do caos na questão ambiental e sequer cogitamos uma mudança de postura, de forma a recuperar nosso ambiente. O que interessa realmente é atender nossas necessidades e viver intensamente o tempo presente. O futuro não é problema nosso, pois a economia precisa gerar empregos e o PIB nacional tem de crescer. Para isso, devemos consumir cada vez mais, mesmo que o Planeta não suporte tal demanda.
Um comentário:
Meu caro Jairo,
nesse sábado/domingo nossos blogues coincidem no pensar ações ‘cotidianas’ para nos opor ao consumismo. O tema da ’água virtual’ ainda tão desconhecidos está muito bem posto nesta blogada. Entusiasmados parabéns.
Achassot
mestrechssot.blogspot.com
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