RODRIGO: TÉCNICO DE SEGURANÇA DA COMAU

Continuando as entrevistas com ex-alunos dos cursos técnicos, Rodrigo Giovanoni é o nosso entrevistado desta edição. Ele é Técnico de Segurança do Trabalho da COMAU do Brasil, no pólo automobilístico da GM em Gravataí. Depois de formado Rodrigo iniciou como TST na empresa Perto S/A. Posteriormente foi convidado a trabalhar na Comau, empresa de categoria internacional dedicada ao segmento da indústria automobilística, nos itens de automação industrial, tendo sua sede em Turin na Itália.

No início do curso, Rodrigo demonstrava um pouco de timidez. Tinha dificuldade em fazer as perguntas. Mas na medida em que as etapas do curso transcorriam, foi demonstrando coragem e, colocando a vergonha de lado, foi à luta, sem se importar com a falta de conhecimento e experiência. Assim, se tornou aos poucos um aluno brilhante e de grande talento para a profissão. Prova disso é o sucesso de seu desempenho e o reconhecimento da empresa onde atua.

Vamos à entrevista com o Rodrigo.

     

Prof. Jairo Brasil: Há quanto tempo você atua como TST?

Rodrigo Giovanoni: Na Perto S/A, uma empresa do grupo Digicon atuei desde 2008. Passei a atuar na Comau do Brasil a partir de novembro de 2011. Portanto, há 4 anos na profissão. 

Prof. JB: Como é sua rotina diária na profissão?

Rodrigo: Realizo diálogos diários de segurança e integrações, onde estou constantemente alertando os trabalhadores sobre os riscos ambientais. Também trabalho o gerenciamento em saúde e segurança de empresas terceirizadas. Tenho tarefas também como a distribuição e controle de EPI’s e a verificação da eficiência dos EPC’s. Outra atividade minha é o contato e apoio com a CIPA. Também trabalho no desenvolvimento de medidas de proteção para as linhas de automação e robótica.

Prof. JB: O que representa em termos de importância e de participação na sua agenda anual a ferramenta TREINAMENTO?

Rodrigo: Treinamento é a melhor forma de prevenção. Quando aplicado e bem absorvido faz com que o colaborador reconheça os riscos e identifique melhor as medidas de proteção cabíveis. Não dá prá trabalhar a segurança do trabalho sem essa preocupação.

Prof. JB: Qual a importância da CIPA dentro da sua atuação como TST?

Rodrigo: Para mim os membros da comissão são importantes multiplicadores de segurança. Quando a empresa possui uma CIPA atuante, ela tem uma excelente ferramenta de conscientização e fiscalização, pois ninguém melhor do que o próprio colaborador para conhecer os “riscos da função” no seu setor.

Prof. JB: Você se sente valorizado pela empresa por sua atuação hoje em dia?

Rodrigo: Sim. Pois minha empresa possui sistema de OHSAS 18001, o que facilita a implantação de medidas de segurança e gerenciamento de riscos. Isso faz com que não sejamos “mais um” no contexto geral.

Prof. JB: Como você analisa a ATUALIZAÇAO com relação aos assuntos de segurança do trabalho para o desempenho do TST? E como você consegue essa atualização?

Rodrigo: Procuro estar em constante atualização. Venho periodicamente participando de cursos e seminários de aperfeiçoamento, pois acredito que, como os processos produtivos estão em constante mudança, precisamos nos adequar à estes, aplicando novos conhecimentos em saúde e segurança.

Prof. JB: Os alunos e alunas quando entram no curso técnico perguntam se ali vai ter Matemática ou Português.  Como essas disciplinas podem influenciar a atuação do TST dentro da empresa? Elas estão presentes no dia-a-dia ou isso não é verdade?

Rodrigo: Pratico muito a matemática, pois mensalmente necessito emitir relatórios estatísticos, controles de planilhas em vários segmentos, como de acidentes e treinamentos. Já, a língua portuguesa é fundamental em qualquer profissão, pois não são poucos os relatórios técnicos que precisamos elaborar, além de ser indispensável para uma perfeita comunicação. Saber falar e se comunicar é fundamental para vender suas idéias.

Prof. JB: Você acha que o PLANEJAMENTO é importante para que o TST consiga desempenhar adequadamente suas atividades?

Rodrigo: Sim, pois precisamos estar constantemente elaborando planos de ação e cronogramas. Isso é essencial para que possamos, junto a área de produção, atender o que a legislação exige. Um TST que não planeja suas atividades poderá deixar de atender algum requisito importante de Normas Técnicas, ou ainda, não ter controle sobre as mesmas.

Prof. JB: Como você vê a participação da área de Medicina do Trabalho, através do PCMSO, como importante fonte de dados para chamar a atenção do TST para os riscos ambientais?

Rodrigo: Aprendi durante minhas passagens profissionais que a medicina ocupacional representa o filtro de que a segurança do trabalho está em bom ou mau funcionamento. Ou seja, quando você possui o controle total sobre os riscos de sua empresa, verá que os ASO’s estarão em conformidade e não apresentarão alterações.

Exemplo: se o colaborador está exposto ao ruído, e a empresa possui um controle adequado deste risco, exames periódicos estarão em conformidade.

Prof. JB: Que mensagem importante você deixaria aos colegas que estão se formando nesse momento, diante da experiência que agora você já possui por estar há mais tempo no mercado de trabalho?    

Rodrigo: Quando iniciei minhas atividades como TST tinha a impressão de que iria “mudar o mundo”. Achava que tendo a portaria 3.214 nas mãos conseguiria transformar as empresas, impor a segurança. Mas não foi bem esta a realidade que encontrei.

Em muitas empresas ouvi palavras negativas para a segurança, até que aprendi a trabalhar com as outras ferramentas. Observei os processos, analisei pontos a serem melhorados e encontrei argumentos, seja na legislação, seja no aspecto financeiro e assim, passei a ouvir mais “sim” para segurança.

Então, deixo a mensagem de que “a persistência e a vontade de fazer acontecer são indispensáveis para o desenvolvimento de um bom TST”.