O transito caotico da BR-116 |
Que maravilha esses dias de
feriadão no transito da região metropolitana. Para mim, que na verdade não tive
feriadão, foi uma tranquilidade. Na quinta pela manha fui até Gravataí, visitar
um cliente que normalmente em dias comuns levo cerca de 35 minutos desde
Canoas. Se for pela manha cedo, até me desvencilhar da BR-116, acabo levando
quase uma hora. Pois nesta quinta levei nao mais que 20 minutos neste trajeto
de cerca de 24 quilômetros. E isto ocorre por uma razão muito simples, a
quantidade de veículos circulando nas rodovias de acesso à capital fica
reduzida nestes momentos.
Mas quando vejo essa quantidade
enorme de veículos que ocupam as rodovias em dias normais, fico me perguntando:
“Será que essa quantidade vai
aumentar ainda mais? E sem que a infraestrutura de rodovias acompanhe esse
aumento? A Rodovia do Parque é promessa
para final de 2013. E a mim dá a impressão de que quando se tornar realidade,
já estará saturada para atender esta demanda constante.
Outras perguntas que seguidamente
me faço são:
a) Mas será
que a indústria automobilística é a única alternativa na geração de empregos no
país?
b) Será que
outros segmentos da atividade econômica, se incentivados, não são capazes de atender
esta necessidade?
c) Ou continuaremos incentivando o crescimento
destas máquinas que entopem as vias de circulação, e que também contribuem para
aumentar a taxa de monóxido de carbono na atmosfera?
Nestes tempos de corrida
eleitoral, todos nós eleitores, na verdade deveríamos ser mais criteriosos na
escolha dos nossos representantes. As perguntas que deveríamos fazer a estes
que querem tanto nos representar poderiam ser:
a)
Quais são as propostas para melhorar a
mobilidade urbana na cidade?
b)
Que outros meios de transporte podem ser
incentivados como alternativas para melhorar o fluxo do trânsito no centro e
nas vias secundárias da cidade?
c)
Como estão as condições das frotas de ônibus que
fazem o transporte da população na cidade? Há quanto tempo não se fazem novas licitações
que proporcionem a melhoria da frota, com ônibus mais modernos e mais confortáveis?
Bem, nas cidades que fazem parte
da região metropolitana de Porto Alegre, conheço algumas realidade
superficialmente. Por isso, não tenho qualquer condição de falar de forma
aprofundada. Agora em Canoas, embora tenha permanecido distante por cerca de
vinte quatro anos, até meu retorno em 2004, tenho um pouco mais de condições de
falar. A cidade não mudou muito neste aspecto, pois nasceu à beira da BR-116 e
até hoje paga este preço. É uma cidade com limitações, enclausurada entre a
BR-116 e o Rio dos Sinos. E como se não fosse
suficiente, a cidade que já agonizava com estes limites, foi submetida a uma angústia
ainda maior: o retalhamento do Centro imposto pelos trilhos do TRENSURB. Aliás,
depois dos trilhos do trem suburbano, canoas virou um verdadeiro Cachorro
Quente. Basta olhar no mapa: o Centro é a Salsicha e as duas porções de pão, o
Leste e o Oeste.
O TRENSURB dividiu ainda mais o Centro |
Fico a imaginar qual foi a cabeça
genial que permitiu tal obra de engenharia, e que cirurgicamente dividiu a
cidade em três células: o Centro, comprimido entre a Guilherme Schell e a
BR-116, a porção Leste com a Niterói, o Nsa Sra das Graças, o Igara e o
Marechal Rondon, e a porção Oeste, com a Mathias Velho, o Harmonia e o São Luiz.
Ou seja, são três Canoas, uma com vida independente da outra. Agora querem enterrar
o trilho do TRENSURB que retalha o centro, numa tentativa de novamente agregar o
Centro com a Porção Oeste. É uma conta
de valor estimado em quase 200 milhões de reais, com verba oriunda do PAC. A
atitude da atual administração, buscando recursos para tal, até que é louvável,
pois poderá recuperar novamente a expansão com a qual me acostumei anos atrás.
Mas a despesa deveria ser debitada para estes gênios da política e da
arquitetura canoense, responsáveis pela decisão equivocada.
E o transporte público? Como está
a qualidade destes meios? Será que não está na hora de uma concorrência pública
para abrir oportunidade para outras empresas de transporte na região? Desde que
me conheço por gente (como diz minha mãe), os ônibus que servem Canoas são propriedade
da VICASA e da SOGAL. E ai cabe a pergunta: “Será que na região só há estas
duas empresas de transporte coletivo?” Acredito que agora será quase impossível
uma licitação, pois a candidata a vice-prefeita na chapa de Jairo Jorge, Beth
Colombo, é comprometida com o segmento pelas
aproximações de parentesco. Aliás, creio que essa aliança desde muito tem um
interesse velado, e de suposição da qual dificilmente me engano.
Licitacao para Transporte Publico em Canoas |
Mas não é só em Canoas que os
problemas estão presentes no dia-a-dia. Sei também de inúmeras pessoas com
problemas de mobilidade em Gravataí e Cachoeirinha, tanto no transporte
coletivo como nas vias de acesso e circulação de veículos. Estes dois municípios
tem apresentado congestionamento diário também pela confusão no acesso da
FreeWay, e principalmente, porque para fugir do pedágio muitos se utilizam da avenida
Assis Brasil, que se transforma num caos de manhã e a tarde. Não bastasse também
a conhecida e interminável obra da RS-118 que, entra governo, sai governo, e se
arrasta como a duplicação da BR101 no trecho entre SC e RS.
Mais um município que tem
enfrentado problemas sérios é Viamão, no acesso pela avenida Bento Gonçalves.
Diariamente o congestionamento é uma realidade, num lugar que já foi sinônimo
de tranquilidade e calmaria. Hoje nem ele escapa da realidade urbana.
Por isso tudo, acredito que é
hora de saber bem utilizar nosso direito de votar e ficar atento às promessas
de campanha. Muito se diz, pouco se faz. É agora ou nunca. Ou será que teremos
de esperar mais quatro anos? Lembre-se
disso quando for depositar seu voto na urna.
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