26 novembro 2016

A "BLACK FRAUDE" BRASILEIRA



A Black Friday já completa cinco anos no Brasil
Algumas práticas do comércio no Brasil, se o país realmente fosse sério, seriam dignas de “boletim de ocorrência”. E no mais arcaico, e muitas vezes ridículo, modelo de cópia das práticas americanas, o “Black Friday” praticado neste mês de novembro, a cada ano consegue arrebanhar incautos e desinformados consumidores, e mesmo com a intensa ação dos Procons, informando e alertando para a ação de comerciantes ávidos pelo dinheiro ganho de maneira desonesta e perniciosa.

A Maquiagem dos Descontos é uma das maiores reclamações
A Black Friday chega ao seu quinto ano no Brasil como uma das datas mais importantes no calendário das empresas de varejo e do e-commerce no País. A estimativa do mercado para este ano é atingir um faturamento de mais de R$ 2 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCOMM).

Em seus primeiros anos, a versão brasileira do evento que surgiu nos Estados Unidos foi marcada por reclamações sobre sites instáveis, maquiagem nos preços, descontos mentirosos e fraudes.

1. Maquiagem de desconto

Todos os especialistas consultados concordam que esta é a farsa mais frequente na Black Friday: propaganda enganosa. É comum que a empresa aumente o preço dos produtos dias ou semanas antes do evento para anunciar um desconto que não é real. A maquiagem de desconto foi a reclamação feita mais frequentemente ao Procon na Black Friday de 2015 – 28,3% das queixas foram desta natureza.

 

2. Preço diferente no carrinho


Neste período muitos sites falsos entram no ar
Outro problema frequente é a mudança de preço na finalização da compra. No ano passado, este problema foi responsável por 16,4% das reclamações feitas ao Procon. Raramente essa mudança é boa para quem compra: na maior parte das vezes, a tela na finalização traz um preço maior do que o anunciado originalmente.

 

3. Site falso


Lojas online de fachada, criadas com a intenção de aplicar golpes, têm diferentes estratégias para ludibriar do consumidor. O que há de comum entre elas é que, durante a Black Friday, elas se aproveitam da corrida pelos descontos para ficar com o dinheiro e desaparecer sem entregar o produto.

 

4. Produto ou serviço indisponível


As vezes a venda é feita sem o produto disponível
Por causa dos descontos e promoções, a Black Friday é um dos dias em que as lojas online são mais procuradas em todo o ano. A avalanche de demanda muitas vezes faz com que um produto se esgote rapidamente e o consumidor se depare com uma desagradável situação: quando clicou no link, o produto estava disponível, mas na hora de efetuar o pagamento, o produto já não estava mais disponível e a compra não pôde ser finalizada.

5. Problemas na entrega e no valor do frete


Reclamações relativas a problemas na entrega de produtos são as queixas feitas com mais frequência ao Procon contra sites de comércio virtual – e isso não se restringe à Black Friday. No primeiro semestre de 2016, a entidade recebeu mais de seis mil reclamações desse tipo relacionadas a sites de venda — um aumento de quase 10% em relação ao mesmo período do ano anterior.

 

Conclusão
É preciso muito cuidado para preservar seu dinheiro


Portanto, cabe ao consumidor a reflexão de que “milagres não existem”. Qualquer vantagem extremada, que seja capaz de reduzir o valor de um bem de maneira exponencial, só pode acobertar fraude ou crime. Ou o imposto devido não foi recolhido como deveria, ou sua origem é ilícita e provem de roubo ou furto, ou possui qualidade incapaz de desempenhar a função de uso para a qual foi criado.

Sendo assim, muito cuidado na decisão de gastar o dinheiro que lhe custou tanto suor nestas ciladas.   

Fonte: Revista Isto É – edição 24.11.16   

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