Que tal começar 2017 com uma mudança na alimentação? |
A edição
desta semana chega meia tardia, por causa de uns compromissos inadiáveis. Mas
resolvi trazer alguns cuidados para sua alimentação em 2017, mesmo que neste
momento o que prepondere seja alguns exageros. Fica sempre a promessa de que “no
ano que vem, tudo será diferente”. Portanto, segue algumas dicas da
jornalista Juliana Carreiro, do Estadão, no seu Blog “Comida de Verdade”.
1 – Tome
mais água
Sempre
ouvimos falar que precisamos tomar no mínimo 1 litro e meio de água por dia.
Entre os brasileiros este também não é um hábito muito difundido. Infelizmente,
muitos preferem matar a sede com sucos industrializados, refrigerantes ou
bebidas alcoólicas. Além de pouparem o organismo dos benefícios da água, o
estão sujeitando aos malefícios destes substitutos. Este líquido neutro e
universal regula todas as funções do nosso organismo, é um dos ítens mais
importantes para a eliminação de toxinas e para o bom funcionamento do
intestino, que por sua vez, irá comandar todo o resto.
Os alimentos industrializados podem conter aditivos químicos |
2 – Diminua
o consumo dos ultraprocessados
Bolachas
recheadas, salgadinhos, carnes embutidas, refrigerantes, temperos e caldos
prontos, macarrão instantâneo… estes alimentos ultraprocessados são os grandes
vilões. Não se pode ignorá-los porque o seu consumo tem aumentado a cada ano em
nosso País e suas altas quantidade de açúcar, sódio, gordura e aditivos
químicos têm causado diversas doenças em adultos e crianças por aqui. Falta de
tempo para cozinhar, preço baixo, acesso fácil, prazer, sempre há um argumento
para justificar o seu consumo e quanto mais eles frequentam a rotina das
pessoas, mais resistência estas pessoas têm em diminuir este consumo. Se você é
uma delas, fique atento. Estes produtos são quimicamente construídos para gerar
uma certa ‘dependência’ e quanto mais você tiver contato com eles, mais vai
querer ter.
3 – Coma
mais frutas, verduras e legumes
Parece
que o aumento do consumo dos ultraprocessados está diretamente ligado à queda
do consumo de frutas, verduras e legumes. Os argumentos para essa
‘substituição’ são quase os mesmos: falta de tempo para cozinhar e para comprar
comida fresca, alto custo, paladar difícil de ser aceito. Com um pouco mais de
organização, interesse e vontade é possível aumentar a quantidade de frutas e
hortaliças frescas consumidas na sua rotina. O paladar pode ser exercitado,
basta querer. Com pequenas mudanças na sua rotina alimentar você terá acesso
aos inúmeros benefícios que os alimentos naturais têm a nos oferecer. Assim
como a água, eles irão ajudar na regulação de todas as funções do nosso
organismo.
4 – Volte
a comer ‘comida de verdade’
Parece
que os conceitos alimentares aprendidos com as nossas avós, tem sido cada vez
mais esquecidos, mas isso não deveria acontecer. ‘Sente e coma com calma’, ‘Não
beba líquido durante as refeições’, ‘Tenha cinco cores no seu prato’. Estes
sábios conselhos resumiam o ideal de uma rotina alimentar balanceada com
representantes de todos os grupos: carboidratos, proteínas, leguminosas, óleos
e gorduras (boas) e frutas e hortaliças. Encontramos na natureza representantes
de todos estes grupos. As raízes, que podem fazer o papel de carboidratos, como
a batata doce, o inhame, a batata inglesa, ou que podem ser a matéria prima
para eles, como a mandioca, que se transforma, em polvilho, em tapioca… As
proteínas podem ser de origem animal ou não, aqueles que optam por não consumir
estes produtos, podem encontrá-las em cereais, como a quinua e até na
combinação de cereais mais populares com as leguminosas, o famoso arroz com
feijão. Os óleos e gorduras boas devem estar na nossa rotina alimentar, pode
ser na forma de azeites, manteiga, peixes, oleaginosas e até no abacate. O
importante é resgatar o hábito de comer ‘comida’, principalmente durante a
semana. Aos finais de semana você pode procurar aquilo que lhe dará mais
prazer: pizza, sanduiche, sorvete, pipoca, batata frita, pastel…mas se forem a
base da sua alimentação, se consumidos todos os dias, logo a conta vai chegar.
5 – Não
embarque nas dietas da moda
Algumas dietas contrariam a visão dos nutricionistas |
Há dietas
mágicas que prometem acabar com o seu excesso de peso e aumentar a sua massa
muscular. Todavia, muitas delas tendem a excluir algum grupo alimentar, o que
vai gerar um desequilíbrio no organismo e o resultado deste desequilíbrio nunca
será positivo, ainda que a balança diga o contrário. Perder peso rapidamente
depois de um período de muitas restrições não é sinônimo de emagrecimento
saudável e duradouro. Se é isso que você busca, fuja de qualquer tipo de
radicalismo, não pule nenhuma refeição, não fiquei muitas horas em jejum, nem
passe fome. Cuidado com as ‘pegadinhas’ da indústria alimentícia. Na hora de
escolher um alimento industrializado fique atento aos termos ‘integral’, ‘menos
sódio’, ‘ligth’, ‘diet’, ‘zero gordura trans’. Nem sempre eles são verdadeiros
e ainda que sejam, não significa que nos serão benéficos. Na dúvida, diminua o
consumo deles.
6 – Tome
cuidado com o excesso de açúcar, principalmente entre as crianças
De acordo
com o Ministério da Saúde, 72% dos bebês brasileiros com menos de 1 ano já
consomem bolacha recheada com frequência. Este é apenas um entre tantos
exemplos que contrariam uma das principais recomendações dos Guias de
Pediatria, de só se oferecer açúcar depois do primeiro ano de vida. Hoje os
bebês são apresentados à substância bem mais cedo do que isso, em casa, nas
creches ou nas escolinhas. O consumo excessivo de açúcar é tão prejudicial para
todos nós e, principalmente, para eles. E como ele está sempre presente nas
mãos dos pequenos. Esta relação tão próxima é um das principais responsáveis
pela dificuldade de se introduzir alimentos mais naturais no cardápio deles e
esta resistência poderá acompanhá-los pelo resto da vida e ser a causa de
muitos de seus problemas de saúde.
O leite também pode ser excluído da alimentação de adultos |
7 – Diminua
o consumo do leite de vaca e dos seus derivados
O leite
de vaca e seus malefícios sempre gera polemicas e resistência de um grande
número de leitores. Mas há os leites vegetais, que são ótimos substitutos, e
que podem melhorar o cardápio. Aqueles que conseguem diminuir o seu consumo não
estarão abrindo mão do cálcio, que tem nas verduras fontes muitos melhores do
que o leite. Há diferenças entre alergia e intolerância ao leite e sobre a
confusão que se faz com a lactose e as suas proteínas. Os brasileiros
aumentaram muito o consumo do leite e de seus derivados nas últimas décadas e o excesso
destes alimentos causa diversas reações negativas ao organismo, que variam de
acordo com a nossa individualidade, mas podem ir desde inflamações no sistema
respiratório, como rinite, sinusite, bronquite, até gastrite, ansiedade,
distúrbios de comportamento, enxaqueca crônica e obesidade, entre muitos outros
males.
8 – Reduza
também o glúten
Assim
como o leite de vaca, o glúten, principal proteína do trigo, também é uma
grande fonte de inflamações no nosso organismo. Seu consumo também aumentou
muito nas últimas décadas e também senti muita resistência de uma parte dos
leitores quando toquei neste assunto. O trigo consumido nas décadas de 60 e 70
passou por diversas modificações até se transformar no que consumimos hoje, que
é muito mais prejudicial. Alguns alimentos podem substituí-lo e ainda agregar
nutrientes e fibras à nossa rotina alimentar. Procure opções em tipos de pizzarias,
lanchonetes, praças de alimentação e até em padarias, que preferem tirá-lo do
cardápio.
Cuidar do intestino é fundamental para a boa saúde |
9 – Cuide
do seu intestino
Se você
seguir todos os conselhos acima pode ficar tranquilo que o seu intestino estará
funcionando perfeitamente. Mas se não estiver, é preciso ficar atento. O bom
funcionamento intestinal é determinante para a grande maioria das nossas
funções físicas, mentais e emocionais. Por isso ele é chamado de ‘segundo
cérebro’ e para alguns especialistas até de ‘primeiro cérebro’. Para mantê-lo
saudável basta manter uma rotina alimentar balanceada. Algo que parece simples,
mas infelizmente, não é. Então que tal reservar um tempo esses dias para
repensar a sua alimentação e dedicar mais tempo a ela em 2017? Você pode
começar pelo próximo e último ítem da lista.
10 – Dê
preferência aos orgânicos
As dicas são da jornalista Juliana Carreiro |
Não
podemos ignorar os inúmeros estudos a respeito dos efeitos nocivos dos
agrotóxicos no nosso organismo. Os alimentos orgânicos aparecem como uma
excelente opção para a nossa saúde, porque são ricos em nutrientes,
diferentemente dos produzidos em larga escala, e porque são isentos destes
produtos venenosos. Além disso, dão trabalho a milhares de famílias de pequenos
produtores Brasil afora e ainda preservam o solo e as águas ao seu entorno.
Então por que ainda sofrem tanta resistência? O custo e a pouca oferta são
alguns dos principais empecílhos para o aumento do seu consumo. Mas, o custo
destes alimentos tem caído a cada mês e muitas vezes se aproxima ou se iguala ao
dos tradicionais. A oferta de feiras específicas ou até a presença deles em
supermercados comuns também tem aumentado. Espero que no ano que se inicia este
consumo cresça a cada dia, gerando um ciclo virtuoso muito necessário para a
nossa saúde e para o planeta.
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