A chamada modernização trabalhista está trazendo pontos
polêmicos sem discussão com a sociedade
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A data de hoje marca mais
uma etapa importante na vida do trabalhador brasileiro. Começa a vigorar no
país a nova legislação trabalhista, reforma essa que altera inúmeros pontos das
relações entre empregado e empregador.
Neste momento, cabe lembrar
aqui alguns conceitos que a Norma Regulamentadora nº 1 “Disposições
Gerais” estabelece em seu texto, principalmente aqueles que destacam o papel de
“Empregador” e “Empregado”. Vejamos o que diz lá:
Empregador: “Empresa
individual ou coletiva que, assumindo os riscos da atividade econômica,
admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços”.
Empregado: “Pessoa Física
que presta serviços de natureza não eventual, sob a dependência deste e
mediante salário”.
A nova reforma pressupõe a negociação direta entre
Empregado e Empregador
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Pois bem, analisando as
partes destacadas dos conceitos acima, a reforma feita por este governo sequer foi trazida aos trabalhadores para negociação.
Foi elaborada e aprovada sem maiores discussões a "toque de caixa", pois o que mais o governo necessitava no momento era justificar sua presença, diante da quantidade enorme de denúncias e escândalos persistentes. O Empregador, cujo conceito ressalta os riscos da
atividade econômica, parece agora menos preocupado com o “lucro ou prejuízo”.
Todavia, o Empregado, com a aprovação da terceirização ampliada, não terá mais
uma “natureza de serviços tão eventual”.
O Workshop desta sexta, dia 10, propiciou uma troca
de informações e conhecimentos sobre a nova lei
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No Workshop de ontem, "Gestão Segura de Terceirizados" na Faculdade Factum, estivemos reunidos discutindo detalhes desta terceirização. Se fizeram
presentes alguns profissionais interessados e preocupados com a questão. Foi
quando o professor Pacheco, advogado competente e dedicado às questões da legislação
trabalhista foi contundente: “A polêmica estão só começando!” Segundo ele,
muita coisa ainda está por vir para que se tenha certeza da abrangência da
reforma, de suas vantagens e prejuízos.
Na sequencia muitas dúvidas
e questionamentos surgiram em virtude da nova legislação. As perguntas
demonstraram grande inquietação por parte dos gestores e professores que ali
estiveram presentes. Questões relativas a contratos de trabalho de terceirização
e outras demandas inerentes foram as que mais suscitaram interesse geral.
Prof. Pacheco durante o Workshop:
"A Polêmica está só começando!"
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O que se sabe é que a
partir desta semana, alguns pontos polêmicos estarão convivendo com os
Empregados e Empregadores, tais como: acordo coletivo, férias parceladas, fim
da contribuição sindical obrigatória, homologação da rescisão na empresa, jornada
parcial de trabalho, trabalho intermitente, trabalho home office, remuneração por
produtividade e outras modificações.
Todos são pontos polêmicos e
que praticamente não foram discutidos e negociados com as categorias.
Com relação ao fim da contribuição
sindical, o próprio ministro do Trabalho estimou o desaparecimento de mais de três
mil sindicatos. Isso é preocupante, pois acredito que o trabalhador só vai se
dar conta da importância deste órgãos representativos de classe quando fizer as
tentativas de negociação diretamente com o Empregador, como dispõe a nova lei.
Como diz meu parceiro
professor Pacheco, “A polêmica está só começando!”
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