Outubro é para mim o melhor mês do ano.
Gosto muito do clima que se apodera da nossa região, pondo um fim naquele frio
que insiste em relembrar as agruras do inverno. Também é o mês de algumas datas
comemorativas que trazem significados para mim. Entre eles o Dia do Professor e
Dia das Crianças, e que observados mais amiúde tem tudo a ver. No dia 07 de
outubro também relembro o aniversário de minha mãe, que se estivesse aqui
fisicamente completaria seus 79 anos. E ela que aguardava com expectativas uma comemoração
merecida de nossa parte nos seus 80 anos, tal como fizemos para meu pai há alguns
anos. Todavia, isso não nos foi possível.
Mas me fiz uma promessa nesta semana de não trazer
nenhum assunto que pudesse remeter a reflexões ou tristezas. Depois de dois
dias ministrando treinamento em Segurança Alimentar para pequenos empreendedores
do município de Igrejinha, no vale do Paranhana, quero falar de uma festa que
toma conta destas regiões de colonização alemã, no nosso estado e no vizinho
estado de Santa Catarina: a Oktoberfest.
Era março de 1985, quando eu chegava num dos
municípios mais germânicos do sul do Brasil: Blumenau. Ali estava para
enfrentar mais um desafio profissional de minha vida: trabalhar numa das
maiores indústrias têxteis brasileiras, a Cia Hering.
Cia Hering está localizada no bairro Bom Retiro em Blumenau |
Vínhamos, eu e minha esposa, recém-casados,
da terra da Sadia, Concórdia, no oeste catarinense, região essencialmente
italiana. Nada conhecíamos dos costumes alemães. Nem desconfiávamos o quanto aprenderíamos
naquele período em que ali moramos.
Iniciei minhas atividades como Cronoanalista
na empresa, trazendo a bagagem de conhecimentos na indústria frigorífica. Trabalhei
por quase sete anos no departamento de Engenharia Industrial da Hering,
vinculado ao setor de Tempos e Métodos. Tive colegas que me proporcionaram um
convívio muito eficaz em termos de conhecimento. Ali também conquistei amizades
para o resto de minha vida, como um deles que até hoje faz parte da minha vida,
o Arceu Reis, padrinho de minha filha. Era um Analista de Processos que
posteriormente foi meu orientador e grande conselheiro.
Blumenau se destaca pela beleza de seus jardins |
Mas uma das coisas que mais me chamaram a atenção
neste período de 1985 a 1992, foi a grande festa que tomava as ruas de Blumenau
em todos os meses de outubro: a Oktoberfest. A cidade toda se prepara para este
evento. Pode-se dizer que a cidade para. Os hotéis lotam com turistas vindos de
todos os cantos do país e, até mesmo, do exterior. Numa cidade com população de
traços predominantemente germânicos, observa-se uma mescla grande de origens.
Intensifica-se a diversidade de sotaques e idiomas. Ônibus e vans de turismo
circulam pelas ruas da cidade, com grande contingente de pessoas empunhando câmeras
digitais a registrar as belezas dos monumentos e jardins floridos.
Dos predicados que mais se observam neste
povo de origem alemã é o capricho e a limpeza. Nas ruas é possível comprovar o
asseio e o encanto dos detalhes. Há quase uma sacralização do perfeito, do impecável
e do belo. E o povo de Blumenau se orgulha disso.
A Oktoberfest teve início na Alemanha em 1810 |
A Oktoberfest é originária de Munique,
cidade da Alemanha que alojou as Olimpíadas de 1972, durante a qual ocorreu o
atentado que matou atletas na Vila Olímpica. Lá teve seu início em 12 de
outubro de 1810, quando o Rei Luis I, mais tarde Rei da Baviera, casou-se com a
Princesa Tereza da Saxônia e para festejar o enlace organizou uma corrida de
cavalos regada a chopp. O sucesso foi tanto que a festa passou a ser realizada
todos os anos. Atualmente a Oktoberfest de Munique recebe anualmente quase 10 milhões
de pessoas e possui um consumo de 7 milhões de litros de chopp.
No Brasil, foi em Blumenau (http://www.oktoberfestblumenau.com.br)
que a festa se instalou pela primeira vez. Foi trazida no ano de 1984 pela
secretaria de turismo do município, tendo por objetivo restabelecer a
autoestima da população, acometida por uma série de grandes cheias que
arrasaram a região.
Tornou-se um dos maiores eventos turísticos brasileiros.
Os dados estatísticos demonstram o grande sucesso deste evento a cada ano, onde
em 18 dias de festa se consome mais de 600 mil litros de chopp.
Posteriormente, a festa foi levada para
outros municípios de colonização alemã no país. Aqui no Rio Grande do Sul, o
primeiro município a ter a Oktoberfest como inspiração festiva em outubro foi
Santa Cruz do Sul (http://www.oktoberfestsantacruz.com.br).
E Igrejinha (http://www.oktoberfest.org.br),
onde estive esta semana, já se prepara para acolher os turistas que queiram
desfrutar da culinária alemã e do chopp bem gelado, de 18 a 27 de outubro.
Estão todos convidados.
Um comentário:
Muito querido PROFESSOR Jairo,
mais que vir a tua 'oktoberfeste' e saber de teu mês preferido, que ~~ agora ~~ sempre se tinta também com saudade pela lembrança de tua mãe, quero te parabenizar pelo professor que és; e nisso me considero invencível para atestar.
Parabés, muito merecidos pela nossa data.
attico chasso,
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