"O Pensador", de Augusto Rodin, obra símbolo da filosofia |
Na última semana do ano, aproveitando
esta transição de 2016 para 2017, resolvo falar da importância deste momento. É
um momento de reflexão, pelo menos para mim. Costumo fazer um balanço do que
consegui realizar e do que ficou tão somente nos planos. E para que seja possível
esta meditação, é necessário “filosofar”. E esta não é característica de todos
os humanos, principalmente nestes tempos de correria e de atropelos que nos impõe
a sociedade pós-moderna, como chama Domenico de Masi em seu “Ócio Criativo”.
Tenho observado nas pessoas
que me rodeiam, diferenças enormes de comportamento entre uma e outra. É nítida
a diferença na forma de reagir daqueles que possuem a capacidade de reflexão, e
daqueles que sequer reservam algum momento para pensar no que se passa à sua volta.
Pois este é o grande predicado das pessoas que possuem a capacidade da introspecção,
de olharem para dentro de si e serem capazes de modificar a atitude e o
pensamento. E isso só é possível quando
fazemos uso do pensamento reflexivo, da filosofia...
Para iniciarmos a debater
sobre a importância ou não da Filosofia,
é necessário conhecermos o significado da palavra e o surgimento da mesma.
Etmologicamente a palavra: philos ou philia que quer dizer amor ou amizade; e
sophia, que significa sabedoria;
ou seja, literalmente a palavra filosofia significa amor ou amizade pela sabedoria, surgiu
com Tales de Mileto (aproximadamente
em 595 a.C), e ganhou especial sentido com Pitágoras (aproximadamente
em 463 a.C). A origem da Filosofia como ciência, ou mesmo como forma de estudo
das inquietações humanas, surge no século VI a.C, na Grécia antiga, que é
chamada de “o berço da
Filosofia ocidental”. A filosofia é na verdade um estudo das inquietações
humanas, pois há muito tempo nós seres humanos buscamos alguns entendimentos
para o sentido da vida, o surgimento do universo, o sentido de amar, de odiar,
de compreender o que é bom e o que é ruim. Filosofia é isso e muito mais,
quando alguém faz uso desta ciência para entender a si próprio e a tudo que o
rodeia.
Atitude e comportamento estão ligados ao pensamento |
Um dia desses resolvi
perguntar em sala de aula se meus alunos sabiam da importância da filosofia. De
antemão eu já imaginava minha frustração. Dos mais de trinta alunos presentes, não
chegou a dez por cento aqueles que foram capazes de conceituar e falar da
utilidade desta ciência para a realidade humana.
Sou admirador das pessoas
capazes de fazer uso da filosofia (ou da reflexão costumeira da realidade que
as cerca) como modo de vida. São pessoas mais compreensíveis, donas de si, ouvem
mais do que falam, extremamente colaborativas e sempre dispostas a mudar o
pensamento comum. Fazem uso do bom senso costumeiramente, e assim nos trazem
grande prazer nas suas companhias. Possuem senso crítico exacerbado, mas não aquele
senso crítico da razão inquestionável; mas do senso crítico que se mostra capaz
de mudar a percepção quando há, no seu entendimento, razões suficientes para
tal.
A falta de senso crítico levou a humanidade a inúmeras tragédias |
Todavia, as pessoas que não
se utilizam do pensamento filosófico, são perceptíveis “a olho nu”. Demonstram intransigência
em suas opiniões, falam mais do que ouvem e estão sempre querendo fazer preponderar
seus pontos de vista. São pessoas que nos dão prazer quando estão longe. Aliás, estas pessoas vivem "levando a vida". Sequer sabem porque estão aqui neste mundo ou qual o sentido de suas vidas.
Tomara que em 2017 consigamos
aprimorar nossas atitudes, nossos pensamentos e nossas reflexões. E se você conhece
algum amigo ou colega que ainda não desenvolveu o pensamento filosófico, torne
nosso mundo melhor; mostre a eles a importância da filosofia em nossas vidas.
Fica a frase de um grande
filósofo, René Descartes: “Viver sem filosofar é o que se chama ter os
olhos fechados sem nunca os haver tentado abrir”.
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