02 dezembro 2016

CHAPE: TRAGÉDIA E EMOÇÃO...

O dia 29 de novembro ficará marcado
no futebol mundial
Que semana difícil! Que semana atroz!

O choro e a consternação tomou conta de grande parte da população brasileira, particularmente dos moradores do oeste catarinense, diante da perda de inúmeras vidas. Era como se estivéssemos perdendo filhos, pessoas muito próximas de nós.

Entendo perfeitamente alguns críticos que vieram a público lamentar que haja choro e consternação pelos mortos da Chapecoense, enquanto muitas vidas são perdidas pela falta de segurança, pelos hospitais lotados e pela falta de médicos, em numero maior ainda do que as vidas naquela aeronave.

A Arena Condá se calou diante da tragédia aérea
desta semana
 
Mas, entenda quem assim se manifesta, que a perda destas vidas é extremamente representativa. Cada uma delas é como se fosse parte de nossa família, principalmente para quem como eu morou por muitos anos no estado vizinho, em município lindeiro, Concórdia. Seguidamente, por circunstancias profissionais, viajava para Chapecó e tinha contato com colegas, e assim criava amizades que perduram até hoje.

E desde que o clube se tornou uma paixão de meus amigos, não pude deixar de olhar com carinho e admiração o processo de evolução da “Chape”, como amorosamente todos a chamavam.

Meus amigos e ex-colegas Luiz Fernando Perobelli e Valter Laides
também foram impactados pela tragédia
Duas pessoas, o Luíz Fernando Perobelli e o Valter Laides, contemporâneos dos tempos de empresa em Chapecó, amigos com quem compartilhei grandes momentos, imediatamente vieram à minha cabeça quando liguei a televisão na manha de terça (29/11) e fui impactado pela trágica notícia. De pronto imaginei o sofrimento deles e de todas as famílias da região. Principalmente daqueles que perderam seus familiares: jogadores, diretores, comissão técnica, imprensa desportiva.

Uma região de pessoas simples, extremamente dedicadas em tudo que fazem. O sotaque carregado da origem italiana, a cada voz entrevistada nos jornais televisivos, me remontavam a saudade do tempo em que ali habitei. Ver aquelas pessoas com lágrimas nos olhos pela perda irreparável foi de doer a alma. Crianças que recém aprenderam a simbologia de uma camisa, de um hino, de um grito de guerra, entristecidas e lamentando o sonho liquidado.

A tristeza se faz presente até mesmo entre as crianças
Como sempre, o tempo parece ser o melhor remédio.

Enquanto escrevo este testemunho, os preparativos para o velório coletivo deste sábado (03/12) promete novamente emocionar toda a comunidade brasileira, que já se viu impactada pela homenagem encantadora da população colombiana, demonstrando que temos muito a aprender com outros povos sul-americanos, que encaram a disputa esportiva como um enorme congraçamento, e de conhecer outras pessoas, outras nações. Nada mais do que isso; sem rivalidades, sem agressividades. O gesto de desprendimento do clube adversário, ao declarar a Chapecoense campeã da Copa Sul-Americana, fala por si.

Tomara a população de Chapecó consiga superar esta tragédia, e reerguer um trabalho tão lindo, fazendo com que em breve a Arena Condá volte a ferver de alegria, homenageando seus heróis desaparecidos tragicamente em Medellin.                   

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