18 novembro 2017

A NR10 E O RISCO ELÉTRICO

A NR10 passou por uma grande revisão no início
dos anos 2000
Na revisão que mudou a essência da NR10 no início dos anos 2000, por conta principalmente da privatização do sistema elétrico brasileiro durante o governo FHC, vários itens surgiram para tornar mais segura essas atividades.

As preocupações das autoridades públicas com o pouco conhecimento dos profissionais que agora assumiam atividades que outrora cabiam a funcionários especializados transformaram o texto da NR10 num conteúdo extremamente técnico. Por isso, foi exigida uma capacitação de todos os trabalhadores do setor, independente do tipo de formação, técnica ou superior. Todos foram obrigados a realizar o treinamento de NR10 – Básico e NR10 – Complementar, em caso de Alta Tensão.  

Também foram conclamados aqueles trabalhadores que atuavam na periferia das instalações elétricas, como os instaladores de sistemas de TV a Cabo, Redes de Internet, Telefonia Fixa e Móvel, sistemas de Refrigeração e de Segurança Patrimonial. A proximidade com o risco de “arco elétrico” também foi um elemento considerado para todos estes profissionais.

O Risco Elétrico dificilmente proporciona uma
segunda chance ao trabalhador
A partir da publicação da NR10 remodelada, os prazos de capacitação foram se esgotando, e hoje não se admite qualquer profissional destes citados acima atuar sem o treinamento específico. O risco elétrico, tal como o trabalho em altura e o espaço confinado, dá poucas chances ao trabalhador quando não existe o conhecimento de como ele se apresenta e pode impactar na preservação da vida. São inúmeros os acidentes que ainda ocorrem nestas áreas.

O trabalho com instalações elétricas, quando o trabalhador está em contato direto com a rede, ou nos serviços com eletricidade, no caso de instalações de aparelhos que dependem da energia elétrica para seu funcionamento, sempre se faz necessário a adoção da Análise Preliminar de Riscos. Ou seja, nada pode ser feito sem o devido planejamento. Uma reunião prévia com toda a equipe previne os riscos presentes nestas tarefas. E a participação de todos nas discussões sobre os riscos permite que não haja possibilidade de esquecimentos. Então, listados os riscos possíveis presentes nas atividades, é hora de adotar as medidas de proteção coletivas e individuais.

Os cursos de capacitação Básico e Complementar da NR10
são obrigatórios a qualquer profissional da área
Mas nada disso será efetivo se todos os equipamentos não passarem necessariamente por verificações periódicas de funcionamento. Um medidor de tensão com defeito pode ser letal quando não indicar a presença da mesma no momento da intervenção. Vestimentas de trabalho inadequadas também podem comprometer o aspecto preventivo. Cintos e talabartes sem inspeção e certificação podem resultar em quedas fatais.

Portanto, o conteúdo da NR10 traz inúmeros aspectos de segurança e prevenção desde a sua reformulação geral em 2005. Aspectos estes que estão presentes no conteúdo das capacitações Básica e Complementar, ambas de 40 horas. E os profissionais, assim como os empregadores, devem reconhecer o grande potencial de acidentalidade do risco elétrico, que na maioria das vezes não dá uma segunda chance aos que nele se envolvem.


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