06 maio 2016

NINGUÉM ME AVISOU...

Muito do que sou devo a ela
O segundo domingo deste mês de maio marca, para mim, uma das datas comemorativas mais especiais do calendário ocidental. O Dia das Mães representa uma data para rememorar alguém de grande significado. E talvez um pouco tardiamente tenha descoberto a importância que essa pessoa tinha em minha vida, como muitos de vocês talvez consigam descobrir também no futuro.

Sua presença as vezes pode parecer imperceptível, pois nos acostumamos com tantas bondades, com tanto carinho, com tanta dedicação que não nos damos conta da importância  deste ser divino e iluminado.

Sua alegria sempre contagiava a todos nós
A importância dela em minha trajetória foi sempre sutil, pois não se gabava das contribuições que trouxera à minha personalidade, às inúmeras qualidades que conseguiu timbrar em meu comportamento. Só me dei conta de tudo isso, prá valer, naquela manhã fria de um sábado de agosto de 2013, quando recebi a notícia de sua morte. 

Desde então, a dor da saudade corrói minhas entranhas e se acentua a cada data especial como essa do mês de maio. E outras datas também me fazem sentir essa falta, como seu aniversário no início de outubro, as festas de fim de ano e a entrada da primavera, quando nos chamava a atenção para coisas que outrora não valorizava, mas que hoje observo saudoso porque me faz relembrar seu olhar singelo: as flores desabrochando, o canto dos pássaros, a aurora do amanhecer e o brilho cintilante do sol nos finais de tarde.

Minha mãe tinha grande fascínio por pássaros e flores
Mas as mães não são eternas, e isso ninguém me avisou que um dia iria acabar. Ficou então muita solidão e bastante tristeza desde aquele agosto de 2013. A saudade castigando a cada desabrochar de flores num jardim, a cada cantar de pássaros nos arbustos, a cada aurora amanhecendo e a cada sol que se põe.

Fica uma homenagem neste maio de 2016, depois de três anos sem a presença dela. E a todos que ainda as possui, o conselho de que valorizem a presença delas. Neste dia procurem estar pertinho delas, apreciem seus conselhos, observem com detalhes o carinho que dispensa ao filho ou à filha que tanto ama. Será que você tem realmente dedicado amor e algum tempo para saber se ela necessita de alguma coisa, depois de tanto amor e dedicação ter dispensado a você? Recupere o tempo perdido enquanto ainda há tempo, pois pode ser que, assim como eu, ninguém avise você que isso tudo um dia tem fim.

PARA SEMPRE

Por que Deus permite que as mães vão-se embora?


Mãe não tem limite, é tempo sem hora,
luz que não apaga quando sopra o vento
e chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada,
água pura, ar puro, puro pensamento.


Morrer acontece com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.


Mãe, na sua graça, é eternidade.
Por que Deus se lembra - mistério profundo - de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei:


Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho
e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho

Um comentário:

Attico CHASSOT disse...

Meu caro Jairo,
quando na madrugada de sábado, não encontrei a postagem do fim de semana, conjecturei algo: ‘o Jairo está a preparar uma morosa edição em homenagem a sua mãe!’; vejo que acertei. Tenho acompanhado o quanto de maneira terna partilhas a dor da perda sofrida há um tempo.
Mais uma vez uma comovente postagem.
Agradeço também te comentário a minha referência ao dia das mães no minha edição de domingo.
Um abraço desde Pelotas do
attico chassot
mestrechassot.blogspot.com