20 novembro 2015

UM MONOPÓLIO A QUEBRAR

Já ouviu falar em “monopólio”? E em “cartel”?  Já ouviu também?

Táxis nas filas da Rodoviária
Pois vamos dar uma bisbilhotada nos buscadores da internet, principalmente naqueles que trazem conceitos relacionados à economia, prá ver o que isso significa?

Diz um deles que “monopólio” é o privilégio que possui uma pessoa, uma empresa ou um governo de fabricar ou vender certas coisas, de explorar determinados serviços, de ocupar certos cargos. Também tem por significado o comércio abusivo que consiste em um individuo ou grupo tornar-se único possuidor de determinado produto para, na falta de competidores, poder vende-lo por preço exorbitante.

Ah, e “cartel”? Pois bem, esse é conceituado por outro buscador como um acordo explícito ou implícito entre concorrentes para, principalmente, fixação de preços ou cotas de produção, divisão de clientes e de mercados de atuação ou, por meio da ação coordenada entre os participantes, eliminar a concorrência e aumentar os preços dos produtos, obtendo maiores lucros.
Ou seja, toda vez que há monopólio ou cartel, só há um prejudicado, o “consumidor”.

UBER: um novo serviço vem concorrer com os táxis
Pois esta semana fiquei analisando a questão do novo serviço de táxi que estreou na capital gaúcha. Eu já havia atentado para os protestos ocorridos na capital paulista e na cidade maravilhosa, onde aconteceu até quebra-quebra.

Mas uma coisa me chamou a atenção inicialmente; a capital federal, onde o serviço já concorre com o serviço de táxi há um bom tempo. Pois constatam os habitantes candangos que a chegada do “UBER” em Brasília só trouxe benefícios ao transporte de passageiros. Os taxistas que monopolizavam o transporte, tiveram que se reciclar, buscando concorrer de igual para igual com a novidade. Muitos profissionais foram em busca de cursos de atendimento e de novos idiomas. Veículos que antes “fediam” a bitucas de cigarro, ar condicionado com defeito, assentos depauperados e rasgados, portas e para-lamas amassados, tudo se renovou. Até a gentileza de abrir a porta para o passageiro, tanto na apanha quanto na descarga, hoje se tornou uma realidade. Ou seja, é o fator da concorrência.

Querem um exemplo da década de 1990? Foi lá no governo Collor.

Não que eu tenha alguma afeição àquele período, porque poucas lembranças boas dele se conservam. Mas de uma coisa não podemos nos queixar. Foi no governo Collor que o “monopólio” das montadoras de automóveis foi quebrado. Aqui só se fabricava Volks, Chevrolet e Ford. Uma coisa impressionante. De um ano para outro os veículos só modificavam uma sinaleira traseira ou um detalhezinho no para-choque; e já se transformava em novo modelo, inclusive com aumento de preço.

Apolo e Verona, fabricados em parceria
Era uma festa. E foi assim durante décadas. Houve inclusive um período em que se juntaram Ford e Volks prá fabricar em conjunto, vê se pode? Dali saíram o Apolo e o Verona, dois veículos em que um entrava com o chassi e motor e outro com a carroceria. Uma vergonha permitida pelos governos da época. Mas eis que o presidente Collor desbancou tudo isso, e trouxe as montadoras estrangeiras, iniciando pela italiana Fiat e pela russa Lada, esta última inclusive não sobreviveu pela incompetência do país que na época se aprimorava no socialismo.

Pois bem, agora Porto Alegre demonstra que ninguém aprendeu que a falta de concorrência significa “monopólio” e “cartel”. Nesta quinta-feira, quando o serviço estreou, um repórter de emissora da capital experimentou o serviço e o preço. Apanhou um veículo da nova operadora, desde o Shopping Praia de Belas até o Mercado Público, e pagou R$ 15,00. Fez o trajeto inverso num táxi comum, e teve a surpresa de R$21,00. Foram R$ 6,00 a mais. Sem contar que o novo transporte possuía carro limpo, com jornal do dia, bombom e wi-fi, e o motorista desceu na saída e na chegada para abrir a porta.

O novo serviço alia preço, conforto e gentileza
O novo serviço que entra na cidade, está sob ameaça, com o apoio inclusive da EPTC, cujo presidente prometeu recolher qualquer veículo do novo transporte que circulasse na cidade. Não sou contra a regulamentação, pois creio necessária. E também que haja fiscalização e cobrança de impostos na mesma medida. Mas, continuar com este péssimo serviço de táxi porto-alegrense, com motoristas fumantes, carros sujos e mal conservados e preço combinado? Claro que há exceções, não se pode generalizar. Mas, cá prá nós... Tá na hora de “quebrar o monopólio” por aqui, tal como ocorreu com a indústria automobilística na década de noventa. Já pensou se ainda estivéssemos na mão daquelas três montadoras?



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