Apesar das prisões, a farra do dinheiro público continua no Brasil |
Outra vez as imagens falam
por si próprias. E ainda há figuras eminentes do nosso Poder Judiciário capazes
de considerar que “não há provas suficientes” para incriminar os envolvidos. Maços
de dinheiro público sendo embolsados e guardados nos mais diferentes
recipientes: bolsos, malas, sacolas, mochilas e até mesmo caixas.
E se não houvesse o exemplo
de figurões do meio político e empresarial entre as grades, já seria de se
entender que isso ainda estivesse acontecendo. Mas se nota que ainda não é
suficiente o que a Operação Lava-Jato realizou desde 2014. O receio de ser pego
em atitudes ilícitas não tem amedrontado os devotos da corrupção, do meio fácil
de ganhar dinheiro, de ficar milionário.
Prefeito de Cuiabá é flagrado enchendo os bolsos com maços de dinheiro |
Desta vez, os fatos
mostraram que a administração do estado do Mato Grosso está “podre” também. E
digo “também” porque muito ainda há que se descobrir pelo Brasil afora.
Olhando as imagens recordei
de outras que também me deram náuseas, ânsia de vômito. Tal qual aquelas do deputado
“Loures” com a mala de dinheiro do Temer na pizzaria. E antes ainda, o
governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, enchendo os bolsos, e os
deputados na “oração da propina”, um absurdo.
A "Oração da Propina" com deputados do Distrito Federal ficou famosa em todo o mundo
Mas prá mostrar a forma
como é tratado o dinheiro público, esta semana a jornalista Juliana Cipriani do
jornal Estado de Minas, trouxe um pequeno levantamento de licitações feitas em
diversos lugares do país por órgãos públicos. O conteúdo é de ficar perplexo, observem:
BAHIA: TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO
Licitação para contratar
instrutores que auxiliariam os magistrados no treinamento para uma competição de
atletismo. Valor envolvido: R$ 196.000,00 por ano.
Governo do RJ está licitando jatinhos para transportar o governador |
RIO DE JANEIRO: GOVERNO
ESTADUAL
Concorrência para contratação
de empresa de jatinhos para conduzir o governador Luiz Fernando Pezão em suas
viagens. Previsão de valores: 2,5 milhões no ano.
BRASÍLIA: CONGRESSO
NACIONAL
Licitação para aquisição de
camas, colchões, sofás e cadeiras para os parlamentares. Valor estimado: 1
milhão de reais.
BRASÍLIA: SENADO FEDERAL
Licitação para compra de
cadeiras estofadas e sofás modulares para a casa senatorial. Valor envolvido:
R$921.000,00
BRASÍLIA: CÂMARA DOS
DEPUTADOS
Câmara dos Deputados faz pregão para compra de Cama Box Casal "queen size" |
Pregão Eletrônico para aquisição
de 48 conjuntos de cama box de casal “queen size” a um preço estimado de
R$1.311,00 cada uma e mais 12 camas box “king size” por R$1.462,00 cada.
CURITIBA: TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO PARANÁ
Licitação para aquisição de
poltronas, cadeiras e sofás para a sede do tribunal no valor estimado de R$ 4,7
milhões de reais.
BELO HORIZONTE: CÂMARA MUNICIPAL
Licitação para compra de 50
cadeiras no valor de R$ 4.700,00 cada uma, além de uma reforma na casa que
custou a bagatela de 1,2 milhão de reais, que incluiu revestimento de mármore
branco e vidro espelhado.
BRASÍLIA: MINISTÉRIO
PÚBLICO FEDERAL
No ano passado houve a aquisição
de Iphones, Ipads e Celulares para os membros da casa no valor de 2 milhões de
reais.
SÃO FRANCISCO DE ASSIS
(RS): PREFEITURA MUNICIPAL
Prefeitura de S. Francisco de Assis faz compra de vinhos finos |
Licitação para compra de 32.400
garrafas de vinho espumante, sendo que as bebidas deveriam ser de rótulo Carta
Nevada, com uva Macabeo, Xarello e Parellada, e cava-seleccion ou cordon rosado,
com uvas Trepat e Garnach, “que harmoniza com carnes suaves, arroz e massa”.
OURO PRETO (MG): PREFEITURA
MUNICIPAL
Licitação para compra de 390
litros de cerveja pilsen “alto padrão” e 130 litros de vinho cabernet, além de
carne de gado especificada como “filé mignon”.
E tantos outros absurdos
que ainda poderiam ser listados país afora.
Em tempos de crise e de restrição
de recursos que contemplem a necessidade da sociedade brasileira, como saúde, educação
e segurança pública, é notório observar que só há um lado penalizado. Quando se
trata de lidar com o dinheiro dos altos impostos cobrados da população e do
empresariado brasileiro, o destino parece ser um “poço sem fundo”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário