ado, pra ser um pouco mais complicador. Vejam que até eu recorri ao dicionário para mudar um pouco a linguagem inicial desta edição.Mas toda a mudança implica também em transformação, não é verdade? E essa transformação é uma forma de evoluir e de se atualizar. Principalmente na ciranda profissional, onde as instituições cada vez mais exigem atualização e adequação às novas formas de atuar e de agir no mercado de trabalho. Deve se atualizar constantemente o advogado, pois a dinamicidade das leis é constante. Devem se atualizar os médicos, pois a ciência médica não pára de descobrir novos procedimentos. Deve se atualizar o engenheiro, pois a engenharia descobre projetos ousados e criativos constantemente. Deve se atualizar o professor, pois a quantidade de pessoas que busca formação, cada vez mais exige competência e novas formas de ensinar. E assim por diante.
Ou seja, cada profissão tem suas particularidades e vai evoluindo ao longo do tempo, exigindo do profissional aperfeiçoamento constante. E o que vemos entre os profissionais das mais diversas áreas, é que alguns tem demonstrado evolução e outros estagnação. Há profissionais preocupados em buscar uma performance que os mantenha sempre atualizados e atuando dentro da realidade da época em que vivem. Outros não se deram conta que o tempo passou e vivem no passado. Conheço um dentista, amigo de meu pai, cujo consultório guarda as mesmas características do século passado. Já pelas divisórias de madeira e o sofá na recepção, além das revistas surradas e do porta-guarda-chuvas amassado e riscado num canto, se pode ter a impressão de adentrar um outro período da história.
Da mesma forma tenho observado essa realidade no futebol profissional brasileiro, nos comandantes das equipes que disputam competições acirradas regionais e outras de nível internacional. Figuras públicas que por estarem na vitrine das emissoras de televisão e de rádio, catalisam nossas atenções e muitas vezes são decepcionantes ao emitirem opiniões e se expressarem, ou até mesmo na hora de desabafarem suas emoções.
Uns dos primeiros momentos em que tive a atenção catalisada foi na ú
ltima Copa do Mundo, quando nosso conterrâneo, e ex-capitao da Seleção Brasileira, Dunga demonstrou toda sua irritação com alguns membros da imprensa esportiva. Sem qualquer pudor se meteu aos berros e xingamentos com o repórter, demonstrando total desequilíbrio emocional. Fiquei imaginando como seria a reprimenda imposta por ele a um atleta que cometesse uma falha nas quatro linhas, e comprometesse a equipe com um resultado adverso. O Dunga na Copa da África de 2010 não deu um minuto de sossego aos árbitros e aos ferros da estrutura do banco de reservas. A cada brado de raiva e ódio espancava as ferragens da casa mata violentamente. Basta recuperar as imagens para confirmar. E o Dunga nunca mais foi chamado para treinar sequer o Cruzeiro de Porto Alegre. Houve sondagem de seu nome aqui no Beira-Rio recentemente, mas parece que faltou coragem aos dirigentes depois do que foi visto em Joanesburgo e Porto Elisabeth.Outro nome que recentemente me chamou a atenção foi o de Luiz Felipe Scolari. Contratado a peso de ouro pelo Palestra Itália da capital paulista, Scolari tem colhido maus resultados desde sua chegada, não conseguin
do os mesmos feitos obtidos em Portugal e outros paises da Europa. Mas o que mais impressiona é sua relação conflituosa com a imprensa esportiva paulista. Nas entrevistas mantem uma postura semelhante ao comandante Dunga e está sempre na ofensiva, tentando intimidar os repórteres que acompanham a rotina palmeirense. Nesta quinta-feira, pela Copa do Brasil, seus comandados foram massacrados com uma goleada ao natural imposta pelo Coritiba do estado paranaense: 6 a 0. Até o goleiro Marcos, um símbolo do time paulista, foi enfático ao atribuir a culpa à falta de vontade dos colegas, talvez pelo clima pesado que rola nos vestiários e por um complô imposto ao técnico pelo grupo.Mas a atitude que mais me impressionou pela covardia e desfaçatez, e que foi a minha imagem da semana, aconteceu na partida entre Cruzeiro de Belo Horizonte-MG e Once Caldas da Colômbia, pela Copa Libertadores da América. Partindo de uma vantagem obtida em jogo fora de casa, o técnico Cuca do Cruzeiro, fazia favas contadas a classificação de sua equipe que jogava em casa. O time de melhor retrospecto na competição enfrentava a equipe de pior desempenho, uma regra característica da Libertadores. Mas o que era certo se tornou uma “zebra”. O melhor time da competição era derrotado pelo pior. Numa saída de bola ao final da partida, o técnico do Cruzeiro, sem qualquer motivação aparente e numa atitude covarde, levantou o cotovelo e atingiu a boca do atacante colombiano Rentería, quando este vinha apanhar a bola. Imediatamente foi expulso pelo árbitro. E na entrevista após o jogo, teve uma atitude dissimulada, negando o fato registrado pela televisão e chamando o jogador atingido de malandro. O vídeo disponibilizado na rede mundial não deixa dúvidas. Naquele momento pude concluir que nosso futebol anda um pouco acéfalo e sem comando. E não foi à toa que nesta mesma noite, quatro clubes brasileiros deram adeus à Copa Libertadores da América.
Quanto ao técnico Cuca, seu histórico também é privilegiado desde que era atleta do Grêmio. Fui relembrado de uma façanha dele por meu Mestre Chassot nesta quinta-feira, quando juntos almoçávamos no Restaurante Manifesto ali da Mariante. Cuca foi p
reso em Berna na Suíça em 1987, numa excursão do Grêmio, juntamente com outros colegas de clube, por acusação de estupro a uma menor de 13 anos no Hotel Metropol, quando esta buscava autógrafos. Ao fato pode ser atribuída a escassez de convites ao clube para posteriores competições internacionais desse porte.Pessoas públicas e com uma renda mensal de dar inveja a qualquer marajá daqueles países do Oriente, parece que alguns profissionais que comandam o futebol profissional em nosso país não se deram conta de que os tempos são outros. Estão completamente defasados em relação à realidade global, necessitando de uma atualização para que possam evoluir. Mas pelo que vejo, isso vai ser difícil. E agora o pior!!! Todos esses profissionais que eu citei tem alguma coisa em comum comigo, e talvez com você que está lendo. Notou? Todos são gaúchos.
Um comentário:
Muito querido colega e amigo Jairo,
fico feliz que tenha sido um pouco partícipe da blogada de hoje. Lamentavelmente, vemos que há humanos que não desmentem a sua história. O treinador Cuca tem uma história pregressa enquanto jogador do Grêmio que recordamos no nosso almoço de quinta-feira e que detalhas na edição de hoje. Eis algo triste: Explicamos a não regeneração do técnico, como mostras em teu texto, em ação de violência no jogo onde inexplicavelmente o Cruzeiro foi eliminado.
Parabéns por esta aula sabatina
attico chassot
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