Grande parte dos cidadãos brasileiros se mostram
preocupados com o futuro do país
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Como a maioria
dos cidadãos brasileiros de bem, estou preocupado com o futuro deste país, pois
precisamos deixar algo substancial e de qualidade aos nossos filhos, aos nossos
netos. E a realidade que se apresenta é incerta e repleta de interrogações. O
comando da nação está nas mãos de pessoas de personalidade sórdida, e que tomam
decisões que interessam tão somente a uma pequena minoria, e tudo em prol de seus interesses
e dos interesses de seus pares. Sequer se mostram preocupados com a sociedade
brasileira em geral.
Diante desta
realidade, me resta entender como poderemos sair desta situação e chegar a
um porto seguro. Para tanto, busco em opiniões diversas alguma “luz no fim do
túnel”; em outras cabeças pensantes, uma orientação.
Jornalista Diego Casagrande |
Foi assim que
esta semana me deparei com um artigo bem interessante, embora não seja adepto de
certas opiniões do jornalista em questão. Mas o que trago a seguir, de autoria de Diego Casagrande, da Rede Bandeirantes do
RS, resume em parte o que acontece atualmente.
Leiam e tirem
suas próprias conclusões!
"Um Jeitinho nada Bacana"
Talvez
nunca como agora os brasileiros estejam tão indignados com seus políticos,
juízes, empresários e funcionários públicos. É legítimo que estejamos nos
sentindo esmagados pela corrupção, pelo desrespeito, pela desídia, mas o fato é
que colhemos aquilo que sempre foi justificado por muitos como uma
característica positiva da brasilidade, um tipo de temperamento único para
resolver as coisas sem conflito, sem estresse, sem ruptura. Falo do jeitinho
brasileiro, entranhado no DNA e na cultura nacionais.
A propina e a vantagem se
institucionalizaram no país
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Não
cabe aqui discutir as origens de atitude tão pervertida, que embora pareça
engraçadinha e seja aceita socialmente, é desprezível. Fato é que o pequeno
agrado dado ao guarda ou ao fiscal difere pouco dos milhões pagos pelas
empresas na operação Zelotes. O princípio de levar vantagem é o mesmo, mudando
apenas a escala. Alguns dirão: “Questão de sobrevivência contra um Estado
opressor”. Faria sentido se os brasileiros há tempos não tentassem levar
vantagem sobre cidadãos iguais a eles. Virou uma selva.
É
gente que não devolve o troco a mais, outros que furam a fila, tem aqueles que
fraudam a passagem, há os que nas provas colam feito bicho, tem gente que pede
para os outros baterem o ponto, há os que não cumprem o horário na repartição
pública, e os que tomam na cara dura a vaga aguardada por outro no
estacionamento do shopping lotado. E aqueles que compram produtos sabidamente
roubados? E as grandes empresas de TV a cabo e telefonia? Quem nunca foi
enrolado em cobranças a mais ou em uma via crucis para cancelar o serviço? E os
governos? Bem, estes sim merecem um capítulo à parte. As prefeituras chegam ao
cúmulo de arbitrar preços nos imóveis muito acima do mercado para arrecadar
mais. É o “se colar, colou” disseminado de forma incontrolável em nosso país.
Funcionária da Assembleia do RS passeava com o
cãozinho durante o expediente
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Muitas vezes vi intelectuais justificando que o jeitinho
nos tornava menos rígidos, menos rudes e mais cordiais. O resultado está aí. O
jeitinho brasileiro nada mais é do que uma forma de corrupção, tão abjeta
quanto as demais.
Embora não perceba, hoje quando a população sente nojo dos políticos está se olhando no espelho. Somos um povo acostumado a tirar um naco de vantagem daqui, outro dali, e ir sobrevivendo. Problema é que o jeitinho virou um monstro a nos devorar. Vai ser difícil abatê-lo.
Embora não perceba, hoje quando a população sente nojo dos políticos está se olhando no espelho. Somos um povo acostumado a tirar um naco de vantagem daqui, outro dali, e ir sobrevivendo. Problema é que o jeitinho virou um monstro a nos devorar. Vai ser difícil abatê-lo.
Fonte: Metro Jornal - 29/08/2017
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