O dia 29 de novembro ficará marcado no futebol mundial |
Que semana difícil! Que
semana atroz!
O choro e a consternação tomou
conta de grande parte da população brasileira, particularmente dos moradores do
oeste catarinense, diante da perda de inúmeras vidas. Era como se estivéssemos perdendo
filhos, pessoas muito próximas de nós.
Entendo perfeitamente
alguns críticos que vieram a público lamentar que haja choro e consternação pelos
mortos da Chapecoense, enquanto muitas vidas são perdidas pela falta de
segurança, pelos hospitais lotados e pela falta de médicos, em numero maior
ainda do que as vidas naquela aeronave.
A Arena Condá se calou diante da tragédia aérea desta semana |
Mas, entenda quem assim se
manifesta, que a perda destas vidas é extremamente representativa. Cada uma
delas é como se fosse parte de nossa família, principalmente para quem como eu
morou por muitos anos no estado vizinho, em município lindeiro, Concórdia.
Seguidamente, por circunstancias profissionais, viajava para Chapecó e tinha
contato com colegas, e assim criava amizades que perduram até hoje.
E desde que o clube se
tornou uma paixão de meus amigos, não pude deixar de olhar com carinho e admiração
o processo de evolução da “Chape”, como amorosamente todos a chamavam.
Meus amigos e ex-colegas Luiz Fernando Perobelli e Valter Laides também foram impactados pela tragédia |
Duas pessoas, o Luíz Fernando
Perobelli e o Valter Laides, contemporâneos dos tempos de empresa em Chapecó,
amigos com quem compartilhei grandes momentos, imediatamente vieram à minha
cabeça quando liguei a televisão na manha de terça (29/11) e fui impactado pela
trágica notícia. De pronto imaginei o sofrimento deles e de todas as famílias da
região. Principalmente daqueles que perderam seus familiares: jogadores, diretores,
comissão técnica, imprensa desportiva.
Uma região de pessoas
simples, extremamente dedicadas em tudo que fazem. O sotaque carregado da
origem italiana, a cada voz entrevistada nos jornais televisivos, me remontavam
a saudade do tempo em que ali habitei. Ver aquelas pessoas com lágrimas nos
olhos pela perda irreparável foi de doer a alma. Crianças que recém aprenderam
a simbologia de uma camisa, de um hino, de um grito de guerra, entristecidas e
lamentando o sonho liquidado.
A tristeza se faz presente até mesmo entre as crianças |
Como sempre, o tempo
parece ser o melhor remédio.
Enquanto escrevo este
testemunho, os preparativos para o velório coletivo deste sábado (03/12)
promete novamente emocionar toda a comunidade brasileira, que já se viu
impactada pela homenagem encantadora da população colombiana, demonstrando que
temos muito a aprender com outros povos sul-americanos, que encaram a disputa
esportiva como um enorme congraçamento, e de conhecer outras pessoas, outras nações.
Nada mais do que isso; sem rivalidades, sem agressividades. O gesto de
desprendimento do clube adversário, ao declarar a Chapecoense campeã da Copa Sul-Americana,
fala por si.
Tomara a população de Chapecó consiga superar esta tragédia, e reerguer um trabalho tão lindo, fazendo com que em breve a Arena Condá volte a ferver de alegria, homenageando seus heróis desaparecidos tragicamente em Medellin.
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