07 abril 2012

A APROVAÇÃO DO GOVERNO DILMA

Por não ser adepta da bajulação e se utilizar de discrição em relação à mídia, a nossa “presidenta”, como prefere ser chamada, alcançou um índice de aprovação no último mês jamais conseguido por outro presidente. A eminência de sua atuação na condução do país talvez só terá o verdadeiro reconhecimento nos registros da ciência histórica em futuro breve.  
      
Busquei algumas explicações para esta aprovação inigualável da presidenta Dilma, e das minhas leituras, uma classifiquei como interessante. É um artigo publicado na Folha de São Paulo recentemente, de autoria do jornalista Sérgio Malbergier. Sérgio foi editor dos cadernos "Dinheiro" (2004-2010) e "Mundo" (2000-2004), correspondente em Londres (1994) e enviado especial da Folha a países como Iraque, Israel e Venezuela, entre outros. Dirigiu dois curta-metragens, "A Árvore" (1986) e "Carô no Inferno" (1987). Escreve para a Folha de São Paulo todas as quintas-feiras.

Observem com atenção a análise de Sérgio a respeito da presidenta, numa percepção das qualidades de uma administração marcada pela discrição e muito trabalho apontada por pesquisa recenete da Confederação Nacional das Indústrias. Isto mostra a competência e a qualidade da mulher no comando. 

Dilma Rousseff é mulher. A obviedade ganhou profundidade depois da última pesquisa CNI Ibope. Além de apontar aprovação recorde da presidenta, de 77%, a pesquisa deixou claro também que o fato de Dilma ser a primeira presidente da República mulher tem consequências maiores do que se imaginava. 

"Programas sociais e ações voltadas para mulheres" foi o assunto mais lembrado espontaneamente pelos entrevistados sobre o governo dela. Se Lula tinha seu carisma popular (misturando Tiririca com Getúlio Vargas), Dilma pode usar o fator feminino num país machista para sensibilizar o maior segmento da população e do eleitorado: o segmento feminino.

Mas Dilma parece pouco inclinada ao personalismo político até aqui. Governa com uma falta de carisma e pessoalidade que contrasta totalmente com seu predecessor e padrinho. Enquanto Lula fazia amigos numa viagem de elevador, Dilma tem fama de poucos amigos. Muito da tal crise política vem do fato de Dilma fugir dos aliados, enquanto Lula corria a abraçá-los.

Essa impessoalidade e rispidez no trato, tudo o que homens de marketing e comunicação não recomendam, agradam os brasileiros, já que eles aprovam a presidenta como nunca aprovaram um presidente. E quando Dilma trata mal os políticos, convenhamos, ela está totalmente alinhada com o desejo da imensa maioria.

Claro, a alta aprovação de Dilma está acima de tudo ligada à alta aprovação do modelo econômico capitalista consolidado no Brasil pelo PT, era isso também que mais explicava a popularidade de Lula.

Vivi o suficiente para saber que vivemos o melhor momento da história do Brasil. Os números atestam isso. O ânimo da população atesta isso. Outro dia outra pesquisa apontou os brasileiros como os mais felizes do mundo. A explicação é tão fácil: renda e emprego estão no pico, o país vive um momento transformador, a emergência do mercado interno brasileiro era o passo que faltava para o amadurecimento socioeconômico do país, existe a sensação de que finalmente encontramos um caminho para a prosperidade. E apesar dos enormes problemas e ineficiências, essa ascensão está apenas no começo, desculpem meu otimismo.

Na segunda parte da análise de Sergio Malbergier, o autor atribui também o sucesso atual do Brasil aos governos Lula e FHC, que foram os melhores quadros de seus grupos políticos e as maiores lideranças da geração pós-64. Sabiamente eleitos pelos brasileiros, os dois são os pais-fundadores do novo Brasil, capitalista e democrático.

Neste tocante até concordo, pois algumas medidas adotadas naquele governo resultaram em estabilidade econômica pela adoção do Real. Mas tenho minhas restrições às decisões neoliberais adotadas pelo governo FHC, com destaque para a adoção das privatizações excessivas e que como se sabe, com parcos resultados ao final de sua gestão. Aliás, quem quiser indignar-se com essas ações, terá na leitura da obra “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Junior, bons motivos para tanto; como ocorreu comigo.

Também discordo que na narrativa épica de renascimento nacional, Dilma é uma personagem acidental. Não era política, está no cargo apenas pelo dedaço astuto de Lula.

Defendo a idéia de que a visão de Lula foi extraordinária em relação à sua sucessão no poder, ao escolher alguém com tamanha visão administrativa como Dilma Rousseff. Se hoje estamos vivendo um ambiente cada vez mais favorável no país, principalmente na melhor distribuição da riqueza e busca da eliminação da pobreza extrema, por interferência direta das medidas administrativas federais, isto se deve a uma política inclusiva pontuada por iniciativa de uma mulher atuante.

Não esqueçamos que em todos os discursos da presidenta é ressaltada a frase que marca sua administração:  

País Rico é País sem Pobreza!     

Um comentário:

Attico CHASSOT disse...

Muito estimado Jairo,
cumprimentos pela oportunidade das análises trazidas.
Há que reconhecer que estamos longes de tornar real que
País Rico é País sem Pobreza!
mas temos que colaborar com a Presidente.
Alegrias pela Páscoa para ti e teus leitores.
attico chassot