Final
de ano chegando. Tempo de festas e muitas compras de presentes para os
familiares e amigos. Época de manifestações de solidariedade e de rever nossas
atitudes frente aos problemas da vida. A emoção se manifesta em todos os
momentos. Certo? Talvez... Nem tudo é alegria e felicidade. São constatações que fiz
diante de notícias de abuso de empresas com seus funcionários. E duas destas
notícias são bastante revoltantes.
A publicidade nem sempre reflete a realidade |
O
supermercado Pão de Açúcar é "lugar de gente feliz", diz o comercial
na TV. Clientes felizes e ecologicamente sustentáveis encontram, em qualquer
loja da rede, funcionários igualmente felizes e ecologicamente sustentáveis
sempre dispostos a atendê-los.
De acordo com a juíza Francieli Pissoli, da 5ª Vara do Trabalho de Ribeirão Preto (SP), no entanto, a realidade é um pouco diferente. Em decisão de novembro deste ano, ela concedeu liminar favorável ao Ministério Público do Trabalho (MPT) determinando ao Grupo Pão de Açúcar (GPA) que deixe de praticar uma série de irregularidades trabalhistas, entre estas, a submissão de jovens aprendizes a desvios de função e de seus funcionários em geral a jornadas excessivas.
As violações foram flagradas por auditores fiscais do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) na loja do grupo localizada na avenida João Fiúsa, na Zona Sul de
Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Segundo a fiscalização, a gerência da
unidade obrigava os adolescentes contratados pelo programa de aprendizagem (Menor Aprendiz) a
trabalhar como caixas e empacotadores, em períodos noturnos e em regime de
compensação de jornada, condições não permitidas pela legislação brasileira.
Além disso, a empresa não cumpria o número mínimo de 5% de aprendizes em
relação ao total do quadro de empregados.
Mas o caso impressionante, e que revolta ainda mais, foi o que ocorreu esta semana em Canoas, quando um gari, dispensado por empresa na cidade, foi exigido que devolvesse o uniforme de trabalho. Nada demais, a não ser que o funcionário não possuía roupas na empresa e foi obrigado a deixar as dependências da mesma somente de cuecas. Constrangido e humilhado, o ex-funcionário teve de andar cerca de três quarteirões em busca de algumas peças de papelão para se resguardar da situação inusitada. Veja o vídeo que comprova a vergonha e humilhação por que passou o trabalhador.
De acordo com a juíza Francieli Pissoli, da 5ª Vara do Trabalho de Ribeirão Preto (SP), no entanto, a realidade é um pouco diferente. Em decisão de novembro deste ano, ela concedeu liminar favorável ao Ministério Público do Trabalho (MPT) determinando ao Grupo Pão de Açúcar (GPA) que deixe de praticar uma série de irregularidades trabalhistas, entre estas, a submissão de jovens aprendizes a desvios de função e de seus funcionários em geral a jornadas excessivas.
Juíza Francieli Pissoli |
Mas o caso impressionante, e que revolta ainda mais, foi o que ocorreu esta semana em Canoas, quando um gari, dispensado por empresa na cidade, foi exigido que devolvesse o uniforme de trabalho. Nada demais, a não ser que o funcionário não possuía roupas na empresa e foi obrigado a deixar as dependências da mesma somente de cuecas. Constrangido e humilhado, o ex-funcionário teve de andar cerca de três quarteirões em busca de algumas peças de papelão para se resguardar da situação inusitada. Veja o vídeo que comprova a vergonha e humilhação por que passou o trabalhador.
Gari
gaúcho obrigado a deixar empresa usando apenas cueca se diz
humilhado
A
Revita Engenharia Sustentável, empresa onde o gari trabalhava, é responsável pelo recolhimento do lixo em Canoas
e Porto Alegre. Aquela que faz a coleta dos novos contêineres espalhados pela cidade. Diz a página da mesma que a Revita é uma das empresas de
maior expertise no ramo de engenharia ambiental, especializada em prestação de
serviços de altíssima qualidade em limpeza urbana, coleta de resíduos e indústria
de tratamento e valorização de resíduos. Certamente a Revita não conseguiria a
propalada qualidade em todos os seus itens sem a participação de seu quadro
funcional. Mas parece que a mesma qualidade não é transferida ao trato com seus
colaboradores.
Aliás,
a licitação que levou a Revita à condição de vencedora para recolhimento de
lixo em Canoas está sob suspeita. Pelo menos é o que diz o Jornal O Timoneiro,
periódico que faz oposição ao governo municipal do prefeito Jairo Jorge. A
notícia está em destaque na edição de 11 de outubro de 2013 (http://www.otimoneiro.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3368:mp-investiga-irregularidades-no-contrato-do-lixo&catid=9:geral&Itemid=112) .
Vê-se
que nem tudo são alegrias e festas neste período que encerra o ano. O tempo
suscita oportunidades de exploração e abusos de todos os tipos, talvez
dissimuladas pelos inúmeros eventos de comemorações. A grande quantidade de
pessoas mobilizada nestes dias faz com que muita coisa passe ao largo das
autoridades de fiscalização.
Nem tudo é festa no Natal |
Quem
sabe possamos entrar 2014 com cada vez menos explorações em todos os sentidos.
Trabalho infantil e trabalho escravo são atitudes que devem ser varridas de uma
sociedade que se declara “pós-moderna” e detentora de tecnologias jamais
vivenciadas pelo ser humano. Infelizmente, apesar da evolução, não se consegue
evitar velhas formas de exploração que se renovam com roupagem nova para serem
eficientes.
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