19 março 2016

TRAIÇÃO, DECEPÇÃO E INDIGNAÇÃO

Ex-presidente na chefia da Casa Civil.
Liminar cassou o cargo assumido esta semana
Resisto a tocar neste assunto polêmico que é a política. Mas é impossível esta semana passar longe da realidade que sacode o país. E sou obrigado a me manifestar neste sentido, mesmo sabendo que corro o risco de perder o assédio daqueles leitores que não se coadunam com a temática.

Uma semana que deve entrar para a História do Brasil. Recheada de fatos políticos que estremeceram a república, desde o mais remoto recanto do Sertão Nordestino até a Avenida Paulista, em pleno centro administrativo financeiro paulistano. Não se falava de outra coisa: a posse do ex-presidente agora como ministro chefe da Casa Civil. A grande maioria (e aí se incluem os ministros do Supremo Tribunal Federal) garante que a manobra visa blindar o cidadão Lula da Silva para evitar a prisão que já era certa, enquanto ele próprio, os correligionários do partido e quem o nomeou garantem que a intenção é trazer sua competência para dar fôlego ao governo e melhorar as negociações.

A indignação dos internautas com a classe política
nas redes sociais
 
Mas o que a população tem demonstrado país afora é uma grande náusea em relação à política e a quem é responsável por ela, a classe política. Nunca ela esteve tão desacreditada.

Como docente, há muito convivo com colegas de todos os matizes políticos. E a maioria destes colegas sempre possuiu simpatia pelos partidos de uma linha democrática trabalhista, defensora de propostas que vão de encontro à necessidade dos trabalhadores, e de programas que atendam as populações mais carentes. Acredito que nosso envolvimento com a área da educação nos torna sempre mais sensíveis a estas questões. Mas isso não é maioria absoluta.

Entretanto, o que vi esta semana, surprendeu-me sobremaneira. Uma grande parcela de colegas, antigos militantes e correligionários do Partido dos Trabalhadores decepcionados e deveras indignados com todos os acontecimentos. A posse do ex-presidente num dos ministérios do atual governo, como uma jogada política para salvaguardar ações e atitudes consideradas imorais (apesar da grande maioria não concordar com um provável encarceramento de Lula) feriu de morte a credibilidade destes militantes na filosofia do partido. Quem viu ele nascer, com suas propostas de ética e moral defendidas como grande diferencial de outras agremiações políticas, hoje nem de longe o reconhece como tal.

Grande parte da classe docente é simpática aos partidos que defendem
a implementação de políticas públicas de cunho social
Esta semana ouvi da boca de muitos destes colegas expressões de grande indignação. Alguns que outrora faziam defesa peremptória das propostas partidárias, se resumiram a observar boquiabertos a crítica das ruas sem qualquer reação, numa demonstração de extrema e irreconhecível passividade diante da falta de argumentação. A impressão que fica é de uma enorme perfídia. Alguns chegaram a comentar que a sigla do partido (PT) agora deixa espaço para ser reconhecida como Partido Traidor.

E no meu convívio diário com esses colegas, devo confessar que, também como brasileiro e como cidadão que acredita que o patriotismo ainda existe, esta foi uma semana de grande tristeza, por tudo que aconteceu. Ver o país neste estado de letargia e a população refém de uma classe política desonesta e dilapidadora da riqueza nacional me causa um grande desânimo.

O Partido do Trabalhadores trouxe a classe trabalhista para o meio político,
sendo originado no meio sindical
Mas não se deve esquecer que a representação política que aí está, seja na esfera municipal, estadual ou federal, provem de nossas escolhas. Somos todos responsáveis por elas. Sendo assim, se a classe escolhida é corrupta, ela é tão somente a representação de quem a escolheu. Se acumulam riqueza usando a condição que o cargo lhes proporciona, isso também deveria ser visto por nós antes da escolha. Ou quem sabe alguns de nós não faria o mesmo investido destes cargos? Tal pensamento não seria "senso comum"? 

Quem sabe tudo isso imponha nos tornarmos mais competentes a cada pleito, a cada eleição. Que tal começarmos a melhorar nossas escolhas em 2016, nas eleições para prefeito e vereador? Chegou a hora de dar a resposta nas urnas, de forma racional e responsável. Basta das escolhas por favorecimento: um emprego, um favor, uma doação, etc, etc, etc... O bom exemplo deve ser dado aqui embaixo, para que se reflita lá em cima.           

Um comentário:

Attico CHASSOT disse...

Muito estimado colega Jairo,
recebi um aviso de um respeitado colega: O silêncio neste momento é covardia e suicídio político. Não posso me acovardar.
Tive dificuldades de redigir uma edição do blogue. Venci a indecisão. Em mestrechassot.blogspot.com escrevo porque não me omito.
Temos leituras diferentes da situação política. Isso é natural em tentativa de salvarmos a democracia e afastar uma luta intestina. Temo por tal.
Renovo minha admiração e adito ainda votos de um feliz outono/feliz primavera,
attico chassot
Muito estimado colega Jairo,
recebi um aviso de um respeitado colega: O silêncio neste momento é covardia e suicídio político. Não posso me acovardar.
Tive dificuldades de redigir uma edição do blogue. Venci a indecisão. Em mestrechassot.blogspot.com escrevo porque não me omito.
Temos leituras diferentes da situação política. Isso é natural em tentativa de salvarmos a democracia e afastar uma luta intestina. Temo por tal.
Renovo minha admiração e adito ainda votos de um feliz outono/feliz primavera,
attico chassot
Muito estimado colega Jairo,
recebi um aviso de um respeitado colega: O silêncio neste momento é covardia e suicídio político. Não posso me acovardar.
Tive dificuldades de redigir uma edição do blogue. Venci a indecisão. Em mestrechassot.blogspot.com escrevo porque não me omito.
Temos leituras diferentes da situação política. Isso é natural em tentativa de salvarmos a democracia e afastar uma luta intestina. Temo por tal.
Renovo minha admiração e adito ainda votos de um feliz outono/feliz primavera,
attico chassot