A resolução das imagens HD permitem visualizar mais detalhes |
Os tempos pós-modernos são cada
vez mais plenos de tecnologia avançada, onde nos acostumamos a desfrutar de inúmeras
ferramentas facilitadoras de nossas atividades, bem como, de ambientes repletos
de equipamentos de imagem e som capazes de trazer o mundo lá fora para dentro
de nossa casa.
Os documentários apresentados pelos canais de televisão reduzem o planeta inteiro numa tela de 40 polegadas, com qualidade de imagem que até mesmo nossos óculos são incapazes de captar quando estamos diante destas paisagens ali exibidas. Os aparelhos com resolução HD (Alta Definição) conseguem mostrar detalhes que outrora eram impossíveis de se visualizar. Até mesmo apresentadores de telejornais tem tomado os cuidados necessários, através de suas equipes de maquiagem, em esconderem algumas imperfeições da pele, comuns em nosso dia a dia.
Tanto na tela pequena em
casa, quanto na tela grande dos cinemas, a tecnologia avançou sobremaneira. Produções
cinematográficas se esmeram não somente em qualidade de imagem, mas também em
qualidade de áudio. Na variação dos tipos de imagem apresentadas, a Terceira
Dimensão tem sido um recurso frequente, com distribuição de óculos que
funcionam como conversores para facilitar a visualização. E isso ocorre não somente
nos cinemas como até mesmo nas residências.
Também no cinema houve evolução tecnológica |
Deixando de lado a televisão e mudando nosso foco para os aparelhos móveis de comunicação, os populares smartphones, também passam por transformações quase impossíveis de serem acompanhadas.
As possibilidades são inúmeras, tornando o usuário um refém contumaz
destes artefatos. Quem não entra em desespero, se por acaso esquecê-lo em casa?
Passar um dia inteiro incomunicável é capaz de tornar-nos totalmente excluídos
e nos impõe um sentimento de alienígena no ambiente em que vivemos.
Os recursos destes aparelhos são incomensuráveis, já se pode dizer. Pare pra pensar se há cerca de 10 anos atrás você poderia ter num só aparelho calculadora, agenda, bloco de notas, calendário, relógio, despertador, cronômetro, rádio, televisão, redator de textos, dicionário, tradutor, planilha de cálculos, previsão do tempo, câmera fotográfica, filmadora, mapas e roteiros, navegação na rede e muito mais. Pode-se até mesmo outras coisas com os populares aplicativos: jogar, fazer operações bancárias, chamar um taxi, etc, etc, etc...
Os aparelhos miniatura são a febre dos adolescentes e adultos |
Mas e quando ficamos
dependentes de tudo isso? Dependentes de uma forma a nos tornarmos ate mesmo escravos da
tecnologia?
Recentemente comecei a reparar em alguns momentos da vida social, e de que forma estes artefatos interferem nas relações pessoais. Visitei um amigo outro dia, que havia me convidado para jantar. Eu estava sozinho, sem minha família. Enquanto conversávamos no sofá, mesmo que se fizessem presentes dois de seus filhos no ambiente, ambos se regalavam jogando em seus smartphones e trocando mensagens com os colegas. A esposa preparava alguma coisa, e vez por outra consultava o "ipad" depositado sobre a pedra da pia da cozinha. As vozes que retumbavam no espaço da sala de estar eram as nossas, a minha e de meu amigo.
Nas festas predominam também os aparelhos miniaturizados |
Outro dia compareci ao
casamento da filha de um outro amigo. Não pude deixar de reparar de novo o uso
da tecnologia. Fiquei atônito! Raras eram as pessoas que deixavam seus
aparelhinhos de lado para um contato pessoal, com conversas e troca de informações.
Posso lhes garantir que até no momento da cerimônia, que ocorreu num local
especialmente preparado para a troca de alianças, havia convidados “teclando”
seus equipamentos e verificando mensagens.
Mas o que mais me surpreendeu durante a festa de casamento, foi o comportamento em geral. Observei que mais de 70% das pessoas faziam uso de seus aparelhos para tirar fotos pessoais e com amigos, e imediatamente postavam na rede ou nas mídias sociais. Tudo levava a crer que o menos importante eram os noivos. Uma loucura.
Digo-lhes que a cada dia
que passa tenho muito receio do futuro que nos espera, e até mesmo de que uma
neurose me acometa por estar constantemente realizando estas avaliações comportamentais.
Mas, verdadeiramente torço para que algo aconteça e comprove minha ignorância nesta
crítica a esta dependência. Na minha visão, estamos vivendo uma era de “solidão
acompanhada”, pois nos mantemos conectados ao mundo global, mas alheios ao
mundo local e lateral. É isso que queremos para o nosso futuro? É essa a
realidade das futuras gerações?
Um comentário:
Meu caro Jairo!
Não se estranhe: casal, no leito conjugal, cada um com seu smartphone, transando com seu parceiro pelo Skipe!
Attico Chassot
Postar um comentário