02 setembro 2017

AS CONSEQUÊNCIAS DO "JEITINHO BRASILEIRO"

Grande parte dos cidadãos brasileiros se mostram
preocupados com o futuro do país
Como a maioria dos cidadãos brasileiros de bem, estou preocupado com o futuro deste país, pois precisamos deixar algo substancial e de qualidade aos nossos filhos, aos nossos netos. E a realidade que se apresenta é incerta e repleta de interrogações. O comando da nação está nas mãos de pessoas de personalidade sórdida, e que tomam decisões que interessam tão somente a uma pequena minoria, e tudo em prol de seus interesses e dos interesses de seus pares. Sequer se mostram preocupados com a sociedade brasileira em geral.

Diante desta realidade, me resta entender como poderemos sair desta situação e chegar a um porto seguro. Para tanto, busco em opiniões diversas alguma “luz no fim do túnel”; em outras cabeças pensantes, uma orientação.

Jornalista Diego Casagrande 
Foi assim que esta semana me deparei com um artigo bem interessante, embora não seja adepto de certas opiniões do jornalista em questão. Mas o que trago a seguir, de autoria de Diego Casagrande, da Rede Bandeirantes do RS, resume em parte o que acontece atualmente.

Leiam e tirem suas próprias conclusões!    

"Um Jeitinho nada Bacana"

Talvez nunca como agora os brasileiros estejam tão indignados com seus políticos, juízes, empresários e funcionários públicos. É legítimo que estejamos nos sentindo esmagados pela corrupção, pelo desrespeito, pela desídia, mas o fato é que colhemos aquilo que sempre foi justificado por muitos como uma característica positiva da brasilidade, um tipo de temperamento único para resolver as coisas sem conflito, sem estresse, sem ruptura. Falo do jeitinho brasileiro, entranhado no DNA e na cultura nacionais.

A propina e a vantagem se 
institucionalizaram no país
Não cabe aqui discutir as origens de atitude tão pervertida, que embora pareça engraçadinha e seja aceita socialmente, é desprezível. Fato é que o pequeno agrado dado ao guarda ou ao fiscal difere pouco dos milhões pagos pelas empresas na operação Zelotes. O princípio de levar vantagem é o mesmo, mudando apenas a escala. Alguns dirão: “Questão de sobrevivência contra um Estado opressor”. Faria sentido se os brasileiros há tempos não tentassem levar vantagem sobre cidadãos iguais a eles. Virou uma selva.

É gente que não devolve o troco a mais, outros que furam a fila, tem aqueles que fraudam a passagem, há os que nas provas colam feito bicho, tem gente que pede para os outros baterem o ponto, há os que não cumprem o horário na repartição pública, e os que tomam na cara dura a vaga aguardada por outro no estacionamento do shopping lotado. E aqueles que compram produtos sabidamente roubados? E as grandes empresas de TV a cabo e telefonia? Quem nunca foi enrolado em cobranças a mais ou em uma via crucis para cancelar o serviço? E os governos? Bem, estes sim merecem um capítulo à parte. As prefeituras chegam ao cúmulo de arbitrar preços nos imóveis muito acima do mercado para arrecadar mais. É o “se colar, colou” disseminado de forma incontrolável em nosso país.

Funcionária da Assembleia do RS passeava com o
cãozinho durante o expediente

Muitas vezes vi intelectuais justificando que o jeitinho nos tornava menos rígidos, menos rudes e mais cordiais. O resultado está aí. O jeitinho brasileiro nada mais é do que uma forma de corrupção, tão abjeta quanto as demais.

Embora não perceba, hoje quando a população sente nojo dos políticos está se olhando no espelho. Somos um povo acostumado a tirar um naco de vantagem daqui, outro dali, e ir sobrevivendo. Problema é que o jeitinho virou um monstro a nos devorar. Vai ser difícil abatê-lo.

Fonte: Metro Jornal - 29/08/2017

Nenhum comentário: