21 setembro 2012

PERGUNTE AO SEU CANDIDATO


O transito caotico da BR-116

Que maravilha esses dias de feriadão no transito da região metropolitana. Para mim, que na verdade não tive feriadão, foi uma tranquilidade. Na quinta pela manha fui até Gravataí, visitar um cliente que normalmente em dias comuns levo cerca de 35 minutos desde Canoas. Se for pela manha cedo, até me desvencilhar da BR-116, acabo levando quase uma hora. Pois nesta quinta levei nao mais que 20 minutos neste trajeto de cerca de 24 quilômetros. E isto ocorre por uma razão muito simples, a quantidade de veículos circulando nas rodovias de acesso à capital fica reduzida nestes momentos.  

Mas quando vejo essa quantidade enorme de veículos que ocupam as rodovias em dias normais, fico me perguntando: 

“Será que essa quantidade vai aumentar ainda mais? E sem que a infraestrutura de rodovias acompanhe esse aumento?  A Rodovia do Parque é promessa para final de 2013. E a mim dá a impressão de que quando se tornar realidade, já estará saturada para atender esta demanda constante.

Outras perguntas que seguidamente me faço são:

a)    Mas será que a indústria automobilística é a única alternativa na geração de empregos no país?
  b) Será que outros segmentos da atividade econômica, se incentivados, não são capazes de atender esta necessidade?
    c)  Ou continuaremos incentivando o crescimento destas máquinas que entopem as vias de circulação, e que também contribuem para aumentar a taxa de monóxido de carbono na atmosfera?     

Nestes tempos de corrida eleitoral, todos nós eleitores, na verdade deveríamos ser mais criteriosos na escolha dos nossos representantes. As perguntas que deveríamos fazer a estes que querem tanto nos representar poderiam ser:

    a)    Quais são as propostas para melhorar a mobilidade urbana na cidade?
    b)   Que outros meios de transporte podem ser incentivados como alternativas para melhorar o fluxo do trânsito no centro e nas vias secundárias da cidade?
   c)    Como estão as condições das frotas de ônibus que fazem o transporte da população na cidade? Há quanto tempo não se fazem novas licitações que proporcionem a melhoria da frota, com ônibus mais modernos e mais confortáveis?

Bem, nas cidades que fazem parte da região metropolitana de Porto Alegre, conheço algumas realidade superficialmente. Por isso, não tenho qualquer condição de falar de forma aprofundada. Agora em Canoas, embora tenha permanecido distante por cerca de vinte quatro anos, até meu retorno em 2004, tenho um pouco mais de condições de falar. A cidade não mudou muito neste aspecto, pois nasceu à beira da BR-116 e até hoje paga este preço. É uma cidade com limitações, enclausurada entre a BR-116 e o Rio dos Sinos.  E como se não fosse suficiente, a cidade que já agonizava com estes limites, foi submetida a uma angústia ainda maior: o retalhamento do Centro imposto pelos trilhos do TRENSURB. Aliás, depois dos trilhos do trem suburbano, canoas virou um verdadeiro Cachorro Quente. Basta olhar no mapa: o Centro é a Salsicha e as duas porções de pão, o Leste e o Oeste.  

O TRENSURB dividiu ainda mais o Centro
Fico a imaginar qual foi a cabeça genial que permitiu tal obra de engenharia, e que cirurgicamente dividiu a cidade em três células: o Centro, comprimido entre a Guilherme Schell e a BR-116, a porção Leste com a Niterói, o Nsa Sra das Graças, o Igara e o Marechal Rondon, e a porção Oeste, com a Mathias Velho, o Harmonia e o São Luiz. Ou seja, são três Canoas, uma com vida independente da outra. Agora querem enterrar o trilho do TRENSURB que retalha o centro, numa tentativa de novamente agregar o Centro com a Porção Oeste.  É uma conta de valor estimado em quase 200 milhões de reais, com verba oriunda do PAC. A atitude da atual administração, buscando recursos para tal, até que é louvável, pois poderá recuperar novamente a expansão com a qual me acostumei anos atrás. Mas a despesa deveria ser debitada para estes gênios da política e da arquitetura canoense, responsáveis pela decisão equivocada.

E o transporte público? Como está a qualidade destes meios? Será que não está na hora de uma concorrência pública para abrir oportunidade para outras empresas de transporte na região? Desde que me conheço por gente (como diz minha mãe), os ônibus que servem Canoas são propriedade da VICASA e da SOGAL. E ai cabe a pergunta: “Será que na região só há estas duas empresas de transporte coletivo?” Acredito que agora será quase impossível uma licitação, pois a candidata a vice-prefeita na chapa de Jairo Jorge, Beth Colombo,  é comprometida com o segmento pelas aproximações de parentesco. Aliás, creio que essa aliança desde muito tem um interesse velado, e de suposição da qual dificilmente me engano.   

Licitacao para Transporte Publico em Canoas
Mas não é só em Canoas que os problemas estão presentes no dia-a-dia. Sei também de inúmeras pessoas com problemas de mobilidade em Gravataí e Cachoeirinha, tanto no transporte coletivo como nas vias de acesso e circulação de veículos. Estes dois municípios tem apresentado congestionamento diário também pela confusão no acesso da FreeWay, e principalmente, porque para fugir do pedágio muitos se utilizam da avenida Assis Brasil, que se transforma num caos de manhã e a tarde. Não bastasse também a conhecida e interminável obra da RS-118 que, entra governo, sai governo, e se arrasta como a duplicação da BR101 no trecho entre SC e RS.

Mais um município que tem enfrentado problemas sérios é Viamão, no acesso pela avenida Bento Gonçalves. Diariamente o congestionamento é uma realidade, num lugar que já foi sinônimo de tranquilidade e calmaria. Hoje nem ele escapa da realidade urbana.

Por isso tudo, acredito que é hora de saber bem utilizar nosso direito de votar e ficar atento às promessas de campanha. Muito se diz, pouco se faz. É agora ou nunca. Ou será que teremos de esperar mais quatro anos?  Lembre-se disso quando for depositar seu voto na urna.

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