30 setembro 2017

AS TORRES GÊMEAS BRASILEIRAS


Yachthouse Residence Club, as torres gêmeas brasileiras
em Balneário Camboriú
Sempre acreditei que a criatividade fosse um imperativo dos indivíduos ousados, pois quem tem bom senso em demasia se vê restringido do poder criativo. Esse é um postulado. Outro, em sentido contrário, ressalta o que os japoneses se tornaram exímios e exercitaram ao longo de décadas: “Tudo que é bom e promissor, deve ser copiado ou aprimorado!"
Pois bem, não tenho certeza que seja uma cópia ou espírito criativo o que começa a tomar forma no litoral catarinense: o Yachthouse Residence Club em Balneário Camboriú. E ainda inconclusa, a obra já soma um acidente com danos materiais em seu cronograma. Na última segunda-feira, dia 25 de setembro, uma carga de concreto desabou do 50° andar sobre os veículos estacionados na calçada da Avenida Normando Tedesco, sem prejuízos pessoais felizmente. 
As Torres Gêmeas brasileiras terão 75 andares e uma marina em anexo

O empreendimento foi projetado para ter 75 andares em cada uma das torres, sendo o primeiro imóvel do país a ter uma marina anexa parra os proprietários. O imóvel tem a assinatura do estúdio de design italiano Pinifarina, reconhecido internacionalmente pelos projetos de marcas como Ferrari e Rolls-Royce. 

Diante do ocorrido na segunda, o Ministério Público Federal de SC solicitou a paralisação da obra, até que houvesse a comprovação de que havia condições seguras para a retomada. E tão logo teve ciência da ação do MP, a construtora providenciou o laudo técnico e de segurança da obra, o PCMAT atualizado, os comprovantes de capacitação dos operários para trabalho em altura, entre outros, e a presença permanente de uma equipe de Medicina do Trabalho à disposição no canteiro de obras.
Na segunda, dia 25, uma carga de concreto desabou
do 50.o andar sobre a calçada

Assim que o ocorrido foi notificado, uma perícia realizada pela Defesa Civil e pela Secretaria de Planejamento Urbano do município constatou não ter havido danos à estrutura e comprovou a segurança da obra. Diante disso, a juíza Adriana Lisboa, da Vara da Fazenda Pública de Balneário Camboriú solicitou que o MP-SC se manifestasse sobre o pedido de interdição, já que todos os requisitos foram atendidos e demonstraram responsabilidade por parte da empresa. O Ministério ainda não se manifestou, mas é provável que atenda a juíza nas próximas horas.
Em se tratando de saúde e segurança do trabalho, tema que a muitos de nós é sempre pertinente, o caso relatado demonstra duas facetas importantes. A primeira destaca que a empresa adotou “quase” todos os requisitos indispensáveis para uma obra de tamanha envergadura: documentação, treinamento, equipe de atendimento, etc. A segunda faceta poderia ter ensejado um acidente grave, pois houve falha grave que determinou a queda de material sobre a calçada, e que poderia ter evoluído para um acidente grave caso houvesse ali pedestres em circulação. 
A sorte se fez presente também.
Tomara a nova versão das “Torres Gêmeas”, agora no litoral do Brasil, consigam ser erguidas até sua conclusão sem qualquer outro de acidente.
E que também por aqui não frutifique nenhum “grupo terrorista” brasileiro, sob o comando de algum “Osama Bin Laden” tupiniquim. 

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