ive a oportunidade de pela primeira vez estar na capital capixaba. O roteiro fez parte de uma viagem de negócios ao interior de Minas Gerais, onde minha empresa de consultoria inicia um trabalho de três meses. Partimos de Porto Alegre, eu e o colega consultor Ernani Matschulat, no domingo 04 de julho, ao meio-dia, na aeronave da empresa Azul, com conexão na cidade de Campinas, aeroporto de Viracopos. Esse aeroporto foi plenamente ativado depois do acidente ocorrido com o avião da Tam em Congonhas, e que fez com que a ANAC tomasse algumas medidas de revisão em relação ao uso dos aeroportos brasileiros.Chegamos em Vitória, no Espírito Santo, às 19h30min, onde apanhamos um carro na locadora. Decidimos iniciar o deslocamento rodoviário até onde fosse possível, pois o destino era Aimorés no interior de Minas Gerais. Pousamos em Colatina, cidade do interior capixaba. A ocupação das áreas onde hoje situa-se o município de Colatina tem relação com a lógica da reprodução da expansão
da lavoura cafeeira para as terras de rarefeita ocupação vizinhas ou ao norte do Rio Doce. O nome do município é uma homenagem a Colatina Soares de Azevedo, neta materna de Joaquim Celestino de Abreu Soares, barão de Paranapanema, e esposa de José de Melo Carvalho Muniz Freire, presidente do Espírito Santo de 1892 a 1896 e de 1900 a 1904.Saímos de Colatina na manhã de segunda-feira, dia 05, em direção a Aimorés no interior mineiro, no Vale do Rio Doce. Chegamos na cidade pontualmente as oito da manha, onde nos encontramos com a direção da empresa. Depois de uma reunião de tratativas sobre a rotina a cumprir no desenvolvimento dos trabalhos, visitamos as diversas áreas onde a empresa atua. Denominada "a terra do sol eterno" a ocupação da região onde fica o município de Aimorés teve início em 1856, quando os primeiros posseiros, os irmãos João e Luís de Aguiar e um cunhado de nome Inácio Mançores, vindos da Paraíba do Sul (RJ), chegaram a propriedade do Tenente Francisco Ferreira da Silva, no município de Manhuaçu. Em 1915 passou a chamar-se Aimorés, em homenagem aos primitivos habitantes da terra, os índios botocudos do grupo "aimure/guimaré" (aimoré) e à categoria de município e cidade em 18 de setembro de 1925, sendo important
e considerar que ainda hoje vivem nos arredores de Aimorés descendentes desta tribo indígena.Na parte da tarde, pude conhecer outra cidade historicamente importante da região, Resplendor. Quando a estrada de ferro Vitória-Minas passou a cortar as terras locais, construiu-se uma estação no lugar denominado Resplendor. Com a conclusão da estrada de ferro, alguns dos trabalhadores seguiram com a Companhia, mas muitos deles ficaram por aqui porque gostaram das terras que eram muito férteis. Foi em torno dessa estação que a cidade começou a se desenvolver e, em 1938, criou-se o município, desmembrando de Aimorés.
Mas a melhor parte dessa jornada estava reservada para meu retorno a Vitória, depois de receber a sugestão dos dirigentes da empresa de retornar via férrea. À tardinha fui até a Estação Férrea de Resplendor onde apanhei a composição que me levaria até a capital do Espírito Santo. Uma viagem inesquecível, e que eu jamais imaginava fazer novamente, desde que na década de 1970 fui de São Paulo ao Rio de Janeiro. Os vagões que fazem o percurso Belo Horizonte – Vitória pelo belíssimo Vale do Rio Doce, são
dotados de extremo conforto. Possuem ar condicionado, poltronas estofadas, vídeo com DVD e vagão restaurante. A viagem que iniciou às dezessete horas se estendeu até as vinte e trinta, com o trem serpenteando o Rio Doce desde Resplendor até Vitória.Chegando na capital do Espírito Santo me hospedei num pequeno hotel, para depois na manha seguinte apanhar o vôo que me conduziria de volta a Porto Alegre.
Esta é mais uma das viagens que me marcaram os últimos meses deste prodigioso 2010, cujo marco inicial foi a jornada por Buenos Aires em abril passado. Me alegro em compartilhar esses momentos com os leitores deste blog e sugiro a vocês, quando tiverem a oportunidade, de conhecerem esses lugares.
Um comentário:
Meu caro Jairo,
deleitei-me com tua memorável jornada capixaba. Encontrei uma expressiva coincidência. Depois de já ter estado na maioria dos estados brasileiros, só em novembro último, estive pela primeira vez em Vitória e Vila Velha, onde me encantei entre outras com o Museu da Vale. Especialmente com a história do trem – como filho de ferroviário que soou – que agora fruíste,
Com renovada admiração
attico chassot
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