06 janeiro 2017

TRABALHO: UM DESAFIO PARA O FUTURO



Cada vez mais há escassez de trabalho formal

Algumas palavras podem ser de grande utilidade para classificar o momento que vivemos. A palavra “crise” está na boca de muita gente, mesmo que alguns não saibam (aliás, como eu também) exatamente toda a extensão de sua abrangência. Mas uma coisa é certa, e acredito que ninguém duvida: – “estamos passando por um período de enorme transformação!” O saldo de tudo isso para o futuro, nem o vidente mais notabilizado é capaz de prever...   
   
Ao longo dos anos aprendi que se faz necessária a modificação de conceitos, a transformação de pensamentos, a reformulação de estruturas, a alteração de paradigmas. E no mundo do século XXI, é latente a velocidade destas mudanças. A verdade de hoje é a dúvida da semana que vem.  

O atual governo demonstra ineficiencia nas reformas que prometeu 
É claro que me preocupam as reformas e mudanças propostas por este governo que aí está, e que, para mim, e tantos outros, é ilegítimo. É ilegítimo porque se houve impeachment do candidato(a) eleito(a), o vice que compunha sua chapa, no meu entender, deveria ter sido “arriado” do poder igualmente. E um congresso que fosse sério convocaria novo pleito.

Mas dentre as reformas propostas por esse governo “forjado”, me preocupa é claro a reforma trabalhista, que veio “goela abaixo”, assim como, a reforma do Ensino Médio. Ninguém foi chamado à discussão, exceto os “cupinchas” que hoje integram a equipe governamental, e que, cá prá nós, estão com um olho na conta bancária e outro nas notícias de Curitiba.

Sindicatos de todo o país contestam a reforma sem debates
Mas, embora toda a falácia da atual reforma trabalhista, a mim convém fazer algumas ponderações sobre o tema. Como ressaltei lá no início, é sempre bom estarmos atentos à modernização, à atualização para que não sejamos pegos de calças curtas. E a modernização das relações de trabalho creio serem necessárias, para conduzir o país a um patamar de crescimento sustentável, pois essa legislação que aí está é da década de 40 do século passado.

Me preocupa, é claro, a manutenção dos direitos e garantias conquistados até aqui. Mas não podemos ser “anacrônicos” em pleno século XXI. É perceptível que há oportunidades de trabalho que podem desabrochar com uma nova relação “Patrão X Empregado”. Pode alguém me perguntar: “Mas isso não pode se transformar num novo tipo de escravidão?” – É lógico que isso vai ocorrer! Toda mudança, toda novidade, traz consigo o temor, o receio, a preocupação... Foi assim também quando Getulio Vargas lá atrás trouxe a CLT.

O trabalho remoto pode ser uma alternativa futura
O trabalho com mais flexibilidade nas relações, poderá nos trazer benefícios que ainda não temos a certeza. Trabalho por produtividade em casa poderá nos proporcionar mais momentos com a família. Certamente, teremos de criar a competência da disciplina, para atingir os objetivos almejados. Há também a preocupação com as classes menos favorecidas, e que deverão receber um tratamento diferenciado nesta transição. Mas para isso, temos de contar com um Judiciário competente e eficiente.  

Obra de Domenico de Masi
Esta lógica que aí está foi estabelecida pela Revolução Industrial do século XVII, e se estendeu a todos os setores de atividade econômica. Tenho observado, há alguns anos, funcionários que adentram o ambiente de trabalho, cumprem suas metas e objetivos em menos de quatro horas, e ficam “fazendo tempo” até que a jornada seja concluída. É um desperdício muito grande. Estamos jogando fora um recurso valioso e que poderia ser utilizado de outra forma.

Sugiro àqueles que gostam de ampliar e conhecimento e de alargar a reflexão, que leiam um sociólogo italiano que tem buscado de maneira recorrente mostrar a importância da gestão do tempo disponível, e do “trabalho remoto” como solução para a nova sociedade que está em gestação. A obra se chama “Ócio Criativo” e o autor é Domenico de Mais.        

Um comentário:

Arceu disse...

Parabéns! Concordo com tudo. Especialmente com a parte que classifica como ilegítimo o atual governo.