11 fevereiro 2011

E A ESPERANÇA VENCEU O MEDO (DE NOVO)...

Este é mais um dia histórico, quando outra nação submetida à ditadura por mais de trinta anos consegue sua liberdade: o Egito. E tudo isso por mérito da luta de seu povo, povo esse sedento de um regime governamental que possa levá-lo ao verdadeiro convívio democrático, comum na maioria dos povos do mundo ocidental contemporâneo. Embora a riqueza histórica das pirâmides, muitas edificações e heranças das antigas civilizaçoes que habitaram o delta do Nilo na terra dos faraós, um dos povos mais estudados da humanidade também se fez refém de um regime de exceção, e por longos anos esteve submisso ao autoritarismo.

É mais um regime de força bruta que se quebra, tal como aqueles que por muitos anos se fazem/fizeram presentes em países conhecidos por governantes sórdidos e que não medem/mediram ações covardes para se manter no poder. Pode-se citar vários deles: Iraque, Afeganistão, Coréia do Sul, África do Sul, Vietnam entre outros.

Mas porque essas ditaduras conseguem se manter por tanto tempo, tal qual se manteve em nosso país? Certamente para atender interesses internacionais, principalmente de nações que, às custas do sacrifício de povos explorados em outras partes do planeta, conseguem aumentar seu Produto Interno Bruto na venda de armamentos e na barganha da indústria do petróleo. Foi assim com Fulgencio Batista em Cuba... Foi assim com Sadam Hussein no Iraque... Foi assim com Osama Bin Laden no Afeganistão... Era assim com Hosni Mubarak no Egito... Todos atendendo interesses da maior nação do planeta: os Estados Unidos da América.

Após 30 anos no poder, o presidente Hosni Mubarak, 82 anos, deixou o poder e entregou o cargo ao exército, anunciou o vice-presidente egípcio Omar Suleiman em um comunicado à nação nesta sexta-feira, 11 de fevereiro. Em entrevista a uma rede de TV brasileira, o embaixador do Brasil no Egito, Cesário Melantonio Neto, afirmou que o vice-presidente egípcio também renunciou e quem assume o poder a partir de agora é um conselho das Forças Armadas.

Centenas de milhares de manifestantes reunidos na praça Tahrir, no centro do Cairo, tiveram uma explosão de alegria com o anúncio da renúncia do presidente egípcio, Hosni Moubarak, constaram jornalistas da AFP no local.n Os manifestantes choravam, dançavam e cantavam "Deus é o maior!". Paralelamente, na Tunísia, as pessoas foram as ruas e fizeram buzinaço para comemorar a saída de Mubarak do poder.

Autoridades egípcias confirmaram que Mubarak e a família deixaram o Cairo, pela manhã, em direção ao resort de Charm el-Cheikh, no Mar Vermelho. O resort fica a 250 quilômetros do Cairo. Helicópteros foram vistos deixando a residência oficial do presidente na manhã desta sexta-feira.

Mas algumas coisas diferentes acontecem agora na queda de regimes como o de Hosni Mubarak no Egito. E a primeira delas já se pode ler nas notícias internacionais:

“O governo da Suíça ordenou nesta sexta-feira o congelamento de bens do ex-ditador egípcio Hosni Mubarak e seus funcionários logo depois do anúncio da renúncia, informou o ministro de Relações Exteriores”. "O Conselho Federal (governo) decidiu congelar quaisquer bens do ex-presidente egípcio e de seus funcionários na Suíça com efeito imediato", disse o ministro em um comunicado. Ele acrescentou que o congelamento tem como objetivo "prevenir qualquer risco de apropriação indevida" de ativos do Estado egípcio. De acordo com o porta-voz do ministério suíço de Relações Exteriores Lars Knuchel, o bloqueio entra em vigor imediatamente nesta sexta-feira.

Os próximos dias serão bem interessantes para quem gosta de acompanhar a história política mundial. A grande maioria dos especialistas em relações internacionais sustenta que a queda do regime egípcio detonará um efeito dominó na região, efeito que já havia sido especulado com a revolta na Tunísia há poucos dias atrás e a deposição do ditador Zine El Abidine Ben Ali.

Por isso, a expectativa para os próximos dias é de conflitos e tensões no norte da África e Oriente Médio, quando os regimes ditatoriais e aqueles que os comandam terão dias difíceis. É aguardar pra ver... E VIVA A DEMOCRACIA!!!

2 comentários:

Severino disse...

A esperança é a ultima que morre!

Attico CHASSOT disse...

Meu caro Jairo,
bem posta esta edição de teu reconhecido blogue. As análises do Egito e mais do mundo islâmico são pertinentes. Oxalá – sim, queira Alá – que não emerja mais um estado teocrático.
Com continuada admiração
attico chassot