14 fevereiro 2015

LDL OU HDL? QUE TIPO DE COLESTEROL QUEREMOS?

As notícias dos jornais nos deixam atônitos a cada dia
No mundo em que vivemos ocorrem fatos que nos deixam atônitos. Os comentários de que o mundo está no fim são muito comuns. A situação iminente de falta de água em muitos países, a exploração ilimitada dos recursos naturais sem trégua pelo consumismo exacerbado, os casos de corrupção denunciados em todas as esferas de poder e as barbáries de grupos radicais extremistas no mundo árabe nos fazem pensar que estamos realmente numa situação irreversível.

Mas, por outro lado, há notícias capazes de tornar nosso cotidiano esperançoso de um futuro melhor. Como eu ouvia ainda esta semana o cantor brega e bem humorado Falcão destacar em um programa de entrevistas; dizia ele que música brega é que nem colesterol, tem a boa e a ruim. Eu acredito que as notícias também se assemelham ao colesterol, tem as boas e tem as ruins. Basta que saibamos escolher.

Pois o avanço tecnológico me impressiona cada vez mais, quando ele se mostra capaz de interferir em nossas vidas de forma incontestavelmente benéfica. Lembro muito bem quando tomei conhecimento da importante contribuição do físico alemão Wilhelm Roentgen, na descoberta do raio-x. Imaginem se tivéssemos de abrir um paciente para saber se houvera algum tipo de fratura? Pois o raio-x nos possibilitou enxergar a parte interna da estrutura esquelética, sem a necessidade de qualquer intervenção.  
  
Cirurgias minimamente invasivas, cada vez mais frequentes
E destas interferências que a tecnologia faz em nossas vidas, o uso dela para melhorar a saúde da população é o que mais me empolga. Quando li a respeito das primeiras cirurgias não invasivas, realizadas através de equipamentos especiais, posso garantir-lhes que fiquei extasiado. Aqueles médicos ali pareciam crianças brincando em seus videogames. E todas as vantagens do processo: sem contaminação, com reduzida margem de erro e praticamente sem incisões. Uma coisa muito fantástica. A novidade marcava o fim do uso indiscriminado do bisturi, e daquelas suturas que levavam o paciente a convalescer por mais de semana num leito, com o risco de infecção durante a cicatrização. O paciente realiza a cirurgia e horas depois pode sair caminhando do hospital.

O cirurgião John Meara estudou a estrutura óssea do crânio de Violet Pietrok antes da cirurgia 
Pois agora outra novidade tem chamado a atenção. Outro tipo de tecnologia está sendo utilizada em prol da saúde humana e até mesmo animal. O uso da impressora de três dimensões, mais conhecida como impressora 3D. A ciência médica tem se utilizado da tecnologia para simular intervenções e planejar procedimentos antes mesmo que eles ocorram. Um exemplo disso foi a notícia veiculada esta semana no New York Times: “Impressão em 3D evita surpresas na mesa de cirurgia”. O cirurgião John Meara, do Hospital Infantil de Boston, simulou um processo cirúrgico de uma menina de 2 anos de idade, portadora de uma malformação rara chamada “fenda facial de Tessier”. Fazendo uso da impressora 3D, ele pode compreender com maior precisão a estrutura óssea da menina através de um modelo tridimensional criado pelo colega Peter Weinstock. Outros três modelos em 3D possibilitaram ainda que ele girasse o modelo de crânio e o cortasse e manipulasse, de modo a definir a melhor maneira de aproximar os globos oculares durante a cirurgia e no tratamento posterior.

O colombiano Diego toca guitarra graças à prótese feita pela impressora 
Para mostrar ainda a importância que a impressora vem tomando nos últimos anos, a revista Tecmundo publicou reportagem em que um menino colombiano que perdeu a mão direita ao nascer, teve implantada recentemente uma prótese no local, para que pudesse realizar um grande sonho: tocar guitarra. E o modelo saiu de uma impressora 3D.

Também, a medicina veterinária tem se utilizado da tecnologia para reabilitar animais. O jornal da BBC publicou esta semana que quatro empresas costarriquenhas vão financiar uma prótese para um tucano que foi maltratado por jovens naquele país. E a tecnologia para a criação da prótese terá na impressora 3D seu grande recurso. Os Estados Unidos tem se utilizado em grande parte da impressora para reabilitar animais como águias e pinguins.

Bico do tucano será reconstituído a partir da impressora
Portanto, vez por outra temos de selecionar o que lemos, dando importância não somente para tragédias e barbáries. Quem sabe não possamos escolher qual tipo de colesterol realmente queremos, o LDL que pode entupir os vasos sanguíneos e desencadear problemas cardiovasculares, ou o HDL, que leva o excesso de colesterol para o fígado para ser eliminado pelo intestino. No caso das notícias, podemos vê-las também assim. 

Fontes: Veja (09.02.14), Folha de São Paulo (07.02.15), Tecmundo (03.02.15)

Um comentário:

Attico CHASSOT disse...

Meu caro Jairo,
faço minha chegada semanal a teu blogue em meio ao recesso carnavalesco. Tu apresentas nesta semana um mundo de quase de ficção científica. Comparo com flashes dos desfiles, ali aparece também um mundo no qual a palavra fantasia ganha nova dimensão.
As ficções de Júlio Verne que encantavam nossa adolescência se esboroam em realidades onde é cada vez mais tênue o limite do real e do imaginário.
Realmente somos todos mais ou menos ciborgues!