A Black Friday já completa cinco anos no Brasil |
Algumas
práticas do comércio no Brasil, se o país realmente fosse sério, seriam dignas
de “boletim de ocorrência”. E no mais arcaico, e muitas vezes ridículo, modelo
de cópia das práticas americanas, o “Black Friday” praticado neste mês de
novembro, a cada ano consegue arrebanhar incautos e desinformados consumidores, e mesmo com a intensa ação dos Procons, informando e alertando para a ação de
comerciantes ávidos pelo dinheiro ganho de maneira desonesta e perniciosa.
A Maquiagem dos Descontos é uma das maiores reclamações |
A Black Friday chega
ao seu quinto ano no Brasil como uma das datas mais importantes no calendário
das empresas de varejo e do e-commerce no País. A estimativa do mercado para
este ano é atingir um faturamento de mais de R$ 2 bilhões, de acordo com a Associação
Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCOMM).
Em seus primeiros
anos, a versão brasileira do evento que surgiu nos Estados Unidos foi marcada
por reclamações sobre sites instáveis, maquiagem nos preços, descontos
mentirosos e fraudes.
1. Maquiagem de desconto
Todos os
especialistas consultados concordam que esta é a farsa mais frequente na Black
Friday: propaganda enganosa. É comum que a empresa aumente o preço dos produtos
dias ou semanas antes do evento para anunciar um desconto que não é real. A
maquiagem de desconto foi a reclamação feita mais frequentemente ao Procon na
Black Friday de 2015 – 28,3% das queixas foram desta natureza.
2. Preço diferente no carrinho
Neste período muitos sites falsos entram no ar |
Outro problema
frequente é a mudança de preço na finalização da compra. No ano passado, este
problema foi responsável por 16,4% das reclamações feitas ao Procon. Raramente
essa mudança é boa para quem compra: na maior parte das vezes, a tela na
finalização traz um preço maior do que o anunciado originalmente.
3. Site falso
Lojas online de
fachada, criadas com a intenção de aplicar golpes, têm diferentes estratégias
para ludibriar do consumidor. O que há de comum entre elas é que, durante a
Black Friday, elas se aproveitam da corrida pelos descontos para ficar com o
dinheiro e desaparecer sem entregar o produto.
4. Produto ou serviço indisponível
As vezes a venda é feita sem o produto disponível |
Por causa dos
descontos e promoções, a Black Friday é um dos dias em que as lojas online são
mais procuradas em todo o ano. A avalanche de demanda muitas vezes faz com que
um produto se esgote rapidamente e o consumidor se depare com uma desagradável
situação: quando clicou no link, o produto estava disponível, mas na hora
de efetuar o pagamento, o produto já não estava mais disponível e a compra não
pôde ser finalizada.
5. Problemas na entrega e no valor do frete
Reclamações
relativas a problemas na entrega de produtos são as queixas feitas com mais
frequência ao Procon contra sites de comércio virtual – e isso não se restringe
à Black Friday. No primeiro semestre de 2016, a entidade recebeu mais de seis
mil reclamações desse tipo relacionadas a sites de venda — um aumento de quase
10% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Conclusão
É preciso muito cuidado para preservar seu dinheiro
Portanto,
cabe ao consumidor a reflexão de que “milagres não existem”. Qualquer vantagem
extremada, que seja capaz de reduzir o valor de um bem de maneira exponencial, só
pode acobertar fraude ou crime. Ou o imposto devido não foi recolhido como
deveria, ou sua origem é ilícita e provem de roubo ou furto, ou possui
qualidade incapaz de desempenhar a função de uso para a qual foi criado.
Sendo
assim, muito cuidado na decisão de gastar o dinheiro que lhe custou tanto suor
nestas ciladas.
Fonte:
Revista Isto É – edição 24.11.16
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