A sociedade santamariense exige punição a todos os culpados |
Uma sociedade que tem seus preitos atendidos
é uma sociedade que cobra do Poder Público ações que justifiquem a escolha
do mesmo. Uma sociedade que se acomoda, e que pouco se interessa por aquilo que
o Poder Público tem realizado, no âmbito da responsabilidade da qual está
incumbido, vê seus impostos serem consumidos por ações inescrupulosas e que não
se refletem em benefícios para a população.
Desde que a tragédia de Santa Maria ocorreu,
e assim que se pôde contar as vítimas imediatas como resultado do ocorrido, natural
como toda a ocorrência desta natureza, se impôs a busca pelas causas e pelos
culpados. Fala daqui, fala de lá, entrevista daqui, depoimento dali e muitas contradições.
Principalmente, quando os entrevistados eram membros do Poder Público, como se
viu quando eles falaram. Aliás, muitos deles de imediato se propuseram a tentar
o sucesso frente às câmeras. E o que se viu foi também trágico. Uns diziam que
a Kiss estava bem aparelhada, e que o ocorrido fora uma fatalidade. Outros
diziam que jamais se poderia ter feito uma festa de tal magnitude em um lugar com tais condições. Em outro momento se davam números desencontrados para o público que a casa deveria comportar. Aliás, um grande desfile de aparências e vaidades, que depois evoluiu para um “jogo de empurra”, prá falar no popular.
Talvez quem mais tenha sido sincero naquela
hora, de grande comoção como são estes momentos pós-tragédia, é quem neste
momento está atrás das grades: músicos e (pseudo) proprietários. E quando falo pseudo-proprietários, é porque já houve uma notícia de que a casa noturna está em nome de laranjas, quando o registro da empresa na junta comercial apresenta o nome de duas senhoras. Mas, longe de mim
aqui tentar eximir de responsabilidades estes atores, porque também agiram de
forma errônea e devem responder por seus atos.
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As contradição nas declarações das autoridades marcou a tragédia em Santa Maria desde o primeiro dia |
Mas se esta casa noturna estava em pleno funcionamento,
e com o alvará vencido desde agosto de 2012, por que não houve uma interdição da
mesma por parte do Poder Público? Este poder que é responsável pela liberação destas
e de tantas outras atividades na sociedade? Segundo o Corpo de Bombeiros, a taxa
de fiscalização havia sido paga e a solicitação de averiguação aguardava na
fila de espera. Quer dizer que enquanto isso, mesmo com itens em pendência,
como fora constatado, se poderia colocar em risco a vida de inúmeras pessoas desde agosto
de 2012?
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A imagem da tragédia que correu o mundo |
Mas eu até levei sorte, pois há empresários que
chegam a esperar mais de um ano pela liberação de seus estabelecimentos. E não somente
o Corpo de Bombeiros, mas também outros órgãos fiscalizadores para liberação de
estabelecimentos que comercializam ou produzem alimentos, outros que trabalhem
com saúde ou medicamentos e, até mesmo, os que trabalham com educação. No caso destes,
devem ter a aprovação dos fiscais das secretarias de educação, sejam municipais
ou estaduais, e até mesmo, de órgãos federais quando é o caso.
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O momento da posse é muito concorrido e glamuroso |
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O delegado Marcelo Arigony tem sido contundente em sua tarefa de investigação |
Não quero aqui concluir que isso possa ter
ocorrido com a Kiss em Santa Maria. Mas se houve coisa similar, que venha a
público numa investigação que busque a transparência da atividade do Poder
Público antes de mais nada, da forma contundente como tem demonstrado o delegado Marcelo Arigony.
De resto, o que temos visto nos últimos dias são falas distintas e que buscam
sempre fugir da responsabilidade e se eximir da culpa. Até porque, o poder é
deslumbrante e muito bonito, principalmente quando os membros do executivo,
legislativo e judiciário, ao tomarem posse em seus cargos, ressaltam o
compromisso com a sociedade. Pois bem, chegou a hora de assumirem o compromisso
da posse. Ou como dizia meu avô Arnaldo, nascido naquelas plagas próximas a Santa Maria (natural do Cacequi), e que há muito nos deixou: “Agora é hora da onça beber água!”
Que Deus o tenha!
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Um comentário:
Meu caro Jairo, desde Canela, ainda muito dolorido Com a tragédia cumprimento pela atualidade da critica exposta com brilhantismo,
Attico Chassot
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