A situação do sistema prisional brasileiro é lastimável |
Por isso, fico pasmo em frequentemente ouvir
aqueles aconselhamentos que a mídia apresenta, de como o cidadão deve se comportar
para evitar assaltos e assassinatos. Hoje ainda pela manhã ouvia de um comandante
de policiamento paulista ao falar para programa de televisão:
“Não leve dinheiro em grande quantidade
consigo!”, “Evite acessar caixas eletrônicos depois do expediente bancário!”, “Ao
estacionar seu carro, antes de sair, observe as cercanias para ver se não há
pessoas estranhas!”.
Ou seja, pra que então o Estado nos cobra
tantos impostos, se na hora de prestar-nos os serviços essenciais estamos todos
reféns da insegurança?
A ordem para as ações de terror pressupõe-se venham dos presídios |
Até mesmo a bela capital catarinense,
outrora lânguida e formosa por suas belezas naturais, não escapou das ações do
crime organizado.
Mas ainda para mostrar que nossa sociedade
está em situação de grande risco, e o país precisa de uma ação judiciária mais
contundente para mudar o rumo, outra notícia desta semana traz decepção e
constrangimento: a pedofilia corrente na região norte.
Uma rede de pedofilia vem-se consolidando no
município de São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus), no extremo
norte do Amazonas, sem que os envolvidos sejam investigados e muito menos
punidos. As vítimas são meninas indígenas entre 10 e 16 anos de idade. Pessoas
vinculadas a instituições sociais são ameaçadas caso façam as denúncias e as
vítimas são coagidas a ficarem caladas.
Meninas indígenas são abusadas em São Gabriel da Cachoeira - AM |
Em agosto passado, seis meninas indígenas
aceitaram prestar depoimento à representação da Polícia Federal em São Gabriel
da Cachoeira, município onde 95% de sua população é indígena. O depoimento foi
confirmado pelo representante da PF no município, Cláudio César. Cláudio disse
apenas que os depoimentos farão parte de um relatório que ele enviará para a
promotoria de São Gabriel da Cachoeira e para a superintendência da PF, na
próxima semana.
A delegada especializada em crimes contra
menor, idoso e violência doméstica de São Gabriel da Cachoeira, Ivone Rocha,
confirmou a existência dessa rede, mas alegou que o órgão não tem estrutura
para investigar os casos. A Polícia Civil tem apenas um investigador no
município. Ela também informou que as meninas vítimas da violência sexual não
costumam denunciar os suspeitos.
O caso foi denunciado pela Irmã Justina
Zanatto, missionária italiana que realiza trabalho social na região. "Apresentamos numerosas denúncias, mas não obtivemos
resultados. É muito triste pensar que quem deve impor o respeito das leis não o
faz" disse a irmã Zanato, que desde 2008 coordena o programa Menina Feliz,
que assiste as meninas violentadas ou abandonadas, e é também presidente do
Conselho Municipal para a Defesa de Crianças e Adolescentes.
O município é o mais indígena do Brasil, com 95% da população composta de índios |
Medo de denunciar, omissão das autoridades públicas e ameaças explícitas são as
principais causas da perpetuação e do crescimento da prática de exploração
sexual, segundo uma psicóloga que atua em São Gabriel da Cachoeira e que
acompanha estes casos há alguns anos.
“Todo mundo sabe quem são as pessoas. E são
pessoas poderosas. Quando se faz uma tentativa de denunciar, acontecem as
ameaças”, diz ela
A psicóloga fez uma pesquisa que traçou o
perfil das meninas vítimas da exploração. São, na maioria, garotas indígenas,
pobres e vulneráveis socialmente que vêm das aldeias em busca de melhores
condições de vida. Os praticantes são em geral homens maduros, comerciantes
“estabelecidos na cidade” que raramente vão em festas e que, aparentemente,
possuem uma conduta ilibada.
Fonte: Conexão Lisboa-Manaus
Um comentário:
Meu caro Jairo,
a blogada desta semana é de impressionante atualidade. José Rainha, disse com propriedade, colocar José Genuíno ou José Dirceu em um presídio é assinar-lhes a ‘Pena de morte’. Minha questão é: a quem se destinam os presídios? Não seria APENAS para pessoas que oferecem riscos a sociedades. Não deveria se usar réus como do mensalão para obriga-los a trabalhos sociais em comunidades carentes onde poderiam investir os frutos dos roubos?
Com imensas dúvidas,
cumprimentos pela atualidade da blogada,
attico chassot
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