Milhares de brasileiros utilizam a internet fixa ilimitada |
Esta semana novamente uma
ameaça não muito antiga ressurgiu no horizonte do consumidor brasileiro: as regras
para o uso da internet fixa estão ameaçadas de mudanças. A internet móvel utilizada nos telefones celulares, quando atingem o limite de dados transmitidos, tem uma redução de velocidade, a não ser que o cliente pague a mais pelo excesso o sistema fica lento, quase inoperante. Mas a
internet fixa, diferentemente da móvel, atualmente não possui limite de dados,
e sua cobrança se dá pela velocidade oferecida. É exatamente isso que as
empresas de Telefonia e de TV a Cabo vem reivindicando junto ao Congresso
Nacional. Querem mudar a lei aprovada recentemente.
As empresas de Telefonia e Tv a Cabo tentam reverter a lei aprovada |
Responsáveis por inúmeras
contribuições às campanhas políticas Brasil afora, Vivo, Oi, Tim e Net apostam
na alteração da lei. Aliás, antes mesmo da alteração, já tem empresa modificando na calada da noite os contratos formalizados com seus consumidores,
de forma ilegal. Os Procons estão solicitando que quem tiver a velocidade da
internet fixa reduzida inesperadamente, formalize sua denúncia.
Além de ser um dos serviços
mais caros em nível mundial, as agencias reguladoras que foram criadas ainda no
governo FHC parecem mais sindicatos representativos destas empresas, sem se
importarem com a regulamentação e a defesa dos consumidores brasileiros.
Certamente, algum valor deve estar caindo nas contas de quem administra estas
agencias, seus presidentes e diretores. Por isso, a leniência e o desinteresse
demonstrado por estes organismos.
Em 2014 o Congresso Nacional aprovou o Marco Civil da Internet |
O Marco Civil da Internet é
a lei que regula o uso da internet no Brasil, por meio da previsão de
princípios, garantias, direitos e deveres para quem usa a rede, e foi aprovado
em março de 2014. Mas agora, as empresas de comunicação querem mudar o que já está
acordado. Querem rasgar a legislação em nome de seus interesses.
Mas o que mais impressiona
ainda é a conivência da Anatel em relação à solicitação destas empresas. Na
última segunda-feira, o presidente da agencia, João Resende, em entrevista à Folha
de São Paulo, disse que a era da internet ilimitada havia acabado. Afirmou que
não há possibilidades para que as operadoras ofereçam serviços sem uma limitação,
o que iria obrigar o segmento a migrar para o modelo de franquias, tal como
ocorreu com a internet móvel. Ou seja, se rendeu ao apelo dos empresários.
E o presidente da Anatel, João Resende, parece concordar com as exigências das empresas |
Mas porque as empresas
pressionam para que se mude o modelo da internet fixa? Certamente por dois
motivos substanciais: o primeiro é que, o formato da internet móvel atual é
altamente rentável; o segundo é a manutenção da mesma infraestrutura atual, sem
investimentos de ampliação por parte das empresas, que lucrariam sem gastar.
Assim, fica fácil: rasgam-se os acordos anteriormente assinados, com a concordância
da agencia reguladora, navega ilimitado quem tem mais condições financeiras de
arcar com a conta e a população mais pobre fica excluída da rede mundial. Sem
contar ainda com a utilização da internet para processos educacionais e
atendimento de saúde e segurança, imprescindíveis no momento atual.
Outra vez a sociedade
pode ser ludibriada e ultrajada por uma ação de interesses privados, cuja aprovação
só trará benefícios a uma pequena minoria privilegiada. Todos estão convocados
a assinar a petição que evita a aprovação desta nova ordem e pede uma internet
livre e democrática. Basta acessar https://secure.avaaz.org/po/o_fim_da_internet_livre_senado/?rc=fb
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