Fizemos ótimos passeios aos centros de compras próximos ao Paraguai e à Argentina. No primeiro dia conhecemos a Usina Hidrelétrica de Itaipú, um megaprojeto do conhecido "milagre brasileiro" da era militar, e que teve sua construção completada no ano de 2007 com a instalação das últimas duas turbinas de geração de energia. Ela continua sendo a maior usina em geração de energia do mundo, segundo a cicerone que nos acompanhou no passeio pela obra.
Depois estivemos na vizinha cidade de Misiones na Argentina, visitando o popular e conhecido centro de compras Duty Free Shop. O local é belo com um capricho em toda sua apresentação. Nos divertimos tentando fazer as conversões dos produtos dolarizados para nossa moeda, o real. Quem quiser adquirir perfumes de marcas famosas a preços realmente compensadores, este local é uma excelente oportunidade.
No segundo dia conhecemos o que a grande maioria dos comerciantes brasileiros já conhece de longa data, a famosa Ciudad Del Este, onde os produtos chineses invadem as ruas e as pessoas andam como formigas transportando sacolas e pacotes por todos os cantos. Ali encontra-se de tudo, desde peças íntimas e pares de meias até máquinas de solda e equipamentos eletrônicos de todas as marcas. Mas uma das coisas que chamou nossa atenção foi a extrema desigualdade social dentre a população. Muitos pedintes e crianças que insistentemente nos abordam para solicitações e vendas de pequenos objetos. Inclusive eu, fui motivo dessas abordagens e acabei me curvando à oferta de um desses pequenos comerciantes. Adquiri um pen drive de 16MB de memória pela bagatela de R$15,00. Ao chegar no hotel e colocá-lo em meu Note Book, o que eu já previra aconteceu: nenhum sinal. Mas quando apanhei o dinheiro e entreguei ao menino, já imaginava o ocorrido.
Todavia, uma coisa mais alarmante ocorre nas ruas da cidade paraguaia de comércio internacional, a corrupção dos guardas municipais no trânsito de veículos. Minha esposa e eu ficamos estasiados ao observarmos esses funcionários públicos uniformizados inspecionando e conduzindo os veículos, que pagavam uma propina de R$20,00 a uns meninos que se antecipavam, para furarem a fila que se formava na avenida principal. Os guardas faziam sinal para saberem quais motoristas haviam pago e aqueles que concordavam com o pedido eram desviados por uma via marginal. E tudo isso com uma grande naturalidade, sem qualquer demonstração de constrangimento. Lembrei de quanto nosso país tem denunciado essa prática e que, creio tem sido amenizada ao longo desses anos todos.
Também nos chamou a atenção a atuação da Receita Federal brasileira na fronteira, com uma atuação forte e fiscalizadora. Os compradores são obrigados a declarar suas aquisições e aqueles cuja compra ultrapassar o limite de US$ 300,00 devem dar explicações e pagar imposto de 50% sobre o valor ultrapassado. Sento no momento em que por ali passava um orgulho muito grande de ser brasileiro e ver como nosso país tem mudado nos últimos anos. Lembro que há pouco tempo tudo era possível na Ponte da Amizade, e que os últimos governos mudaram esse panorama, fazendo da arrecadação de impostos uma forma de impulsionar o crescimento do país e a redução da pobreza. Pelo menos esta é minha visão.
Não é muito comum de minha parte dividir este espaço com vocês para relatar minhas viagens de lazer. Mas essa especificamente fiquei bastante empolgado em compartilhar. Por isso, faço aqui uma sugestão: uando puderem conheçam essa fronteira brasileira, pois há muito que se aprender e conhecer dos países vizinhos, além de podermos traçar comparativos com nossa realidade.
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