
Recentemente, quando realizei curso de Formação de Tutores pelo SEBRAE Nacional, tratamos de um tema para mim ainda pouco conhecido, a Andragogia. E é isso que quero trazer nesta blogada da semana. Para tanto, publico parte de artigo de Rodrigo Goecks, mestrando em Administração de Empresas pelo IAG PUC-RJ, pós-graduado em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas, graduado em Administração de Empresas pela PUC-RJ e Ciências Náuticas pela Marinha do Brasil. O nome do artigo é “Educação de Adultos – Uma Abordagem Andragógica”
Como tratamos nossos filhos pequenos? Como eles reagem e aprendem?
A dependência das crianças nos leva a uma postura protetora e ao exercício da autoridade. Inicialmente com os pais e, logo após, com os professores, a dependência é um componente natural no dia-a-dia e na educação.
Com o passar dos anos esta postura começa a ser questionada, os adolescentes iniciam o rompimento do “cordão umbilical” questionando e rebelando-se. Os pais e professores passam a não obter a “verdade absoluta”. Tudo é questionável.
A maturidade da fase adulta nos traz a independência. As experiências nos proporcionam aprendizados, os erros nos trazem vivências que marcam para toda a vida. Somos, então, c

Mesmo diante de tantas transformações na vida do ser humano, os sistemas tradicionais de ensino continuam estruturados como se a mesma pedagogia utilizada para as crianças devesse ser aplicada aos adultos. O chamado “efeito esponja”, na qual a criança absorve todas as informações não é possível de ser observado na fase adulta. O adulto desenvolve uma habilidade mais intelectual, quer experimentar, vivenciar.
Andragogia – Um Conceito de Educação
A Andragogia significa, portanto, “ensino para adultos”. Um caminho educacional que busca compreender o adulto desde todos os componentes humanos, e decidir como um ente psicológico, biológico e social.
Busca promover o aprendizado através da experiência, fazendo com que a vivência estimule e transforme o conteúdo, impulsionando a assimilação.
O adulto, após absorver e digerir, aplica. É o aprender através do fazer, o “aprender fazendo”.
Jorge Larrosa e Walter Kohan, na apresentação da coleção “Educação: Experiência e Sentido”, acentuam a importância da experiência do aprendizado:
“A experiência, e não a verdade, é o que dá sentido à educação. Educamos para transformar o que sabemos, não para transmitir o que é sabido”
Adriana Marquez em palestra no Primeiro Encontro Nacional de Educação e Pensamento, na República Dominicana, cita:
“A Andragogia na essência é um estilo de vida, sustentado a partir de concepções de comunicação, respeito e ética, através de um alto nível de consciência e compromisso social”.
E complementa ainda:

“As regras são diferentes, o mestre (Facilitador) e os alunos (Participantes) sabem que tem diferentes funções, mas não há superioridade e inferioridade, normalmente não é o mesmo que acontece na educação com crianças”
Paulo Freire, em “Pedagogia do Oprimido”, afirma:
“ Ninguém educa ninguém, nem ninguém aprende sozinho, nós homens (mulheres) aprendemos através do mundo”
Em “Pedagogia da Autonomia”, Freire diz: “ Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”
Eduard Lindeman, em “The Meaning of Adult Education" (1926), identificou, pelo menos, cinco pressupostos-chave para a educação de adultos e que mais tarde transformaram-se em suporte de pesquisas. Hoje eles fazem parte dos fundamentos da moderna teoria de aprendizagem de adultos:
1. Adultos são motivados a aprender à medida em que experimentam que suas necessidades e interesses serão satisfeitos. Por isto estes são os pontos mais apropriados para se iniciar a organização das atividades de aprendizagem do adulto.
2. A orientação de

3. A experiência é a mais rica fonte para o adulto aprender; por isto, o centro da metodologia da educação do adulto é a análise das experiências.
4. Adultos têm uma profunda necessidade de serem autodirigidos; por isto, o papel do professor é engajar-se no processo de mútua investigação com os alunos e não apenas transmitir-lhes seu conhecimento e depois avaliá-los.
5. As diferenças individuais entre pessoas cresce com a idade; por isto, a educação de adultos deve considerar as diferenças de estilo, tempo, lugar e ritmo de aprendizagem.
Sendo assim, creio que nossa atuação dentro da educação profissionalizante, e essencialmente nos cursos técnicos, deve levar em consideração esta realidade andragógica. Ou seja, devemos estar atentos para as qualdiades do aluno adulto com quem estamos envolvidos. Talvez munidos desse conhecimento, a tarefa docente se torne mais fácil e mais eficaz. Basta que estejamos abertos às novas tecnologias e a novas formas de atuação.
Um comentário:
Meu caro Professor Jairo,
cumprimentos pela competência em estabelecer diferenças entre Pedagogia e Andragogia (que nosso dicionários ainda não registram) e mesmo a Wikipédia é ainda sumária (Andragogia é a arte ou ciência de orientar adultos a aprender, segunda a definição creditada a Malcolm Knowles, na década de 1970. O termo remete a um conceito de educação voltada para o adulto, em contraposição à pedagogia, que se refere à educação de crianças (do grego paidós, criança).
Para educadores como Pierre Furter (1973), a andragogia é um conceito amplo de educação do ser humano, em qualquer idade. A UNESCO, por sua vez, já utilizou o termo para referir-se à educação continuada.)
Obrigado por mesmo em férias nos brindar com pílulas educativas muito digestivas
attico chassot
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